Reencontro

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- Xiao? - Lumine pergunta ainda chocada com a aparição repentina do Yaksha - como...?

- Você me chamou - ele diz observando ela - eu disse que viria se chamasse meu nome.

- Eu... apenas estava pensando - ela suspira prevendo a irritação do adeptus por não ser uma situação digna de sua atenção - me desculpe por te fazer perder seu tempo.

Ele apenas olha pra ela alguns segundos assentindo positivamente. Ela volta a olhar pra paisagem imaginando que o jovem adeptus iria embora, porém surpreendentemente ele se senta a uma certa distância dela. De certa forma a presença dele era reconfortante ao mesmo tempo que silenciosa, ela se sentiu segura sabendo que ele ficaria ali pelo menos por algum tempo, Xiao avaliava a loira discretamente "Por que ela está aqui sozinha? Onde está a coisa flutuante que sempre acompanha ela?" Ele sentia vontade de perguntar, porém se manteve em silêncio.

- Provavelmente isso não interessa a você, por que acha sentimentos mortais triviais, mas estou cansada demais de guardar tudo pra mim - Lumine diz se virando pra olhar o adeptus que mantém a expressão neutra - estou cansada dessa jornada, não me arrependo de ninguém que eu ajudei no caminho até aqui mas... quem me ajuda?

Xiao ouvia com atenção apesar de manter a expressão imutável, ele viu o brilho suave da pouca luz nas lágrimas do rosto dela. Seus dedos coçaram pra secar o rosto de Lumine, porém se manteve quieto "Não devo toca-lá".

- Tudo o que eu queria quando fui até Inazuma eram respostas, mas o que consegui foi apenas problemas e confusões - lágrimas quentes desciam pelos olhos dela e a frustração era clara pela forma que ela arrancava a grama do chão parecendo nem perceber - eu não queria me meter naquela guerra civil, não queria lutar contra ninguém. Só queria conversar com a Shogun pra ter minhas respostas e seguir em frente, ao invés disso quase fui morta várias vezes e vi amigos morrerem.

O guardião Yaksha mal podia acreditar no que estava ouvindo "então não eram boatos... era tudo verdade" imaginar a viajante sofrer por ter perdido um amigo deixava Xiao inquieto, como se algo estivesse incomodando sua mente. O choro baixo da loira fazia algo dentro dele quebrar e um instinto protetor aflorar dentro dele, porém ele nada fez. Xiao não era bom com palavras e não tinha contato com muita gente pra saber o que fazer naquele momento e sinceramente ele se perguntava por que se importava com o que ela sentia.

- Quando disse que se estivesse em perigo deveria chamar meu nome - ele começa - era por que eu iria te livrar do perigo, não importa aonde estivesse.

Lumine levanta os olhos, não esperava que Xiao dissesse algo. Na verdade já bastava que ele a ouvisse, e pelas palavras dele naquele momento ele havia ouvido com atenção o que ela tinha pra contar.

- Você já protege Liyue todos os dias - ela enxuga as lágrimas com as mãos - não devo sobrecarregar nem você nem ninguém com meus problemas. Vou ter que lutar sozinha.

- Você ajudou a salvar Liyue - "Você tem amigos que lutariam ao seu lado" ele pensa - merece retribuição.

- Apenas estou cansada Xiao - ela diz sentindo os ombros pesarem - me desculpe por despejar tudo em você, sei que somos... amigos, acho mas já te fiz perder tempo do seu trabalho demais.

Dito isso Lumine sai, deixando o adeptus sozinho. Ele observou a silhueta da viajante desaparecer "Ela parece diferente" ele reflete, quando ouviu o chamado na voz dela pensou que finalmente algum perigo havia se imposto a frente da loira e pensou que ela precisaria dele. Porém o que encontrou ali era o oposto do que se lembrava dela antes da partida, Inazuma havia mudado Lumine e Xiao não entendia o que estava esperando "Eu não procuraria por ela se não me chamasse, devo manter meu contrato e cumprir meu dever" ele pensa. Desistindo da linha de pensamentos confusos que estava tendo, ele partiu afinal os demônios que combatia não paravam muito menos esperavam por ele.

***

Lumine acordou com o corpo pesado, não sabia se a conversa com Xiao tinha sido um sonho ou realidade. A única coisa que sabia era que tinha que levantar, afinal após o café da manhã teria que fazer as missões da guilda já que ficar sem mora deixaria ela e Paimon em apuros. Após tomarem café da manhã, a viajante e Paimon seguiram até a guilda e de lá até as missões que consistiam basicamente em eliminar monstros que estavam causando problemas, como sempre Paimon dava gritinhos assim que avistava os alvos e ficava longe da briga pra não atrapalhar Lumine e não se machucar.

- Você foi incrível! - a fada diz empolgada - você fez boom e depois puuf e depois cabum! Todos estavam derrotados.

- Parece que você está se divertindo bastante Paimon - Lumine ri, a companhia da fada a fazia esquecer um pouco de tudo que a perturbava - já é hora do almoço e estamos perto do albergue Whangshu, o que acha de almoçarmos lá antes de voltarmos?

- Paimon adora a ideia, poderemos comer a comida deliciosa do albergue - a criatura flutuante se empolga.

As duas caminham alguns minutos até o albergue e assim que chegam, se sentam em uma das mesas e como sempre Paimon pede uma quantidade de comida que faz qualquer um pensar que existe um buraco negro dentro da pequena fada. Após comerem Paimon desmaia de tão cheia, Lumine revira os olhos pagando a Verr Goldet um quarto simples pra fada dormir até que estivesse bem pras duas voltarem até a casa que alugaram. A viajante vai até o último andar do albergue contemplar a vista, se lembrava da primeira vez ali no dia em que conheceu Xiao. Se lembrava de ficar encantada e surpresa com a aparência jovem do adeptus e até mesmo lembrava de sentir seu coração acelerar, aquilo parecia distante e bobo agora por vários motivos: o primeiro deles era que Xiao jamais se apaixonaria por ela ou por qualquer pessoa, o segundo era que ela simplesmente não podia se apaixonar por alguém que mal conhecia e o terceiro era que já havia doído a despedida dele quando partiu pra Inazuma.

Ela se lembrava da aproximação que teve do adeptus, de como o convenceu a participar do ritual das lanternas porém isso provavelmente não significava nada pra ele. Ela suspira "no final das contas, naquela época o que eu estava pensando? Que ele se apaixonaria por mim e seríamos felizes? Isso é apenas ilusão Lumine, a sua realidade e seguir com a jornada não importa o cansaço" ela pensa. Dali a trinta minutos Paimon acorda totalmente recuperada de seu pequeno "coma" alimentar e as duas partem de volta pra casa alugada.

Em todo o tempo que esperava Paimon acordar, Lumine não percebeu um certo guardião observando de longe e tendo as mesmas lembranças que ela.

🦋🦋🦋

Oe oe oe babys tudo bem com vocês? Explicando algumas coisinhas: a Lumine gosta do Xiao e tentou se aproximou dele como foi citado hoje porém a realidade da busca do irmão impediu as coisas de evoluirem, o Xiao não é muito falante então eu optei por expor um pouco mais o que ele pensa pra não tornar a leitura entediante, tenham paciência conforme a relação deles evoluir vamos ter mais diálogos dos dois confiem. Enfim se gostarem deixem a estrelinha e comentários beijinhos e até o próximo capítulo 💚

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