— Eu sempre faço doces pra você Martin. — Ela se defendeu.

— É que eu mereço... — Jack disse olhando pro meu amigo.

— Minha sogra não me mima em nada. O máximo que ela fez por mim foi diagnosticar um cálculo renal. E era hérnia de disco. — Kennedy soltou, tratando de Luke.

— Tá falando mal da minha mãe? — Jack perguntou a ele, erguendo as sobrancelhas.

— Ele sempre fala mal dos nossos pais... — Gen comentou, enquanto tratava de Anakin.

— Do meu sogro eu também falo.  — Soltei.

— Jude! — Mamãe ralhou comigo.

— Ele é chato mesmo. — Gen me defendeu. E ninguém discordou.

— Mas vocês sabiam que a Jude mandou ele enfiar o opinião dele naquele lugar? — Esse era o Axel.

Todos se viraram pra mim. Bowie até deixou o garfo cair.

Martin se prontificou. — Como assim?

— Não foi assim não! — Me defendi. — Eu só insinuei que ele era um péssimo pai e avô. A coisa sobre enfiar coisas em lugares, foi ele que perguntou se eu falaria isso pra ele. E eu neguei. Agora se ele entendeu dessa forma...

— Ninguém me conta essas coisas... — Bowie disse.

— Por que você é um fofoqueiro! — Amy rebateu.

— Todos os Dorney são. — Nia disse. Ah, isso era verdade, nenhum escapava.

— Eu não sou... — Jack rebateu.

Olhei bem pra ele.

— Meu amor?

— Hm? — Segurou um sorriso.

— Você é sim. E dos maiores.

Ele semi-serrou os olhos como se eu tivesse o ofendido.

— Não te conto mais nada então. — Ameaçou.

— Você não se aguenta...

— Nia? Quando começa a divulgação do filme? — Jack perguntou se virando ela, me ignorando de propósito, me fazendo rir, antes de colocar mais comida na boca.

Mas eu também queria saber, pois só com o fim da gravação de seu novo filme, ela teve um tempinho pra ver os amigos. Ela tinha uma agenda corrida, do ponto em que Martin ficava em casa, Los Angeles, a maior parte do tempo com Maya, pois seu trabalho era aqui, afinal Nia Alonso era uma das atrizes mais requisitadas da atualidade. E por isso, era difícil agora, podermos nos reunir assim. Em casa. Em família.

Logo todos se dispersariam de novo.
Mamãe voltaria pra Miami.
Gen era médica e isso tomava muito tempo, e o que restava era de seus filhos. E de seu marido. Não que ela não tirasse meia hora do dia pra ligar pra mim ou Jack pra contar tudo o que estava acontecendo em sua rotina maluca.
Mas pra gente, tudo também estava uma loucura... Axel estava estudando música em New York, havia se mudado com os amigos de banda pra lá, e já voltaria amanhã, e Jack iria para Budapeste tratar de sua nova produção na terça e eu estava escrevendo o roteiro de um longa criminal da Hulu, quando terminasse, provavelmente seria nas férias de verão escolares, o que resultaria em, os garotos e eu irmos nos encontrar com Jack. E então, poderíamos passar o fim das férias juntos na Europa.

Mas em suma, logo todos estariam ocupados demais.

E esse era um momento precioso. Estarmos todos aqui.

— Provavelmente vamos começar em Cannes, vai ser uma boa.  — Ela respondeu, por fim.

Jack concordou, mas Martin não parecia muito feliz com a informação, pois isso queria dizer mais tempo sem a Nia em casa. Certas coisas não mudam, sempre vamos ter problemas.

Não existia essa coisa de felizes para sempre. Mas se podia sim, ser feliz, apesar de todos os problemas.

Minha vida estava muito boa, eu não ia reclamar. Meu trabalho vai bem. As coisas aconteceram com calma nos últimos tempos, um passo de cada vez, não foi lento ou precipitado, foi no nosso ritmo... E depois de um pouco mais de dez meses que Jack e eu voltamos a ficar juntos... Eu também voltei pra casa. Pois essa casa era meu lar. Ele era meu lar. Essa família era.

É claro, que havia uma coisa que eu ainda queria... E nós tomamos uma decisão, estamos tentando engravidar nos últimos quatro meses. Ainda não havia acontecido, e apesar de ansiosa, eu estava tentando relaxar, seria quando tivesse que ser. Se tivesse que ser. E tudo bem.

— E você irmão, quando começam a gravar? — Gen perguntou enfim se servindo, ao acabar com os gêmeos. Inclusive, Luke estava debaixo da mesa, passando entre nossos pés.
Mas a partir daí, o assunto rendeu...

E quando achamos que não poderíamos comer mais também, minha mãe decidiu que era hora de servir a sobremesa.

No fim daquele almoço, não havia um de nós que não estivesse completamente satisfeito.

E antes que todos se espalhassem, já que os planos criados por Bowie e Gen era aproveitarmos o sol e irmos pra beira da piscina, fui buscar minha câmera, afinal, meu álbum precisava de uma foto de hoje.

Abri a porta do escritório, não demorei a avistar minha câmera em cima da mesa, caminhei até lá para pega-la e abaixo dela haviam entradas para o teatro hoje. Era "O Grande Gatsby". Meu livro favorito.

Terminei de ler faz um tempo. — O ouvi dizer bem atrás de mim. Aparecendo como um fantasma.

Me voltei pra ele, que fechava a porta.

— E porque não me disse nada? — Indaguei, ele estava mais perto agora.

— Fiquei sabendo da estréia da peça em Los Angeles e... Queria fazer uma surpresa, te levar pra assistir, cruelmente linda e empolgada. — Fez uma pausa enquanto me abraçava pela cintura — Por isso esperei para dizer que finalmente terminei de ler.

— E eu achando que os planos eram ficar em casa e fast food, pra eu fazer você assistir Notting Hill comigo pela milionésima vez... — Brinquei. — Mas me diga, gostou? — Perguntei sorrindo, passando os braços, em torno de seu pescoço.

— Eu já tinha assistido a adaptação...

— E?

— É, eu gostei. Gostei muito. — Admitiu. E isso me fez sorrir e me sentir como uma adolescente apaixonada (não que eu não fosse assim pela maior parte do tempo) e erguer meus pés, para beija-lo, e ser beijada, da forma como se gradativamente todo o mundo parece simplesmente não existir a minha volta.

Mas o barulho de algo caindo na cozinha, sempre tem o dom de nos trazer pra realidade.

— Tenho que tirar uma foto agora antes que todos sumam de vista. — Soltei, lhe roubando um beijo curto. — A porta fechada... Você vive nos prendendo nos lugares, Jack.

— Podia ser uma ilha deserta, esse é só o escritório de casa. — Ele disse enquanto eu abria aquela porta e saímos por ela.

E depois de um tempo, recolhendo crianças, reclamações como "não sai bem nessa foto, tira outra", e enfim, eu tinha mais uma foto das pessoas que eu mais amo em meu álbum.

Mais uma foto de muitas.

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E então, nos despedimos aqui ❤
Espero que passem no capítulo de agradecimento...

Até, meus amores.

beijos

- cris

Comum de DoisWhere stories live. Discover now