primeiro capítulo

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BIANCA.
Acordoei um pouco depois do horário, mas daria um desconto pra mim, eu estava muito cansada e me cobrando muito, aliás cansada não, estava exausta.

— Bom dia minha menina. — Recebi um beijo na testa assim que sentei na mesa do café.

Mais uma vez sozinha. Sorri simpática para minha ajudante, não gosto de tratá-la como empregada, a minha ajudante que já tinha mais o menos 2 anos e meio comigo nessa residência, o período que eu tinha de casada.

A Rosa é uma senhorinha de um pouco mais de sessenta anos, ela não era casada e nem tinha tido filhos, por toda essa história resolvi adota-la como uma mãe, como uma segunda mãe, já que a minha morava um pouco longe de mim, junto com meus dois irmãos, na capital paulista que ficava a mais o menos 350km de mim.

— Está com os olhos fundo e com olheira, não tem dormido direito Bianca? — Ela perguntou assim que serviu minhas torradas.

— Problemas Rosinha, problemas. — Sorri fraco.

— O que está mais te consumindo? — Ela perguntou sentando do meu lado e segurando em minhas mãos.

— O lançamento da marca. — Falei rápido, mesmo sabendo que não era só aquilo que me consumia.

Eu estava preste a lançar uma linha de maquiagem, uma linha própria, com cores, nomes e várias outras novidades criadas por mim junto com dois amigos de longas datas.

Mas não era só esse o motivo da minha dor de cabeça, o motivo também era o meu casamento, um casamento que aconteceu às pressas por falta de maturidade, um casamento que parecia já vim fadado pra dar errado.

O porque de acontecer às pressas, nem eu mesma sei, acho que o impulso mesmo, não vou dizer que não já tive momentos feliz que estaria mentindo, porém de um tempo pra cá o único momento que nós entendemos é quando estamos sem roupa embaixo do lençol, isso eu não posso negar, essa chama ainda não apagou.

— Vai da tudo certo minha filha, Deus vai te honrar, você vai ver, desde que eu te conheço eu sei que a sua história foi toda de dedicação e esforço, que o fato de ser casada com um homem que não tem mais onde enfiar dinheiro, você nunca ficou parada. — Ela falava segurando minha mão oposta a que eu segurava o meu celular.

Minha atenção meio que voava alheia a tudo que ela falava, rolei meus olhos pelo WhatsApp, abri a primeira conversa que era com o meu marido.

Amor ❤️
Não te esperei porque sei que você prefere vim com o seu carro.

Revirei os olhos, preferia porque até nesse momento a gente brigava, se fosse por um atraso de segundos que eu tinha, brigávamos pela música que ele colocava na rádio ou o volume que ele a ouvia, brigávamos pela falta de atenção dele como o trânsito, resumindo, buscávamos motivos pra brigar.

Nem respondi, sai da conversa com ele e entrei na conversa com os meus dois amigos, a minha duplinha que comigo fazia o mais perfeito trio das meninas super poderosas. Esse trio era composto por mim, Theo e a Ana Júlia.

Theo eu já conhecia desde o início da minha adolescência, a Ana eu conheci já dentro da faculdade estudando Administração e eu fazia Publicidade.

Falei ali rápido com eles, mas tarde teria uma ida ao shopping nossa, pra tomar um chop e discutimos as últimas coisas para o lançamento.

Eu era uma digital influencer com o nicho voltado para assuntos femininos moda, maquiagem entre outros. Tinha um pouco mais de 2M de seguidores. O que me ajudaria muito a levantar minha marca.

Eu também trabalhava dentro da equipe do Flamengo, dentro da equipe de publicidade, embora fosse bem nova, no auge dos meus quase 23 anos, eu era quem trazia o público feminino aquele assunto normalmente vivido por homens.

Labirinto | GB10Where stories live. Discover now