Clarice: Eu!- levantou a mão de leve.

Liz: Mas...

Clarice: Vai descansar querida...- segurou meu rosto com carinho.- Prometo que vou avisar qualquer mínima coisinha que acontecer, ta?- assenti e ela beijou minha testa.- Boa noite meu amor.- sorriu.- Amo vocês.- beijou a testa de Lucca.

Meu irmão e eu, fomos para minha casa. Ele estacionou em uma vaga que ninguém estaciona, e assim que entramos em meu apartamento, eu tranquei a porta e então fomos para meu quarto.

Lucca deitou na cama e eu deitei com a cabeça em seu peito. Ficamos horas conversando sobre algumas coisas e sobre o ocorrido.

Nós choramos juntos, rimos lembrando de momentos com nosso pai e depois oramos agradecendo por ele não ter ido embora. Depois de muita conversa senti meus olhos pesarem, e logo peguei no sono enquanto meu irmão fazia carinho em minha cabeça.

12:00 / 16 de outubro, sexta.

Connor on

Não vi Liz na escola hoje, o que fez total sentido depois da noite de ontem. Ela deve ter passado a madrugada toda esperando o pai sair da cirurgia.

Hoje o treinador cancelou o treino por conta de alguns problemas pessoais, então resolvi sair um pouco sozinho para arejar a cabeça.

Grace tentou falar comigo algumas vezes na escola, mas nem me esforcei para dar atenção. Nunca pensei que ela pudesse ser alguém tão fria... Realmente me decepcionei.

Fui para minha casa, tomei um banho relaxante e saí colocando uma roupa confortável, porém bonita o bastante para sair. Arrumei algumas coisas em meu quarto, que estava uma zona, e aproveitei para arrumar minha escrivaninha.

Fui pegar minha carteira dentro da mochila da escola, que é onde deixei ontem, mas a mesma não estava lá. Confesso que estranhei bastante, pois usei a carteira ontem na escola e lembro de ter devolvido para a mochila. Sei que não tirei de lá depois que voltei do treino ontem, pois o cartão que eu iria usar para pagar o jantar de ontem, estava em meu carro.

Resolvi procurar pela casa, e assim que fui para a sala, vi a carteira na mesa de centro. Peguei a mesma e chequei para ver se Scott não havia pego nada, mas estava faltando meu outro cartão. Meu irmão nunca foi de pegar nada sem pedir, então fiquei meio confuso.

Scott: Eaí.- disse entrando em casa, então o olhei.- Que foi?- perguntou jogando a mochila no chão e fechando a porta em seguida.

Connor: Você pegou meu cartão daqui?- me olhou.

Scott: E eu lá pego suas coisas?- se jogou no sofá.- Não deixou em cima de algum lugar pela casa?- neguei.

Connor: Nem tirei a carteira da bolsa, e ela estava aqui em cima.- me sentei.- Pensei que tinha pego.

Resolvi procurar mais um pouco e depois perdi a paciência. Sai de casa e bati na porta da Liz, mas ninguém atendeu. Desci para a garagem e então fui para o shopping dar uma volta.

Ao chegar no shopping, estacionei e entrei no mesmo. Fiquei andando enquanto pensava um pouco e fui comprar um frappuccino no Starbucks. Acabei dando risada quando passei em frente aos games, e lembrei da última vez que vim aqui.

Me sentei em um banco na área aberta da praça de alimentação, e fiquei olhando a paisagem enquanto digeria e pensava na discussão de ontem. Acho que não estou errado em ter gritado com ela, afinal, ela foi uma idiota... Mas ainda me sinto meio mal.

Saí de meus pensamentos quando vi chegar uma notificação do app do meu cartão.

Connor: Puta merda!- meus olhos se arregalaram, e então peguei o celular da mesa.

Eu até pensei que tinha visto errado, mas assim que abri o aplicativo, está lá certinho "você esteve em Chanel, shopping" COM O VALOR DE 8000 EUROS!

Não passa nem wifi, pois acabei de lembrar que é meu cartão sem limite. Ela não seria capaz de fazer isso.... Não consigo acreditar.

