Wrong number, wrong time - extra

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Ace andava pelo quintal com uma montanha de comida em seu prato, sentindo as mãos pequenas de Momo segurarem em sua testa. Em algum momento daquele churrasco o garoto havia se apegado a si, talvez pelo copo de refrigerante que dera para ele às escondidas ou talvez por ter dividido alguns espetos com o menor. Mas o moreno não sabia dizer ao certo o que fora. 

Agora o pequeno se agarrara em si tal qual carrapato e pedira para ficar em seus ombros, o que a princípio não foi algo ruim, afinal, não desgostava de crianças tanto assim. 

— Tio, mais refri — pediu o garoto espalmando suas mãos no rosto alheio antes de apontar para a cozinha — por favor. 

— Tá bem, vamos lá — concordou o moreno passando os olhos brevemente pelo quintal, vendo o irmão e o cunhado olhando para si e dando risada, com certeza deveriam estar fazendo alguma piada sobre sua situação — se segura aí, Momo, não vou te segurar porque estou comendo. 

Depois de dizer isso, o moreno ergueu o garfo até a montanha de comida e estava prestes a colocá-la em sua boca, quando sentiu os braços do garoto rodearem sua cabeça, mais especificamente bem em frente aos seus olhos pouco depois do menor se mover levemente para trás. 

— Ei, assim eu não consigo ver — reclamou o moreno balançando a cabeça pros lados, tentando tirar os braços do menor de sua frente. 

— Eu quase morri — afirmou o menor se agarrando ainda mais, tremendo levemente e fechando os olhos. 

— Quase morreu? No máximo ia ter um calo na cabeça se caísse daí — pontuou o moreno sem saber muito bem o que fazer, não conseguia ver onde estavam do quintal e suas mãos estavam ocupadas para ajudá-lo — Momo, me solta. 

— Não, s-se eu te soltar eu vou cair e morrer — reiterou o garoto, apertando ainda mais os braços. 

Naquele momento, Ace só conseguia pensar o quanto não serviria para ser babá de alguém, afinal, estava prestes a ficar irritado com o garotinho e se suas mãos estivessem livres certamente o teria arrancado de si a força. 

— Parece que alguém está se dando bem com o Momo — o moreno ouviu a voz calma de Marco comentar entre risadas — que bom que estão se divertindo. 

— Ei, tira ele daqui, Marco. Eu não vejo nada, manda ele me largar — resmungou o sardento em um tom irritado e levemente frustrado, um enorme bico se formando em seus lábios. 

Uma risada alta invadiu os ouvidos do sardento pouco antes do aperto se afrouxar e o peso em seus ombros sair completamente. Ao abrir os olhos viu o loiro rindo enquanto colocava o garoto no chão ao lado da irmã. 

— Você leva muito jeito com criança, já pensou em ser babá? — provocou Marco abrindo um pequeno sorriso de lado.

— Claro, só se for para morrer de fome — respondeu o sardento voltando sua atenção para o prato de comida, enfiando algumas garfadas em sua boca. 

— Vocês estavam indo para algum lugar? 

— Ah, a gente ia na cozinha buscar... 

— Buscar farofa — completou o garotinho dando um sorriso nervoso para o loiro. 

— Farofa? Você gosta de farofa, por acaso? — questionou o loiro encarando o menor, erguendo levemente a sobrancelha. 

— O tio falou que era bom e eu quis provar. 

— Eu não... — o moreno parou de falar ao ver a expressão suplicante do menor para si — ah foi isso mesmo, a gente tava indo buscar farofa, já voltamos. 

Após dizer isso, o moreno tornou a colocar mais umas garfadas de comida em sua boca e seguiu direção a porta para a casa, só parando quando sentiu as mãos do loiro o seguraram e o girarem suavemente. 

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