(...)

— Eu não quero Kacchan!

— Vamos, Deku, são só algumas roupas, você nem precisa usar elas dentro de casa.

— Mas eu quero usar as suas roupas, Kacchan! – Izuku choramingou ao se pronunciar.

— Mas você tem que ter suas próprias roupas, Deku! Como você vai sair na rua com as minhas roupas?

— Você q-quer me levar pra sair? – Os olhos verdes do esverdeado brilharam emocionados.

— Claro que eu quero né Deku, não vou te deixar trancado a vida toda! Mas pra isso você tem que ter suas próprias roupas.

— Então, eu não vou poder usar mais as suas roupas? – Os olhos antes emocionados, agora se encontravam marejados.

— Vai sim, Deku, mas somente dentro de casa, tá bom? – O esverdeado correu até o loiro o abraçando apertado.

— Né, Kacchan, você promete? – O loiro acenou positivamente para Izuku, sorrindo da expressão de felicidade dele — Eu não consigo dormir sem suas roupas Kacchan, e elas são muito confortáveis, e cheirosas também, afinal elas tem o cheiro do Kacchan.

Katsuki gargalhou dos devaneios do híbrido fazendo ele parar de falar imediatamente.

— Eu já entendi, Izu, agora vamos, ok? Eu tenho que fazer o almoço ainda.

— Sim! Vamos Kacchan – O esverdeado parou subitamente — Mas aonde vamos Kacchan?

— Ao shopping!

O pequeno híbrido lhe olhou confuso, como se por algum motivo muito óbvio – só não para katsuki – ele não tivesse entendido o que o loiro havia dito. Katsuki até ousava dizer, que algumas vezes, Izuku chegava a imaginar que Katsuki falasse uma outra língua, totalmente desconhecida para ele.

— Oh, então vamos Kacchan!

O híbrido correu a sua frente mais animado do que o normal, e por um lado katsuki não o julgava afinal, desde que ele veio morar com o loiro, o híbrido só saíra para ir ao trabalho com o mesmo, e katsuki sabia o quanto ele queria sair e andar por aí.

O loiro riu baixo da atitude do menor pensando que talvez um sorvete o deixasse ainda mais animado. Katsuki pegou suas chaves e carteira assim como o seu celular para logo após ir atrás de Izuku.

Cinco minutos depois, ambos já estavam no carro do loiro.

— Kacchan, como coloca isso?

— O quê? O cinto? – Katsuki olhou para o híbrido enquanto colocava o cinto em si mesmo.

Izuku nada disse, apenas concordou com a cabeça.

— Você não sabe como colocar, Izuku?

— Não, eu nunca andei assim Kacchan!

— Assim como Deku?

— Assim ué, como humano.

O loiro olhou intrigado para Izuku, afinal ele não fazia ideia do que caralhos o híbrido estava falando.

— Você é bem lento Kacchan – Izuku riu da cara do loiro enquanto o mesmo arrumava o seu cinto sobre o corpo pequeno do esverdeado.

— Explica logo essa merda Izuku!

— Quando eu andava nesses automóveis, eu sempre estava em forma de coelho, preso em um monte de grades Kacchan.

Não fora só a naturalidade com a qual Izuku falou que fez katsuki paralisar, na verdade o fato de existirem serem tão frios foi de fato o estopim para fazer o ódio do loiro aumentar.

— Eu não podia sair, ou conversar com as pessoas, na verdade elas nem se quer podiam saber da minha existência afinal eu não passava de uma mercadoria de troca – Os olhos pequenos se encherem de água ao passo que ele contava um pouco mais sobre ele mesmo — Eu não podia ser eu mesmo, e muitas das vezes apanhava por muito pouco – Um silêncio desconfortável se fez dentro do carro — Eu sou muito grato por ter encontrado você, Kacchan.

Katsuki puxou Izuku para os seus braços tentando ao máximo confortá-lo mesmo que ele fosse péssimo em consolar pessoas.

— Te prometo que isso não vai mais acontecer, pequeno – O loiro depositou um beijo nos cachos do esverdeado, em seguida voltando a sua atenção para a saída da garagem.

Após um tempo de viagem, katsuki colocou uma música alegre na intenção de deixar Izuku confortável novamente, o que não demorou visto que em poucos segundos ele já estavam dançando no assento do carro.

— Que tal agente comprar alguns doces pra ti? – O híbrido rapidamente concordou com o loiro ansiando pelo momento em que provaria os doces — Pra mim vai ser uns salgados mesmo.

— Hum? Você não gosta de doces, Kacchan?

— Eu não! Não quero ter que lidar com um monte de cáries só porque não consigo ficar sem açúcar!

— Certeza que você é humano katsuki? Como pode alguém não gostar de doces? Céus! Nem pudim, ou torta, hummm pavê, nossa já provou mousse? Céus Kacchan! E bolo doce? Você deve gostar ao menos de bolo certo? Impossível não gostar de bolo katsuki, bolo é uma das melhores coisas do mundo! Mas com toda certeza não é mais gostoso que chocolate, você já comeu o chocolate branco Kacchan? E chocolate derretido, ahh eu vi na televisão, eu queria tanto um Kacchan, eu posso comer um Kacchan?

Katsuki riu com os devaneios do mais baixo gostando do falatório infinito do mesmo. Bakugou não conseguia explicar, mas a presença do híbrido em sua vida vinha lhe mudando cada vez mais. Talvez essa mudança se dê ao fato de Katsuki querer tanto cuidar do híbrido, e só Kami sabia o quanto aquele desejo era real e palpável.

— Já chegamos, sua moita ambulante!

— Oh, aqui é enorme Katsuki.

— É sim.

— Eu não quero ir! – O híbrido cruzou os braços irritado, porém katsuki conseguia ver o medo que ele tentava esconder por trás da atitude um pouco infantil.

— Por que não, Deku?

— E se eu me perder, katsuki? Eu não quero ficar sozinho, não quero ficar sem você Kacchan!

— Você não vai se perder, eu vou estar do seu lado, Deku.

— Você promete?

— Humhum, não irei soltar sua mão, idiota!

Izuku ficou todo pomposo esperando que o loiro soltasse o seu cinto para que enfim ele pudesse explorar cada cantinho daquele enorme shopping.

— Eu quero um moletom amarelo Kacchan.

— Amarelo?

— Hunhum, e bem grandão.

— Pra que?

— Pra mim usar ué – Os olhos do mais baixo avaliaram katsuki como se ele fosse algum louco ou algo do tipo — Mas você vai ter que usar ele também katsuki.

— Por que? Você tá muito estranha, alface.

— Alface? – Os olhos grandes de Izuku brilharam em expectativa de poder comer a comida citada.

Katsuki gargalhou do vício do menor, afinal como parte do herbívoro que ele é, Izuku não dispensa nada que seja legumes e vegetais. O quê muito diferente da parte humana que certamente não deixa passar a oportunidade de provar alguma besteira ou guloseima.

— Certo, certo, vamos comprar esse moletom aí, mas eu não vou usar nada não!

— Você não gosta de mim né, Katsuki?

  Bakugou segurou a vontade imensa de rir temendo que o menor ficasse ainda mais irritado.

— Vamos logo, se não você vai ficar sem sopa hoje.

Izuku rapidamente se recompôs seguindo o loiro por cada loja daquele lugar enquanto escolhia a dedo as roupas que lhe agradavam ao mesmo tempo que tentava convencer katsuki de as usar, afinal somente com o cheiro de Katsuki que Izuku conseguia se sentir seguro, mas o pequeno ser não estava afim de lhe confidenciar isso.

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