A real é que eu inventei tudo na minha cabeça, eu nem sei se isso é verdade.
Esse Michael tá muito calado, ele me assusta.
– Ok. - parou o carro e travou as portas. - você vai me falar o que você falou com o meu pai, e nem tenta me dizer que é coisa de dna, eu sei que tem haver com seu pai, porque eu fiz leitura labial e vi o seu pai ser citado algumas vezes, eu só não entendi o assunto, então me fala, o que vocês falaram, e o que seu pai tem a ver?
– Ou se não o que? - falei e ele bufou e o Michael sorriu finalmente abrindo a boca.
– Olha ao redor. - olhei ao redor vendo que a gente tava literalmente no meio do nada, e não tinha ninguém por perto, nem um carro sequer, só mato. - se você não falar o que o Jonathan te falou, eu te largo aqui, você sabe como é perigoso uma mulher vestida assim ficar na rua deserta uma hora dessas.
Comecei a ter lembranças do que me aconteceu a cinco anos atrás.
– Você não faria isso. - falei com medo de ele estar falando sério.
– Tem certeza que não? Se eu fosse você falava logo. - falou e o Hunter olhava ele estranho.
– Por favor, me deixa em paz.
Merda, eu tô lembrando daquilo.
Não lembra Jade, por favor, não lembra.
– É só falar o que o meu irmão te falou.
– Eu não posso. - ele bufou.
– Então desce do carro, agora. - falou autoritário e olhei ele desacreditada.
– Não faz isso, sério, você tá desencadeando umas memórias horríveis minhas.
– E eu lá quero saber de memórias? Se você não quiser ficar aqui no deserto fala.
– Eu quero distância de você. - falei com ódio. - isso é desumano, não se faz isso.
– Eu já deixei de ser humano a muito tempo. - falou e o Hunter começou a ficar com uma cara assutada. - o que você falou? - fiquei calada. - não vai falar? - continuei calada.
Odeio esse homem com todas minhas forças.
– Desce da porra do carro. - olhei pra ele. - desce agora.
– Não me deixa aqui. - falei e ele sorriu e destravou as portas.
– Desce, agora.
– Tio, melhor não...
– Cala a boca. - me olhou. - ou conta, ou desce. - olhei pra rua engolindo seco e abri a porta do carro. - você é corajosa.
– Você é corajosa. - risadas. - Como você confia em um homem que você conheceu em um bar?
– Travou Jade? - Michel falou e eu olhei pro Hunter que tinha uma cara de pena. - Tá com os olhos cheios de lágrimas? Vai chorar?
– Vai chorar? Não chora, eu sei que você tá gostando.
Puta merda.
Desci do carro sentindo o vento forte bater contra meu corpo fazendo eu estremecer.
Fechei a porta e ele tinha um sorriso no rosto e eles dirigiram e foram e embora.
Eu achava que o Hunter tinha jeito, mas pelo o que parece eu tava errada.
Olhei ao redor vendo o céu completamente escuro e a rua completamente deserta.
Merda, meu celular tá com o Hunter.
Olhei pro carro dele que tá indo embora e me lembrei de cinco anos atrás quando vi aquele homem ir embora, que hoje em dia tá a sete palmos.
Sentei na calçada sentindo minha mão tremer e um frio absurdo me atingir.
Eu mereço isso.
Se alguma coisa acontecer comigo, pelo menos eu sei que domingo ele vai tá completamente fodido.
Completamente fodido mesmo.
– Jade. - a voz do Hunter soou do meu lado e eu olhei pro mesmo que estendia a mão pra mim.
– Ué, não ia me abandonar no deserto?
– Eu não sou tão ruim assim. - falou me levantando e me entregou o celular. - liga pro Alex. - falou, mas eu já tava digitando o número dele que eu sei de cor. - ele te ligou umas cinquenta vezes.
– Só não vou te agradecer porque você ajudou. - apertei no botão ligar e ele atendeu no primeiro toque.
— Onde você tá porra? - sorri percebendo que minhas mãos ainda estavam tremendo. - Tô quase tendo um infarte do coração.
— Priminho quem tá tendo infarte é ela que tá tremendo que nem um pinscher aqui. - falou passando um braço no meu ombro que eu só não tirei porque me esquentou.
— Ham... Eu, eu... Eu aqui procupado e você com o Hunter? Sério isso?
— Poseidon calma lá, eu não tô com esse pedaço de bosta.
— Eu acabei de ouvir a voz dele Jade.
— Não me chama de Jade.
– É seu nome não é? - bufei.
— Para de birra amor, eu tenho uma explicação bem plausível, vem me buscar.
— Onde você tá? - falou curto e grosso.
— Eu não sei, eu fui sequestrada pelo seu suposto pai Michel, e pelo Hunter.
— Não foi sequestro, já falei.
— Sequestrada? Me passa o endereço, o Hunter tá querendo levar outra surra.
— Calma priminho, eu não fiz nada não. - olhei pra cara dele vendo a boca suja de batom.
Tava pegando a Claire que eu sei.
— Endereço.
— Sua sorte é que eu sei, anota aí...
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Apenas Amizade
Romance"Isso pode ser além de apenas amizade..." Jade Simons é uma adolescente de 16 anos que está no segundo ano do ensino médio. Ela evita qualquer tipo de amizade ou relações com outras pessoas por simplesmente enjoar delas ou acontecer alguma coisa que...