- Eu sei, mas eu quero ir ao médico primeiro para saber se está tudo bem.

- Certo. - pegou sua prancheta inseparável. - Vamos? - afirmei e sai da sala ao seu lado.

- Como está os preparativos para o casamento?

- Está tudo indo bem, tirando o fato da mãe do Kio querer mandar em tudo o tempo todo. - bufou frustrada. - Tudo o que eu sugiro ela coloca defeito.

- Isso é o que eu chamo de sogra pé no saco. - digo rindo.

- Você não tem noção, parece que o casamento é dela e não meu. E você não sabe, ela fez questão de convidar a ex do Kio. Você acredita?

- Ela quer acabar com o seu casamento. - afirmei.

- E você acha que eu não sei? Aquela mulher é o cão de saia! - soltei uma risada.

Durante todo o dia nós ficamos em diferentes áreas, fizemos algumas visitas e adiantamos algumas consultas. Durante o almoço

não consegui comer muito, qualquer coisa me deixava enjoada.

No início da tarde, entramos na emergência e estava até tranquilo. Nem todos estavam ocupados, estavam bem tranquilos na verdade. Amanda entrou na sala de curativos e eu fiquei andando pela sala de espera, até que percebi uma mulher sentada mais afastada com uma garotinha nos braços. Seu olhar era de puro desespero enquanto tentava acalmar a pequena menina. Preocupada, me aproximei de ambas.

- Com licença, o que há com sua filha? Ainda não foi atendida? - questionei.

- Ainda não. - diz trêmula, era bem jovem. - Ela não consegue respirar direito, eu não sei o que fazer! - diz com os olhos marejados.

- Calma, venha comigo. - digo e ela me segue. Entramos em uma sala vazia e fiz com que ela colocasse a garotinha na maca. - Faz muito tempo que está aqui?

- Faz horas, ela estava bem quando chegamos mas começou a piorar. Me disseram que iriam atende-la rapidamente mas até agora ninguém veio. - olhei a garotinha que realmente respirava com bastante dificuldade.

- Ela tem problemas respiratórios?

- Me disseram que é asma. Eu a deixei brincar com os gatos dos vizinhos mas eu não sabia que ela ficaria assim. - explicou ela prestes a chorar.

- Se acalme, vai ficar tudo bem. - digo encarando a garotinha que me olhava desesperada, ela realmente respirava com muita dificuldade.

Corri para a sala onde Amanda e alguns colegas estavam.

- Preciso do cilindro de oxigênio! - todos me olham mas continuam parados. - Agora! - praticamente gritei em desespero e voltei para a sala. - Qual é o nome dela?

- Eva. - a mãe respondeu trêmula.

- Certo Eva, sem desespero. Vamos colocar uma máscara bem legal e você vai conseguir respirar melhor, tudo bem? - ela afirmou com dificuldade. Logo Amanda e mais dois enfermeiros entraram e fizeram os procedimentos de colocação de oxigênio. - Vamos Eva, respirando com calma. Sem desespero, vai dar certo. - digo tentando passar calma. - Apliquem corticosteróides, precisamos medir a saturação do oxigênio. Andem logo! - digo começando a ficar irritada com tanta lerdeza. Eles saem da sala afirmando. Olhei para a mãe da garota. - Não se preocupe. - ela afirmou. Voltei minha atenção para a garotinha. Isso, respira com calma.

A pediatra entrou no quarto e deu continuação ao atendimento. Todos os estudantes de plantão foram dispensados para a sala de Alex.

- Eu só quero saber qual é o problema de vocês ao fazerem uma criança naquele estado esperar. - comecei.

casamento por contrato.Onde histórias criam vida. Descubra agora