O famoso: Dia seguinte.

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Rebeca estava sentada em sua cama, tinha um caderno em seus joelhos e um monte de lápis e canetas espalhados pelo local.

A festa havia acabado em torno da meia noite e agora já era quase três da manhã.

Ouviu uma batida na porta e tentou esconder as coisas rapidamente porém, infelizmente, a pessoa entrou sem sua autorização.

- O que ainda faz acordada tão tarde?- Rebeca pousou o caderno novamente na cama e encarou o irmão- Não me olhe assim, eu bati antes de entrar.

- Deve esperar minha autorização.... Você me prometeu....

Heitor se jogou ao lado dela na cama.
- As vezes sinto saudades do seu nervosismo.

Ela continuou o encarando.
- Não tem graça....

Ele a olhou e depois o caderno em seu colo, ambos se encaravam como em uma disputa mental mas ele puxou contra a vontade dela.
- Grande irmão!

Ele levantou abrindo e folheando o caderno.
- Seus desenhos são realmente muito bem feitos.

Rebeca tinha o costume de desenhar quando estava sozinha e ela era muito boa nisso. Mesmo que ninguém além do irmão, Kent, Kennedy e uma serva particular já tenham a visto desenhando ou pegado seu caderno para olhar.

Heitor voltou a sentar ao seu lado.
- Aqui. O Kent tem uma pinta perto da orelha, se vai o retratar de lado, não falte aos detalhes.

Rebeca olhou para ver de qual dos desenho ele estava falando.

Era um em que Kent e Heitor estavam conversando perto do arco do jardim. Rebeca estava sentada em uma das mesas (Já que ela foi a desculpa que eles usaram para se encontrar) e decidiu retratar o momento cuidadosamente enquanto admirava o romance proibido deles.

- Você estava folheando atrás desse desenho... não é?

- A vi desenhando enquanto conversava com o Kent e fiquei curioso em como você estava retratando- Analisava o desenho cuidadosamente- Você acertou em cheio as covinhas dele.

Rebeca riu.
- Grande irmão, você é realmente apaixonado demais no senhor Kent, sabe cada detalhe do corpo dele... Isso é assustador.

Ele a olhou mas focou no desenho.
- Talvez você tenha razão, mas é que.... Eu quero lembrar de cada detalhe dele... Sinto que posso desenha-lo mentalmente quantas vezes eu quiser- sorriu- Mesmo que a realidade seja sempre mais bonita....

Rebeca o observava e sorriu.
- O senhor Kent, tem sorte de ter um amor como o seu...

Heitor riu fraco.
- Será mesmo?- ela o abraçou enquanto apoiavam suas cabeças- Não se obrigue a me abraçar, Rebeca.

- Você é meu irmão.... Não vou desmaiar com isso.

Ele riu.
- Sinto muito por insistir tanto que você encontre um noivo, sei que você não quer isso e é quase egoísmo da minha parte.

Ela só negou com a cabeça.

Não se sentia obrigada a nada. Se isso tirasse o preço das costas do irmão, o faria com prazer.

- Heitor... Eu te amo muito....

Ele riu e colocou o caderno para o canto a abraçando com vontade.
- Eu sei, eu também amo minha irmãzinha.

Heitor tinha um amor surreal pela irmã, desde criança ele tinha a noção de como ela era tímida e não conseguia se envolver ou demonstrar seus sentimentos e desejos, por isso ele foi abrindo o espaço para ela e a apresentava coisas novas. Por exemplo, ele que a ensinou a desenhar e dançar.

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