Capítulo 35

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Primeiro: a garçonete não sabia ser discreta. 

Segundo: parece que alguém amarrou os cantos dos lábios de Patrick, pois não parava de sorrir. E por esse motivo, a presença flertadora da garçonete se transformou na de um mosquito inconveniente. 

- Quem diria que você é romântico! Eu jurava que você iria me levar para alguma loja de vídeo game. O que não seria ruim, só fiquei surpreso. - Engulo o meu orgulho e o fato de que a ideia não foi originalmente minha. Ele não precisava saber. 

Apenas tê-lo diante de mim, todo vestido com suas roupas pretas que caiam muito bem nele,  contrastava com todo o ridículo restaurante e os seus sorrisos exclusivamente direcionados para mim, isso parecia ser bom o suficiente. 

- Sem problemas, eu posso te levar lá se quiser, há um lugar perto daqui. Mas saiba que eu sou um homem de muitas faces. - Patrick embala seu rosto com as mãos, apoiando os cotovelos na mesa. 

- Você está me fazendo sentir muito bem. Meu coração está  acelerado, sabia? - Não conseguia ignorar o modo como aqueles olhos escuros estavam em encarando. Havia tanta doçura e algo quente por detrás, que ao mesmo tempo que me embrulhou a comida no estomago, me deixou tenso. 

Muito tenso. 

Como ele pode fazer uma cara de santo e me olhar dessa forma? 

- Foi bem legal as suas palavras para o motorista. Imagino que ele deva pensar sobre como reagiu e melhorar a sua relação com o filho. - Como o pretendido para mudar de assunto e desviar meu nervosismo, Patrick apenas levantou os ombros. 

- Toda criança lgbtqia+ quer ser aceito. Eles só precisam de segurança, um lugar onde possam ser eles mesmos. E se a nossa própria casa não nos abre esse espaço, doí, ele não merece passar por isso, nenhum de nós merece. Espero que consiga ser gentil com o filho. - Patrick pisca para mim. - De qualquer forma, não mude de assunto. 

- Como você sabe? - Aponto minha taça de vinho em sua direção, o qual ele toca com a sua própria. 

- Porque você não é sutil querido. - Era para ser irônico, mas eu senti o adjetivo agradável no meu peito. 

A garçonete volta com a nossa sobremesa e, enquanto ela nos servia, desfrutávamos de uma longa troca de olhares. Patrick focou seus globos escuros nos meus e eu estava energicamente abalado demais para desviar. Podia culpar o vinho, mas eu sabia que estava com muito tesão. Já faziam meses que eu não transava, dane-se o sexo oral, eu queria mais. Mais com Patrick. Não havia como negar quando meu corpo se sentia desconfortável na minha roupa, e meu pau começou a sentir os efeitos do que eu lia por detrás dos olhos dele. 

- Dá licença. - O silêncio repentino continua em nossa mesa quando a garçonete se retira.  

- Você está me olhando. - Digo por fim. 

- Eu estou. - Não havia um resquício de graça no seu rosto. Ele apenas parecia...faminto. 

- Pare de me olhar assim, você é muito explícito. - Finalmente um sorriso se libera na face dele. 

- Eu sendo explícito? Você não está muito melhor do que eu! Você me preparou um belo jantar para que possamos foder daqui a pouco, mais explícito que isso?  - A vergonha esperada pelas suas palavras, estranhamente, não veio. Porque não eram mentiras e eu assumo, grande parte do tempo, as minhas intenções. 

- Come sua sobremesa logo, por favor. Eu preciso perder minha virgindade. - Patrick não se controla e começa a rir, e eu o acompanho. 

- Eu amo o seu humor estranho. É tão revigorante. 

Beije-me da forma como quer ser amado (EM BREVE NA AMAZON)Where stories live. Discover now