Você, Nós e o Halloween

0.1 Luzes Coloridas.

Observo sua camisa branca com alguns botões abertos e sua calça preta muito parecida com a de Peter Pan, mas são seus fios loiros que chamam minha atenção.

Ele está bonito, mas eu amo seus tons castanhos.

- Você não precisava ter ido tão longe. - Toco seu cabelo e ele fecha os olhos, afundando seu rosto na curva de meu pescoço.

Fico meio tonta, aproveitando a sensação do seu calor em minha pele.

- É nosso segundo Halloween juntos, é claro que eu precisava. - Ele beija minha testa com carinho, depois a minha bochecha e meus lábios. - Quero aproveitar ao máximo com você ao meu lado. - Sua voz é baixa, e não consigo evitar beijá-lo novamente.

Seus lábios são macios e quentes, fazendo tudo dentro de mim revirar. Din aproxima meus quadris dos seus e respira fundo ao se afastar, antes de me beijar com mais intensidade. Sua língua brinca com a minha e me sinto derretendo.

- Você está linda, minha Wendy. - Ele diz ao se afastar, mas com a boca ainda muito perto da minha. - Obrigada por passar esse dia comigo.

Eu sorrio, dando um tapinha em seus ombros.

- É claro que eu passaria com você. - Lembro-me dos Halloween anteriores, quando Din estava longe, e meu peito dói. - Quero passar todos com você.

- Vamos logo, casal grudento. - Tessa grita das escadas e nós dois rimos.

Ela colocou esse apelido na gente umas duas semanas atrás, porque onde um está o outro também.

- Eu até gostei. - Din comenta, segurando minha mão e entrelaçando na dele. É quente.

- Elas são o casal sem-vergonha, então estamos ganhando. - Din molha os lábios, deslizando seus olhos por meu vestido.

- A gente é um pouquinho também. - Junto as sobrancelhas, não entendendo o que ele está dizendo. - Você está usando short por baixo?

Eu coro.

- Que pergunta é essa? - Minha voz virá de taquara rachada e ele sorri de lado.

- Não me entenda errado. - Ele observa a janela. - Quero ir por ali, como na história. Mas você precisa estar de short se não quiser que eu veja sua calcinha.

Bato o cotovelo em suas costelas de leve.

- Estou sim. - Da última vez que eu usei vestido, não tive a brilhante ideia de usar shorts e aquilo aconteceu. - Você está igual sua prima. - Eu o empurro em direção ao telhado e ele ri baixinho.

Din pula primeiro para o telhado, depois para o galho da árvore e cai no chão perfeitamente.

Ele levanta as sobrancelhas para mim, como me desafiando a fazer melhor.

Eu pulo para o telhado e aproveito a vista. As ruas estão decoradas com abóboras com caretas e luzes laranjas. Várias crianças passam fantasiadas e algumas até olham para gente.

- Papai, a Wendy! - Uma criança fala e eu rio, antes de pular para o galho e cair em pé no chão.

Meu vestido levanta e observo a atenção de Din em mim.

Ele segura minha mão e se aproxima para sussurrar.

- Short de bolinhas. - Eu fecho os olhos com força e ele me leva até a entrada de casa.

- Um dia eu ainda rasgo suas cuecas e te zuarei para sempre. - Ameaço, vendo Din passar o braço sobre meus ombros.

- Mestra agressiva. - Fala, com olhos brilhantes sobre mim. Eu o abraço de lado, adorando como esse apelido me traz coisas boas.