Capítulo 2 - Duncan

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— Com a implantação da Mandy no nosso sistema operacional creio que a nossa parceria será ainda mais frutífera — falei ao telefone com o meu parceiro de negócios do outro lado da linha.

— Farei alguns ajustes na programação dela para que se adapte melhor aos seus dispositivos de vigilância e automação residencial.

— Obrigado, Richard.

— É um prazer fazer negócios com você, Duncan.

Discutimos mais alguns detalhes do projeto e eu desliguei a chamada.

A Fraser Interprise era uma empresa que eu havia criado há cinco anos que trabalhava com automação e segurança residencial, mas estávamos expandindo para outros setores de informática. Há dois meses eu havia contactado uma empresa americana em expansão. A Genesis Technology era uma expoente do vale do silício e com a parceria poderia trazer os projetos deles para o outro lado do oceano e integrar com os meus em Londres.

Meu telefone começou a tocar novamente e levou um tempo para que eu percebesse ser o celular.

Revirei os olhos ao ver o nome da minha mãe no identificador de chamadas. Digamos que eu não era a pessoa mais família do mundo e depois de ter me mudado para a Inglaterra, meu contato com eles havia se tornado ainda mais restrito. Enquanto meus pais queriam que eu continuasse na Escócia mantendo a tradição de uísque da família, sempre senti que o destino guardava mais para mim.

Respirei fundo antes de atender.

— Oi, mãe!

— Duncan, há quanto tempo, querido.

— Andei ocupado. — Revirei os olhos ao me mexer na cadeira de couro onde eu estava sentado.

— Imagino que sim.

— Está tudo bem por aí?

— Não imaginei que se preocupasse.

— Mãe...

— Há quanto tempo não vem para casa ou dá notícias? Sentimos a sua falta.

— O trabalho tem exigido muito de mim.

— Dinheiro não é tudo.

— Não foi o que eu falei — resmunguei ficando levemente irritado.

Definitivamente começar o dia discutindo com a minha mãe não era o programa que eu esperava para aquela manhã. Admitia que andava distante, mas era como se eu não me encaixasse. Enquanto os meus irmãos se preocupavam em formar família e levar uma vida pacata nas Terras Altas, eu era um viciado em trabalho preocupado em desenvolver o máximo da minha empresa.

— Cameron vai se casar nas vésperas do Natal.

— Ah, ela vai? — sussurrei como se não houvesse escutado direito, por mais que as palavras soassem muito bem em meus ouvidos.

— Você tem que vir.

— Preciso ver como estará a minha agenda...

— Duncan! — Ela perdeu a paciência comigo do outro lado da linha.

— Não posso simplesmente abandonar o meu trabalho.

— Só estou pedindo para vir e participar do casamento da sua irmã caçula. Isso é muito importante. Todos ficaremos muito chateados se não vier. Parece que se esqueceu de nós e não liga mais para a família.

— Não é bem assim...

— É exatamente como está se mostrando.

— Okay! Eu vou.

Alugada para o Natal (degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora