Uma CEO inalcançável.

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- Quem ele acha que é?! Ele é pavoroso! - Julieta sussurra. - Já vimos demais! Vamos até o Rh, precisamos de informações.

Juli e eu descemos rapidamente pelos oito andares do prédio e chegamos ao térreo, indo diretamente ao Rh.

- Senhorita Delvecchio! - Uma senhora saúda com um sorriso. - Quanto tempo!

- Gabriela! Que bom vê-la! - Julieta sorri. - Esté é Martín Pallavicini, meu sócio.

- Prazer! - A senhora diz educada e eu retribuo.

- O prazer é todo meu. - tento sorrir, mas as cenas de abuso de poder me nublam a visão.

- Em que posso ajudar? - diz simpática.

- Preciso que saiba que este prédio está numa vistoria mensal e eu preciso dos relatórios de tudo, principalmente o que informa como Paulo Paschetto chegou à gerência! - Julieta diz firme. - Preciso de todos os dados.

- Sim, senhora. Cuidaremos disso. - Gabriela diz firme e eu sinto que podemos confiar nela.

- Outra coisa, quem é a senhorita Angelina que está no andar da gerência? Me diga que não é a estagiária que veio de Milão?

- A própria! Ela é muito boa! - Sorri orgulhosa.

- Sabia que Paulo a agride? Oprime e a envergonha naquele andar? - Noto uma expressão de horror se formar no semblante da senhora.

- Digam que é mentira! Ninguém falou nada, vocês sabem como as notícias correm nas empresas.

- É bem pior, aquela outra secretaria ri com gosto das cenas, hoje ele a empurrou e ela ria! Me deu nojo de uma pessoa como aquela, rir e negligenciá-la! - Digo furioso

- Quero as gravações daquele andar, quero ver tudo. - Julieta diz um tanto furiosa.

- Já avisei o pessoal dos circuitos. - Gabriela diz aflita.

Em alguns minutos, dois jovens entram, nas mãos da garota está um tablet e o garoto está com notebook.

- As imagens desde o dia que ela iniciou, mas não tem nada demais. - A jovem mostra em seu tablet.

- E as câmeras do elevador? Precisamos de todos os recursos possíveis. - indico ansioso.

Noto o garoto, teclando freneticamente no notebook e depois vira o aparelho para nós.

- É ridículo. Escutem - o garoto aponta.

- É por aqui que alguém como você deve descer! - Paulo empurra a garota em direção às escadas, com a visão clara de frente do elevador. - Elevador é para a elite, entende? Você deve usar a escada, não quero vê-la nem nos corredores dos elevadores. - Ele a empurra novamente.

- Aqui, das câmeras das escadas dá pra ver, ela cai e rola um lance! - o menino diz atônito

- Por que ela aceita isso? - Penso em voz alta.

- Este estágio é obrigatório da faculdade, temos uma parceria, além disso, ela é bolsista e somos a única empresa que remunera os estágios. - Gabriela explica de modo delicado.

- Eu quero que chamem a polícia. - Julieta diz e todos afirmam.

- E preparem duas cartas de demissão. - Digo firme e eles me olham com um semblante confuso. - Não engoli aquela negligência da secretaria. Inclusive acho que ambas e a senhora do setor jurídico devia estar lá para verem.

- É verdade. - Juli concorda. - Chamem elas.

- Ele está saindo para o térreo agora. - A jovem diz olhando no tablet. - Todos vão acabar se encontrando, estão descendo.