Baby It's Cold Outside

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Juliana adorava cada segundo dos momentos em que podia aproveitar com os filhos; cada instante contava a partir de suas merecidas folgas no restaurante. Claro que ela estava sempre atenta e pelo menos um telefonema ou mensagem de distancia, mas não significava que ela poderia deixar de aproveitar. Naquela manhã de domingo, estava fazendo um dos programas favoritos de Emma — andando na orla e depois uma caminhada até o farol de Concord Point.

Zac também estava animado, ele adorava o farol. A orla nem tanto, mas o farol era definitivamente uma das diversões dos gêmeos. Enquanto caminhavam na orla, Juliana pensou que deveria tirar algumas fotos deles, para ter como recordação, mas havia esquecido a maquina em casa. Então lhe restava a felicidade que ficaria marcada em sua mente. As recordações seriam emocionais.

— E se formos fazer as trilhas?

— Hoje não dá, filhote. — Juliana disse para Zac. — Para fazermos as trilhas, temos que nos programar e acordar mais cedo. Que tal semana que vem?

— Você vai estar de folga semana que vem também? — Emma perguntou e os olhos dela brilhavam como o mar diante do sol.

Juliana se ajoelhou diante dos filhos e segurou—os perto um do outro.

— Vou ter um dia inteirinho só pra vocês.

— Tipo hoje?

— Sim. Tipo hoje. E amanhã, como vocês não tem aula, podem ir pra pizzaria comigo, que tal?

— A gente pode fazer pizza?

A pergunta empolgada saiu de Zac.

Juliana se pegou sorrindo mais ainda.

— Claro que sim.

Depois de toda a comoção e empolgação dos pequenos, Juliana se ergueu para continuarem a caminhada. A interrupção seguinte veio de um corpo esguio; a morena só não esbarrou por que conseguiu manter o equilíbrio diante da surpresa.

— Ora, olá!

— Bom dia.

A voz suave de Valentina percorreu os ouvidos de Juliana.

— Val! — O grito em uníssono saiu dos gêmeos, que se lançaram para Valentina em busca de um abraço forte, firme. A loira só não caiu com eles sabe—se—lá como. Juliana, por sua vez, se manteve sorrindo. — Oi!

— Oi vocês. — Valentina disse para eles. Acariciou os cabelos de cada um. — Como estão?

— Passeando. — Emma se prontificou a responder.

— Quer passear com a gente? — Zac complementou.

Valentina deu uma olhadela rápida para Juliana — a morena vestia uma saia jeans, uma camiseta branca e uma camisa de flanela, a loira não conseguia pensar em nada mais bonito para olhar.

— Vocês estão em família, eu não quero atrapalhar.

— Não atrapalha em nada... — Emma começou a dizer, e então lançou os olhos azuis demais na direção de Juliana. — Né, mamãe?

Uma coisa que Juliana não sabia, ou não havia percebido de fato, era que seus filhos tinham um plano. Muito mirabolante e muito bem pensado no auge dos poucos anos de vida. Eles já haviam decidido que Valentina seria o amor da mãe deles, e dessa forma, uma mãe para eles também. Fazia sentido. Eles a adoravam como nenhum outro adulto, ela os tratava com o carinho de uma mãe. Eles gostavam das mesmas músicas e ela os entendia, as vezes quando eles nem mesmo estavam se entendendo. Era quase como Juliana. Então fazia sentido.

Ela seria a mãe eles e fim de história.

Emma havia lido para Zac um livro em que falavam sobre destino e coisas que deveriam se encontrar independente do tempo. Havia uma palavra muito difícil que eles não sabiam qual era, mas parecia importante. E certamente Valentina encontrar com eles na orla, num domingo de manhã, era o destino. Zac sussurrou no ouvido de Emma que Valentina era o destino.

Dois Tons de Amor  | Juliantina | SHORTFICWhere stories live. Discover now