Déjeuner en famille.

Začít od začátku
                                    

— Prazer em conhecê-la! — falei sorridente e logo olhei Paige ao meu lado.

— Vou pegar mais um prato e pôr à mesa — disse minha amiga já se retirando do local em seguida.

Mais para trás estavam Ada com seu filho Karl, Polly, Thomas, Lizzie e Ruby. Doeu meu coração ver os dois juntos, mas era o destino e eu não podia fazer nada a respeito. Afinal, eu não queria machucar a mulher que tanto o amava. Meu amor poderia desistir dele, desde que ele tivesse um casamento feliz com ela.

— Sintam-se em casa — falei. — Vocês vão beber antes ou almoçar?

— Podemos almoçar e mais tarde beber — Ada falou alisando a barriga. — Estou com fome.

— Ótimo! Vamos comer então! — Arthur deixou a garrafa de gim sobre o balcão.

Enquanto todos iam para a cozinha para arrumar a comida, observei Thomas colocar outra garrafa de bebida alcoólica no balcão ao lado de onde seu irmão havia deixado a sua e, em seguida, dirigir-se para o outro cômodo. Fui a última a ir buscar o meu almoço, afinal eu iria me certificar de que todos estavam bem antes de me sentar e comer com calma.

Por fim, sentei-me ao lado da matriarca da família e começamos a comer. Logo uma conversa desenfreada sobre como Arthur havia desencalhado começou, trocamos outros assuntos sobre a vida e alguns acontecimentos pessoais.

— Eles adoravam correr atrás das crianças da família, John sofreu na mão do Arthur — a mulher mais velha contava, em sua mão segurava uma taça de vinho.

Senti falta de John, se ele estivesse lá, ele estaria sorrindo e brincando com todos os outros.

— Uma vez Thomas me buscou em uma festa de amigas, foi a maior vergonha da minha vida — Ada balançou a cabeça lembrando do acontecimento.

De relance olhei Thomas mais afastado e ele sorria levemente. Deus do céu, ele tinha um lindo sorriso. Seus olhos se encontraram com os meus e logo desviei o olhar.

Quando o almoço acabou, os dois homens ficaram bebendo no salão e as mulheres foram até a cozinha. Eu e Paige lavamos a louça e as outras conversavam sobre diversos assuntos.

Foi divertido ver todos reunidos sem falar de negócios. Domingo deveria ser assim, sem preocupações e mortes, apenas a família curtindo a companhia um do outro.

— Vocês tem algum megafone? — Linda indagou chamando minha atenção.

— Tenho um, lógico — minha amiga disse. — Vamos levá-lo ao salão.

A loira acenou com a cabeça e saiu da cozinha com Paige, eu e as outras mulheres voltamos para onde os homens estavam. A filha de Lizzie estava brincando em um canto com alguns de seus brinquedos e a mulher foi ver como ela estava.

As mulheres chegaram carregando o grande megafone e o colocaram em uma das mesas. Paige pegou os discos de vinil e colocou um deles, começando a tocar imediatamente. Uma música suave, mas dançante, começou a surgir no local.

— Venha dançar comigo, Arthur! — Linda disse, esticando a mão para o homem sentado em sua frente.

Ele olhou em volta antes de trocar a taça pela mão delicada da mulher e se levantar, unindo seu corpo desajeitadamente ao dela.

Sentei-me em uma cadeira vazia observando a dança do casal. Eu ficava feliz em vê-los felizes.

Mais tarde, quando os que estavam dançando se cansaram, minha amiga teve a brilhante ideia de me fazer tocar uma música no piano velho e empoeirado aposentado no canto do local. Escolhi "The Night We Met", eu amava e sabia tocar a música de cor. Meus dedos encostaram nas teclas suavemente no começo e logo movi minhas duas mãos tocando a canção. Observei todos atentos em mim. Era uma música linda e me lembrou muito quando conheci Thomas, queria que ele soubesse que aquilo era para ele.

[...]

No dia seguinte, cheguei ao escritório mais cedo e encontrei todos concentrados em suas devidas tarefas. Eles estavam mais relaxados, talvez fosse o ambiente descontraído do almoço de domingo, mas era bom deixá-los calmos, assim pensariam com mais paciência sobre as suas escolhas.

Minha mesa estava cheia de dinheiro e olhei em volta para ver se alguém estava me observando, mas eles estavam muito concentrados. Peguei as notas e dobrei-as, deixando-as no canto. Embaixo delas havia um bilhete escrito "Pelo prejuízo do almoço, no próximo não comeremos tanto". Eu sorri e me perguntei se Arthur ou Thomas teriam feito isso.

Com o dinheiro em mãos, caminhei até a sala de Arthur. Ele estava sentado vendo algo no jornal, mas trabalho mesmo nada. Ele não gostava de escritórios, seu negócio era a rua.

— Você fez isso? — levantei a mão e ele me olhou assustado, balançando a cabeça em seguida.

Droga.

— Meu irmão te deixou isso — abriu uma das gavetas e tirou um bilhete de lá, entregando-me.

Peguei de sua mão e assenti, quando já estava saindo do cômodo, o ouvi resmungar.

— O casamento nem começou e já vai acabar.

Quis rir, mas era sério.

Fingindo não ter escutado segui de volta à minha mesa e sentei-me, abrindo o outro bilhete. Nele estava escrito "Conheceremos um homem importante hoje, esteja às dez e meia no canal".

Peguei a nota sobre o dinheiro e comparei as duas cartas, finalmente rindo. Thomas estava me pagando pelo almoço, mas eu não aceitaria.

Quando o relógio bateu às dez horas, levantei-me pegando minhas coisas e saí sem dar satisfações para ninguém. O canal não ficava longe, mas eu não iria me atrasar.

Duas silhuetas masculinas foram vistas quando eu terminei de descer os pequenos degraus, um dos homens era bastante alto e o mais baixo que eu conhecia era Thomas.

— Cheguei! — disse alegremente fazendo os dois se virarem para mim.

Eu encarei a figura masculina mais alta e engoli em seco, sentindo todo o nervosismo percorrer meu corpo. Aquilo era impossível.

Coração Negro | Thomas ShelbyKde žijí příběhy. Začni objevovat