𝐘𝟓: Weasley Is Our King

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Remus era minha maior inspiração. Meus pais também, é claro, até porque eu pretendia seguir a mesma carreira que eles, mas Remus me ensinara a apreciar acordes graves e agudos e pinturas a óleo. E eu via como ele era corajoso, e como arriscara tudo o que tinha apenas por nós, pela nossa família. Ensinara-me a compor músicas e a tocar, e a escrever poemas sobre as belezas ocultas da vida. Podia-se dizer, de certa forma, que eu era próxima dele como de mais ninguém.

Os sonhos também continuavam, e eram cada vez mais frequentes. Tentei discuti-los com Hermione, e ela mostrou-se bastante interessada quando Harry disse que tinha visões parecidas. A garota falou que nada daquilo fazia sentido porque Harry aparentemente tinha alguma ligação com Voldemort, sendo que eu nunca nem o vira pessoalmente na vida. Sabia que era careca, e que era feio, e que não tinha nariz, mas nunca ficara cara a cara com o bruxo. Confesso que não queria.

— Tenho que admitir que é muito estranho — concluiu Hermione quando todos estávamos no dormitório de Harry e Ron, fazendo alguns deveres. — Você acha que Voldemort tem alguma coisa a ver com isso?

— Talvez, mas ele nem sabe quem eu sou, Hermione. Não faz sentido nenhum.

Ron coçou o queixo, pensativo.

— Não sei... Todo mundo meio que sabe quem você é, S/N. Sua família é quase tão famosa quanto Harry. Você nunca saiu de casa e percebeu que as pessoas não paravam de olhar para você?

— Bem, às vezes — admiti. — É desconfortável, concordo, mas isso ainda não explica muita coisa. Por qual motivo Harry e eu teríamos os mesmos sonhos?

Hermione levantou-se de repente, e todos olhamos para ela, que nos encarou com uma sombra de dúvidas do olhar.

— Eu estive pensando — disse ela — se os Patronos de vocês não tem formas parecidas.

Almas gêmeas, pensei. Era essa a possibilidade que Hermione estava cogitando, mas talvez ela estivesse errada. Não que não fôssemos, mas isso não era justificativa para o que estava acontecendo.

— Na verdade, não — respondeu Harry. — São bem diferentes, até. Por que a pergunta?

Hermione me encarou por um tempo, esperando que eu dissesse algo diferente. Não disse.

— Por nada.

— Relaxe, Hermione — disse eu, embora não estivesse tão convicta assim. — Provavelmente é apenas um sinal de que estou pensando demais nos sonhos de Harry. Ultimamente, tenho estado muito curiosa para descobrir o que está escondido naquele tal salão do Ministério. Deve ser só coisa da minha cabeça.

— É — disse ela, devagar — , deve ser.

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Finalmente, o dia da tão esperada partida entre a Grifinória e a Sonserina chegou; e o clima festivo não poderia estar mais perfeito. Apesar do vento gelado do final de outubro, não havia uma única nuvem no céu, o que significava que os jogadores não teriam que se preocupar tanto com a possibilidade de chuva. Estávamos no Salão Principal, e o joelho de Harry encostou-se no meu, proporcionando-me um friozinho na barriga. Hermione lia o Profeta Diário, e Ron estava muito nervoso.

— Você está bem? — perguntei a ele, que parecia sentir-se meio mal. Ron não respondeu, e encarou seus ovos com bacon sem muita animação.

— Você precisa comer — disse Harry. — Vamos.

Mas Ron estava tão cabisbaixo que parecia que estava diante da última refeição da sua vida.

— Não sei onde eu estava com a cabeça quando decidi entrar para o time — sussurrou ele. — Provavelmente maluco.

𝐌𝐀𝐒𝐓𝐄𝐑𝐏𝐈𝐄𝐂𝐄, harry potterWhere stories live. Discover now