—– Ana?

Estremeci com o seu tom de voz.

—– An? ah sim claro vou adorar conhecê-los —  Respondi nervosa com um meio sorriso, e ele sorriu estupidamente.

Sua alegria era tanta que eu sentia o seu corpo vibrar, e ele mal conseguia segurar o sorriso de tão feliz.

Isso não pode parecer grande coisa pra mim, mas para Peter significava uma importante etapa em sua vida, no qual ele conseguiria se desprender totalmente do passado e da continuidade a uma nova fase.

E não havia mais aquela tristeza contida em seu olhar, e eu fico feliz por ter feito parte disso, por ter acompanhado de perto essa transformação que ainda é constante, já que sua raiva ainda é algo que ele está aprendendo a canalizar.

E sinto que se eu magoa-lo, isso vai interferir diretamente em seu processo, e acabar o prejudicando.

E não é isso o que eu quero.

Mas por outro lado, não podemos viver em função do outro, e por mais dolorosa que seja a verdade, ela precisa ser dita.

Mas como, eu não sei.

......

No outro dia no trabalho eu procurei me concentrar o máximo nas minhas tarefas, mas era impossível já que a minha mente e meu corpo insistia em me manter distante.

Eu pensava em uma forma menos dolorosa de contar a verdade para o Peter.

Talvez eu diga algo como.

"Você é muito bom de cama, e não só de cama você é bom em absolutamente tudo o que faz, mas eu não gosto de você..

Ai como é difícil.

—– Ouviu o que eu disse Ana?

Olhei para o lado e vi o semblante confuso de Mike, e seus olhos estavam quase dentro dos meus de tanto que ele me encarava, enquanto eu inconscientemente fazia caras e bocas.

—– Desculpa, o que disse?

Ele suspirou irritado.

—– Ana, onde anda com a cabeça? hoje você já derrubou um suco no cliente, irritou outro o que há de errado com você.

Também queria saber.

—– O suco foi proposital — Debochei, mas Mike me olhou com cara de poucos amigos então eu recolhi o sorriso imediatamente — O cara me assediou, e eu prometi pra mim mesma, que o próximo que fizesse isso iria ter o que merece...sorte dele eu não ter usado o garfo.


—– Sorte sua o patrão ser apaixonado por você, ou você já estaria no olho da rua.

Suspirei.

—– Eu..estou tendo alguns problemas..

—– Se tem problemas, resolva-os, se quiser manter esse emprego — Ele disse me entregando o cardápio em seguida saiu andando.

—– Tá estressadinho? —  Gritei rindo, e ele me mostrou o dedo do meio pelas minhas costas.

Balancei a cabeça e me preparei para as minhas funções.

Atendi algumas mesas aqui, outras ali e quando foi a vez da mesa três me surpreendi ao ver que quem estava sentado era justamente o Fred, acompanhado por uma bela mulher de cabelos curtos e um pouco  avermelhados.

DesilusãoWhere stories live. Discover now