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Ela tinha que fugir! Aquela voz interna em sua mente gritou para Atena assustando cada pequena célula de seu corpo.

- São apenas crianças brincando.- ela sussurrou para si mesma tentando controlar seus batimentos cardíacos.

São só crianças, são só crianças, ela repetia para si mesma até seu corpo parar de suar frio e ela poder voltar a respirar.

- São só crianças brincando. - ela voltou a repetir para si mesma. - Elas estão gritando porque estão felizes, ninguém aqui está morrendo Atena.

Ela contou até dez tentando se lembrar onde estava.
Um, você está segura.
Dois, está um lindo dia de sol e não a nada de errado ao seu redor.
Três, você deveria estar entregando seus panfletos e não tendo um ataque de pânico.
Quatro, se o perigo fosse real você saberia antes de ouvir os gritos.
Cinco, você não está em casa Atena.
Seis, ele ainda está la fora tentando te pegar mas você é mais rápida que ele.
Sete, você não está em casa Atena.
Oito, nenhum lobo nunca mais vai te machucar.
Nove, Mason não está em sua porta sedento por sangue.
Dez, você não está em casa Atena e ninguém nunca mais vai te machucar  outra vez.

- Atena?- ela ouviu uma voz conhecida chamá-la de volta a vida.

Ela abriu os olhos lentamente tentando se lembrar de como se respirava e de como era agir como uma pessoa normal.

- Desculpe.- ela disse envergonhada tentando se preparar internamente para receber aquele olhar confuso e julgador que as pessoas costumavam jogar em sua direção.

Jennifer uma garota muito mais nova que ela com quem Atena havia começado a trabalhar entregando panfletos a encarava com uma expressão confusa e ligeiramente impaciente.

Atena se afastou de sua colega antes que ela pudesse responder algo e voltou ao seu posto em frente ao pequeno consultório odontológico com um falso sorriso em seu rosto.

Peguem o maldito panfleto! Atena rosnou em sua mente. Quando vocês terão outra oportunidade de ser cobaias de um garoto mimado recém formado?

Ela não queria começar com suas reclamações internas e diárias sobre seu mais novo emprego. Porém era tão...tão...tão difícil não reclamar, entregar panfletos que as pessoas apenas iriam jogar na calçada e poluir o mundo não era o que ela sonhou para si. Mas ainda era melhor que seu último emprego, onde ela tinha que passear com cachorros muito maiores que ela e alguns até mesmo agressivos.

Então ela continuou em baixo do sol, do sol ardente e agonizante esperando ansiosamente para o fim da tarde. Quando ela poderia finalmente pegar seu pagamento do dia e nunca mais voltar para aquele lugar.

Amanhã ela arrumaria outro emprego, acordaria cedo e procuraria algo naquela pequena cidade que pudesse fazer durante o dia.
Ela não queria um contrato, muito menos uma rotina. Atena procurava por empregos temporários que não a manteriam pressa em algum compromisso que não poderia cumprir. Ela precisava trabalhar ao ar livre, não só porque adorava a brisa tocando sua pele mas porque sempre estava pronta para correr se fosse necessário. Ela não poderia fugir de um bando de lobisomens furiosos se estivesse servindo sopa em algum restaurante, ou até mesmo vendendo blusas de ponta de estoque.

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Quando o trabalho de Atena finalmente acabou ela subiu em sua velha bicicleta e pedalou para fora da cidade sentindo a brisa da noite limpar cada uma de suas preocupações. Era um longo caminho até a sua velha cabana, mas Atena não se importava muito com a distância que percorreria. Ela adorava pedalar por aquelas trilhas ouvindo apenas os sons dos grilos a sua volta.

Atena sempre se enchia de vida a luz da lua, ela sentia dentro de si leveza e paz quando a noite caía. Uma promessa silenciosa de que sua vida estava prestes a começar, e que o dia de amanhã lhe reservava mais que apenas algum trabalho qualquer para ganhar alguns trocados e se manter viva enquanto todo o seu corpo se curvava com medo a cada som que ela não reconhecia.

Perigo Irresistível - Série Lobos De Lakeville- Livro 3Donde viven las historias. Descúbrelo ahora