Me ergo e fico de pé, depois ele abre espaço para que eu entre dentro de casa, vou para o trocador consciente de que ele está atrás de mim, começo a me despir sentindo que o sangue sobe por todo o meu corpo até minha cabeça, sei que em muitos casos pode acontecer de uma mulher ter que ficar despida diante de um homem, não é um completo tabu, mas ainda é um tanto constrangedor.

Não há um outro lugar onde possamos tomar banho porque só há uma reserva de banho na minha casa, teremos direito há alguns minutos de água e teremos que fazer isso juntos, porque é assim que funciona, em algum momento na casa dos meus pais sempre me recordo dos banhos coletivos até completar 12 anos de idade com meus irmãos, já bem mais velhos que eu, era natural, até papai aumentar cômodos da casa e termos mais dois banheiros, nós nunca podemos utilizar mais do que necessário porque as condições já foram precárias demais.

Mamãe e papai sempre respeitaram muito nossas privacidades, mas havia épocas do ano que havia obrigação de racionamento de água, hoje não há obrigação de racionamento, mas de economia, e a limitação do uso da água é obrigatório.

—quantos minutos?—Virgo pergunta.

—3, com sorte 4—respondo olhando para o chão enquanto tiro a última peça de roupa do meu corpo.

—que sorte, meus banhos mais longos duram 2 minutos inteiros aos domingos—Virgo diz calmamente—eu economizo há cerca de 10 anos para que quando eu me casar, possa ter dois banheiros, um para as necessidades e um para os banhos.

Interessante e curioso.

—achei que os ministros tivessem direito há mais minutos de banhos.

—temos, mas eu economizo os meus, não tenta economizar os seus?

—eu tento as vezes, aos fins de ano ou quando recebo algum irmão ou sobrinho aqui.

Saio do trocador e vou na frente juntando as mãos.

—onde estudou? Me fale das suas formações?

Meus ombros sobem e descem porque tento respirar fundo, entro no lavador, recuo um passo e fico de costas.

—me formei na universidade local, sou formada em história, eu tenho especificação em mapas antigos e sei falar 7 das antigas línguas dos 5 continentes que haviam na antiga terra.

—gosta de consertar relógios?

—meu pai me ensinou, fui a única da família com boas mãos para este tipo de ofício, eu aprendi a gostar.

—Sven tem ciúmes de você, sabia?

Mais uma vez reviro os olhos, a água começa a jorrar rapidamente do chuveiro e sou puxada para debaixo dele com pressa pelo ministro, ele me entrega o sabonete e se move, mesmo que eu sinta seu corpo roçando no meu, tenho consciência que ele age depressa porque o nosso banho será muito rápido, espalho o sabonete por minhas partes íntimas e estendo para ele, enquanto me enxáguo enfio a cabeça debaixo da ducha de água fria e refrescante, me afasto lhe dando espaço e sei que ele se lava muito rápido.

—talvez meus pais desaprovem essa intimidade não acha?—indago pensativa sobre isso.

—eu nunca faria nada de errado nem que colocasse você em algum tipo de risco, estamos compartilhando uma convivência, é normal entre noivos.

—não é bem assim que meus pais disseram que foram os encontros deles, não há ninguém aqui me acompanhando.

—eu estou te acompanhando, sou um ministro, por que precisaria de alguém para me vigiar?

—talvez cometa algum deslize.

—eu nunca cometo deslizes.

—e se cometer?

EvergreenWhere stories live. Discover now