Capítulo 4

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|Mariah| - Dias atuais

Soco a parede dos fundos da casa e acabo assustando a RiRi que descansava ali. Lágrimas escorriam dos meus olhos. Eu queria parar, mas não conseguia. Eu era uma fraca idiota por deixar aquele beijo acontecer. Fecho meus olhos e toco os lábios ainda inchados. 

Por Deus, o beijo ainda era o mesmo que me lembro, o mesmo que nunca consegui esquecer. RiRi me olha curiosa e puxa a barra da minha calça.

— Eu sou uma fraca idiota RiRi — Ela vira a cabeça me analisando e sorri, me fazendo sorrir também. Me abaixo e pego ela no colo. — Eu pensei que todo esse tempo longe me faria esquecer, sabe? eu realmente acreditei nisso com todas minhas forças, mas eu não consigo. Ele me beijou e eu derreti como uma adolescente, sabe como isso é patético? — Ela sorri de novo — Eu sei, deve ser bem engraçado pra você. — Coloco ela com cuidado no chão de novo e seco as lágrimas. 

— Pelo menos tenho uma boa noticia, nosso Gui recebeu alta e vai vir pra casa, isso não é ótimo? — RiRi começa a sorrir ainda mais e pular, muitos diziam que não, mas eu podia apostar que ela sabia exatamente o que eu estava falando e estava muito feliz por isso.

Levo mais tempo que gostaria para me recompor e voltar para dentro de casa. Encontro minha mãe andando de um lado para o outro no telefone. Ela estava nervosa.

— Como assim surtou? Explica isso melhor? — Eu sei que minha mãe ama o que faz, mas essas modelos dão tanto trabalho a ela que por nós ela se aposentadoria, mesmo sendo jovem. Ela já tem dinheiro pra viver várias vidas.

Minha mãe foi uma modelo muito famosa no exterior, alcançou seu lugar ao sol, mas não era feliz lá, na verdade ela não tinha esquecido meu pai, mas é o que eles sempre dizem, minha mãe teve que ir embora para que pudéssemos chegar aqui. Se eles tivessem ficados juntos naquela época, meu pai não teria nos adotado com a minha mãe Cléo. Eu sentia saudades dela todos os dias, foram anos de terapia para superar perder minha melhor amiga. Rebeca sempre foi ótima comigo e com o Gabe, uma mãezona, mas com a Cléo era diferente, talvez seja porque saímos dos mesmo buraco. Ela entendia minhas dores e eu as dela.

— Como assim clinica psiquiátrica? — Aquilo interrompeu meu devaneio e voltei atenção para ela. — Me mantenha informada, vou ligar para o Enzo — Ela suspira e desliga.

— O que aconteceu? — Pergunto já nervosa, pensando que aconteceu algo com a tia Lara.

— Aquela amiga, namorada do Enzo, nem sei mais. Miriam. Ela teve um surto bem no meio da sessão de fotos, tiveram que chamar ajuda médica e ela foi levada para ala psiquiátrica. — Aquilo me surpreende.

— É por que estão te ligando? Por acaso essa sessão de fotos era na sua agência? — Ela me olha culpada.

— Eu estava esperando o melhor momento pra te dizer que contratei a Miriam. Ela me procurou na agência, é sozinha, mãe solo. Pediu uma oportunidade e não pude negar, ainda mais ela sendo amiga do Enzo — Saber que minha própria mãe contratou aquela mulherzinha me deixou nervosa. Minha mãe sabia como tudo que envolvia o Enzo me afetava e ela contratava a namoradinha dele? Nossa aquilo era a pior das traições. E foda-se se eu estava sendo imatura sobre aquilo.

— Não acredito que fez isso, Rebeca — Falar seu nome a deixou magoada, mas naquele momento eu não estava nem ai, porque ela tinha acabado de enfiar uma faca bem nas minhas costas.

— Preciso avisar ao Enzo — Ela se vira de costas e liga para ele, leva alguns segundos até ele atender — Oi, Enzo é a sobre a Miriam, soube que ela foi internada, parece que teve um surto durante a sessão de fotos... Sim, vou te passar o endereço, acho que alguém da equipe acompanhou ela... ok, qualquer coisa me avisa — Ao desligar ela suspira e olha para mim.

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