Simplesmente me levantei na maior fúria, e fui andando o mais rápido que pude até a loja da Chanel. Claro que ela não estava mais lá, mas como não sou idiota, comecei a olhar em todas as lojas de grife que ficam naquele corredor.

Após procurar em duas lojas, achei Grace e suas amigas olhando algumas roupas dentro da Prada. Me aproximei em silêncio, e Flora me olhou assustada.

Flora: Hm... Grace.

Grace: Que?- perguntou ainda olhando as roupas.

Trina: Grace...- cutucou a mesma.

Grace: O que é?!- as olhou impaciente.- Que caras são essas? Parece até que viram um fantasma!- as meninas apontaram para trás, e Grace então se virou.- A-ah... O-oi amor.- engoliu a seco.

Connor: Você tem bosta na cabeça?- perguntei baixo, tentando não chamar a atenção.- Só me diz isso.- a mesma ficou pálida.- Vem!- segurei em seu pulso e a puxei normalmente, mas a mesma continuou parada.- Se não estiver afim de sair com fama de ladra dessa loja, acho melhor vir comigo.- disse em sua orelha.

Grace se despediu das amigas e então fomos até meu carro. Assim que entramos, coloquei a mão no rosto e respirei fundo para controlar o ódio que estou sentindo.

Grace: Amor, eu posso explicar...

Connor: Eu não quero explicação.- a olhei.

Grace: Mas deixa eu explicar!- disse fazendo voz de mãnha.

Connor: Então explica, Grace! Explica o que você tem na cabeça, por que eu ainda não consigo entender!- senti meu rosto queimar e a olhei com fereza.

Grace: Como a gente ia vir para o shopping ontem, peguei seu cartão. Achei que não se importaria de eu comprar uma coisinha para me agradar.- olhou para a bolsa.

Connor: Essa coisinha, custou 8000 EUROS, DAVIES!- gritei com a mesma.- Caramba Grace, você me roubou... ME ROUBOU MANO, CÊ TEM NOÇÃO?

Grace: Você é meu namorado!

Connor: Mas o cartão é meu, o dinheiro é meu e você não pediu antes de pegá-lo e comprar essa merda!- apontei para a bolsa.- Seu pai é podre de rico, por que não pegou o dinheiro dele, em?

Grace: Ele não deixa, diz que estou comprando demais.- olhou para as unhas e fechei meus olhos tentando me acalmar.

Connor: Sai do meu carro...- disse calmo e a mesma segurou minha mão.

Grace: Me desculpa, amorzinho.- respirei fundo e a olhei.

Connor: Eu estou pedindo com educação, Davies.- puxei minha mão.- Sai do meu carro, por favor.- abri a porta atrás dela.- Some da minha frente, Grace!- aumentei a voz impaciente e a mesma desceu.

Grace: Quando estiver mais calmo a gente conversa.- ajeitou a bolsa transversal em seu ombro e eu ri desacreditado.

Connor: Não vamos conversar sobre nada.- abri o porta luvas.- Pode levar seu perfume, sua bolsinha de maquiagem e até seu lacinho.- disse tirando as coisas do mesmo.- Acabou, Grace! Não confio mais em você, nem nesse seu papinho, nem nessa cara de sonsa patricinha!- entreguei as coisas para ela.- E não apareça lá em casa, porque não estou nem um pouco afim de ver você na minha frente hoje!- fechei a porta do carro.

Grace: Mas e minhas coisas que estão no seu apartamento?- perguntou olhando pela janela.

Connor: Eu levo pra você na escola.- liguei o carro.- Agora da meu cartão!- estiquei as mão e a mesma me entregou e então dei ré no carro.

Saí do shopping com a maior raiva, nunca pensei que ela fosse capaz de algo assim. Tudo bem que todos me avisaram, falando que ela é interesseira, que só pensa em dinheiro e status. Mas o trouxa aqui decidiu confiar.

Chego em casa batendo a porta. Scott me olhou assustado e tentou falar comigo, mas apenas me tranquei no quarto e me deitei para tentar me acalmar.

O Idiota do Meu VizinhoWhere stories live. Discover now