Uma oferta inesquecível

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Ana

O dia foi corrido e eu só queria uma boa taça de vinho e um filme, mas estou tão cansada que estou jogada na minha cama esparramada.

A porta bateu e sei que é Allie, moramos juntas desde do primeiro ano de faculdade. Ela cursa arquitetura e eu relações públicas passei o dia programando um evento esportivo da universidade com um grupo de turma. Allie se jogou ao meu lado soltando um suspiro.

"Me mate Ana, me mate, mas tem que ser antes das entregas dos trabalhos". Acho graça dela, Allie é apaixonada por um drama…

"O que houve?".

"Nada, só estou esgotada". Ela diz. Estamos deitadas na minha cama olhando para o teto.

"Já teve algum sonho, Ana?". Penso por um instante, sempre tive vários sonhos.

"Sim, estou vivendo meu sonho, estou na universidade de São Paulo!". Comentei animada. Ela riu. Sempre foi o meu sonho estar aqui.

"Isso não doida, algo assim tipo casamento..". Faço careta, nunca tive um sonho de casar, gosto de planejar casamentos, mas dos outros, não meu.

"Não". Digo. Casamentos não são para mim.

"Eu sim, no meu casamento terá cores pastéis".

"Como?". Pergunto entrando na onda dela.

"Rosa, renda, verde". Olho para ela, tem um certo brilho em seu olhar, como se isso nunca fosse acontecer.

"Até as flores?". Ela estalou a língua.

"Rosas e tulípas". A animação dela com o casamento é lindo de se ver, meu projeto do mês passado era sobre planejamento de casamentos, ela passou duas horas olhando o projeto.

"Eu estarei planejando tudo?". Pergunto.

"Óbvio!".

"E o noivo vai ser o Fitz?". Pergunto arqueando uma sobrancelha.

"Detesto aquele homem". Ela bufa irritada. É incrível a química dos dois, só eles não vêm.

"Detesta mesmo?". Pergunto. Ela me olha com raiva. Começo a rir muito alto, quando ela me faz cócegas.

"Você é maluca Allie, mas eu te amo mesmo assim". Digo com um sorriso no rosto.

"Mesmo que eu beba demais e suba em um palco?". Ela vira o rosto.

"Mesmo que você beba demais e suba em um palco". Repito.

Deito minha cabeça no colo do Nate, não consigo parar de chorar, não temos notícias dela há uma hora e isso está me matando. Romero realmente fugiu, eu vou encontrá-lo e irei matá-lo, e vou gostar de cada minuto! Allie não é só minha melhor amiga, ela é minha família.

Droga, perdi totalmente o foco, eu não sei onde estou! Se eu for por aquele caminho vou me perder mais ainda, me viro e bato de frente com alguém.

"Ai meu Deus, me desculpe". Meu cabelo caiu em meu rosto.

"Tá tudo bem". Digo.

"Sou Allie". Observo seu rosto meigo, o cabelo loiro amarrado em um rabo de cavalo, os olhos azuis.

"Ana".

"Você é caloura?". Ela me pergunta, assinto.

"Então não pode me ajudar". Ela suspira triste.