— Então tia Angelina, vamos ver se Adam ganha alguns quilos hoje, vamos comer.

Eu e Hugo levantamos do sofá e seguimos em direção à cozinha. Obviamente, Hugo ainda precisou fazer mais uma brincadeirinha, colocando os braços à frente e entortando o corpo para andar, imitando um zumbi.

Precisei rir da sua imitação barata.

Eu estava tão ruim assim?

Sentamos à mesa ao lado da minha mãe e de Mônica. Sem surpresas, meu pai havia voltado à Nova York. Hugo e sua companheira fariam o mesmo trajeto em três dias. Para a minha sorte, minha mãe ainda permaneceria comigo até o reestabelecimento de Sofia.

A verdade é que eu tinha duvidas se conseguiria aguentar aquilo sozinho e mesmo sem dizer nada sobre o assunto, eu sabia que Dona Angelina tinha certeza que eu não aguentaria, e esse motivo levou-a tomar a decisão de ficar.

...

Assim que me dei conta, o horário de visitas no hospital estava próximo. Eu havia planejado aparar a barba como Hugo havia sugerido, mas pelo adiantado da hora, certamente me atrasaria e isso estava fora de cogitação.

— Vamos lá bonitão, hoje eu te levo. — Hugo gritou da sala, enquanto eu terminava de me arrumar no quarto.

Alguns minutos depois e meu carro estacionava em frente ao hospital. Depois de me apresentar na portaria, e minha entrada ser liberada, segui para o quarto 502, onde estava a minha amada.

Sofia permanecia dormindo. Facilmente poderia ser confundida com um anjo.

O meu anjo!

Aquela que me salvou, sem nem mesmo ter conhecimento sobre isso.

Aproximei-me dela, puxando uma cadeira para me sentar ao seu lado. Tomei suas mãos pequenas entre as minhas e beijei-as.

— Olá, meu amor!

Ainda permaneci olhando para ela, tentando encontrar qualquer sinal de que ela estivesse me ouvindo, mas como em todas as outras vezes, nada de diferente aconteceu, então eu continuei.

— Sabe amor, hoje estive conversando com o Hugo sobre a nossa mudança. No fundo eu queria decidir isso com você. Que juntos pudéssemos pensar o que seria melhor para nós a partir de agora. O que seria melhor para o nosso bebê.— suspirei, tentando encontrar forças ao olhar para ela. — Eu sinto tanto a sua falta Sofia. Eu daria qualquer coisa para te ter aqui comigo. Volta para mim, meu amor. Volta...

Eu buscava sempre ser forte estando junto a ela. Buscava conversar apenas coisas alegres, para transmiti-la talvez um pouco de paz, mas naquele momento eu não consegui segurar as lágrimas.

Dizem que homens não choram e se isso é verdade, essa afirmativa não valeria para mim naquele momento, porque eu deixei as lágrimas rolarem livremente em meu rosto enquanto beijava delicadamente a mão do meu amor.

Ah, Deus...ouve minha prece, traz ela de volta. — Esse era o meu pedido dos últimos dias.

Não havia espaço para dúvidas naquele momento, mas elas se fizeram presentes assim que senti o pequeno aperto em minha mão.

Lentamente levantei meu rosto molhado, ainda incrédulo pelo que eu acabara de sentir. Eu estava sonhando?

Sofia não tinha qualquer sinal de quem havia acordado, mas eu não estava louco. Eu sabia disso.

— Sofia, você apertou a minha mão? — e eu não obtive nenhuma resposta. — Meu amor, por favor, não me faça pensar que estou sentindo coisas, Sofia. Se você apertou a minha mão, me dê mais um sinal. — e novamente, nenhum sinal me foi mostrado.

Comecei a sentir o desespero me tomar.

Aquilo era verdade. Só podia ser verdade!

— Sofia, amor....se estiver me ouvindo, aperte minha mão. Apenas mais uma vez... — minha voz saiu como um sussurro. — apenas aperte, amor! — E então eu senti, pela segunda vez!

Seu aperto era fraco, mas inconfundível. Não era somente minha pele que dizia isso, mas meu coração tinha certeza agora. Ela havia movimentado a mão. Mesmo que minimamente, aquilo significava tudo para mim.

Com as lágrimas ainda presentes, coloquei a mão de Sofia delicadamente ao lado do seu corpo e saí à procura do médico. Para a minha sorte, era Ian quem estava de plantão e Sofia novamente apertou a mão do médico quando solicitado.

Não era uma dúvida ou uma ilusão, Sofia estava voltando...para mim!

para mim!

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SOFIA, meu doce perigo (CONCLUÍDO)Where stories live. Discover now