— Nem me disse o seu nome...

— Você ainda vai me ver muito por aqui, com o tempo saberá o meu nome... sempre que precisar, estarei preparada para a próxima conversa, não hesite em conversar.    — Ela vai em direção aos outros enfermeiros e depois vão todos para um corredor, foi o momento mais estranho e libertador que alguma vez tive, continuava perdida nos meus pensamentos tentando decifrar a conversa de hoje mas sabia que no fundo já tinha as respostas necessárias...

Os dias passavam e eu conseguia me adaptar com o centro, fazia as consultas, tinha os meus momentos de conversa com aquela enfermeira, seguia as indicações e as coisas corriam do jeito que deveriam correr, nunca senti tanta calma por muito tempo sem medo do que poderia acontecer, tentava organizar as ideias e analisar se estava fazendo as escolhas certas até que chegasse o tão esperado dia que eu poderia ir embora e ver a minha família novamente...

"2 meses depois..."

— Está pronta para ver sua família novamente?    — Ela pergunta me ajudando a arrumar as últimas coisas que faltavam.

— Não sei, vou ter saudades da paz desse lugar!

— Antes de procurar a paz aqui fora, encontre dentro de você, quando encontrar nem vai se preocupar com o caos a sua volta...

— Eu terei saudades suas e dos seus enigmas de novela.   — Digo sorrindo.

— Eu também terei saudades suas Samantha!

— Não vai mesmo me dizer seu nome?

— ... só me chame de Eli....    — Eli? Como assim Eli?

— Diminutivo de Eliane....   — Foi estranho saber o nome dela principalmente depois de ter conhecimento da sua história e me identificar um pouco com ela, é incrível como as nossas escolhas têm o poder de decidir o nosso destino de uma forma positiva ou negativa.

— Eu virei sempre te visitar, e trarei a Jasmim pra você conhecer!

— Me traga também o seu noivo, o... Arthur!

— Na verdade o meu marido é o James....    — A decisão final é sua mesmo!    — Ela sorri acariciando o meu rosto e de seguida dois enfermeiros chegam para nos ajudar com as malas, tinha pedido à eles para que não viessem me buscar, eu iria ter com eles e assim evitava a confusão do James e do Arthur no centro.

Subo no carro e o motorista do Arthur me leva pra casa... casa, nem sabia se estava falando da minha casa com o James ou da casa do Arthur, passei o caminho todo me perguntando se tinha tomado a escolha certa mas já não podia voltar atrás, se não todo o meu processo no centro teria sido uma perda de tempo, estava na hora de começar uma nova vida, uma nova história mas com uma Sam renovada, uma Sam com paz que deixaria todos os problemas da Ellionora no passado, incluindo as pessoas que trariam esses problemas...


— A mamã chegou, ela chegou!    — Ouço o grito da Jasmim me olhando pela janela.
O motorista estaciona o carro e tira as minhas coisas, saio do carro e vou até a porta de entrada.

— Mamãe!    — Jasmim vem correndo até mim e me dá um abraço apertado, a casa estava silenciosa, nenhum sinal do Arthur ou da Emília...

— Onde estão todos, filha?

— Vem comigo!    — Ela pega na minha mão e me leva até ao jardim do Arthur, meu coração se encheu de emoção quando me deparei com aquele cenário.

— Boas vindas Sam!    — Estavam todos lá gritando de alegria, com flores por todo o lado, mesas cheias de comida, parecia um banquete, James, Arthur, Emília, estavam todos lá me esperando...

— Eu não acredito nisso!

— Bem vinda meu amor....   — James comenta me dando um abraço, de seguida todos vieram ter comigo, incluindo os trabalhadores da casa, Arthur esperava em um canto paciente pela sua vez...

— Oi!

— Oi....   — Ele diz apertando uma flor, parecia um adolescente nervoso.

— Você está bem?

— Eu? Eu... eu estou ótimo...

— Eu também estou bem, obrigada por perguntar, correu tudo muito bem lá no centro.

— Claro, me desculpe... você está bem?
Sim você já respondeu isso... sua, seu... gostou da viajem até casa? Não essa pergunta não faz sentido!   

— Arthur, relaxa, está tudo bem....    — Digo sorrindo.    — O que se passa? Parece aquele adolescente tímido que conheci anos atrás!

— Eu só estou nervoso... isso é pra você!
Quer dizer, tem várias flores aqui né, são todas pra você... é só você escolher eu só tirei uma para... mas não que você só mereça uma né, é que....    — Eu adorei, muito obrigada!    — Digo e a gente se abraça.

— Que bom que você está bem, eu... tenho tanta coisa para lhe contar, não vai acreditar no tanto de coisa que aconteceu, a Jasmim apanhou varicela, no princípio eu não sabia o que fazer porque eu nunca tinha apanhado antes e daí eu também apanhei, a Emília cuidou da gente, fiquei duas semanas sem conseguir sair de casa, tem até foto da gente se coçando feito doido...

— Muito obrigada por ter cuidado dela!

— Você sabe que nem deve me agradecer por isso... e Sam tem mais uma coisa que eu tenho de lhe contar....   — O que se passa?  — Digo tirando um brigadeiro da mesa.

— É sobre os seus pais... eles querem muito falar com você e... eu....   — Seu semblante muda antes de terminar a frase, não conseguia perceber o motivo, olho pra trás e vejo todo o mundo olhando pros meus pais chegando, olho pro Arthur e ele fica sem reação, como se estivesse se sentido culpado.

— Filha!    — Minha mãe diz já emocionada olhando para mim.

— A gente veio na paz, só queremos conversar, filha!    — Meu pai diz em bom tom para que todos ouçam.

— Vamos pra sala!    — Digo indo em direção a sala, James tenta nos acompanhar mas o Arthur lhe impede, estava mais do que na hora de eu ter essa conversa com eles, só nós os 3...

O melhor amigo do meu pai 2. EM REVISÃO!!!Where stories live. Discover now