Abrace Seus Fetiches

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Sob o céu escuro de Inazuma, e a estrada agora um tanto deserta, mal iluminada e fria, Lumine, Thoma e Childe andaram lado a lado em um silêncio tormentoso. Temiam começar uma conversa que levaria a um rumo estranho e decidiram que esperariam até chegar ao destino antes de tratar do tópico principal daquela noite. Qualquer um se admiraria em ver o quanto o décimo primeiro fatui Harbinger se esforçava para não causar mais confusão, para não perder uma das amizades que mais considerava. Se não fosse pelo peso na consciência, certamente estaria em busca de uma batalha cansativa com alguns dos monstros mais assustadores de Inazuma.

— É aqui. — Thoma se pronunciou, abrindo a porta da sua residência. Por ser um amigo e um aliado da família Kamisato, os seus lucros mensais eram altos o bastante para morar em uma casa agradavelmente bonita e agradavelmente confortável. Lumine já o visitou algumas vezes para jogarem conversa fora e para tratar de assuntos importantes, então o ambiente já lhe era familiar.

Quando entrou, foi direto para a sala de estar do loiro, localizando a mesinha de centro e se sentando em uma das almofadas dispostas ao seu redor sobre o chão coberto por um extenso tapete. Eles a acompanharam, sentando-se de frente para ela, sendo separados pela distância que a mesa estabelecia.

Lumine brincava com os dedos das mãos que repousou sobre as pernas cruzadas, disfarçando sua inquietação. Não sabia definir se o que sentia era ansiedade ou animação. Talvez fossem as duas coisas. Contudo, havia algo que queria ouvir da boca deles primeiro.

— Certo, o que queriam me falar?

Thoma e Childe trocaram olhares, analisando quem falaria primeiro. Thoma acabou tomando a iniciativa, coçando a nuca um pouco antes de desembuchar.

— Serei sincero com você. Eu acho você uma mulher incrível e te respeito demais por tudo o que fez por mim e por Inazuma. Acabei me atraindo por você, pela sua beleza, e passei dos limites. Jamais quis te deixar desconfortável na minha presença, muito menos te decepcionar, então, por favor, faço qualquer coisa para você me perdoar. — Thoma uniu as palmas das mãos em frente ao rosto e abaixou a cabeça, esperando que suas palavras fossem ouvidas e aceitas. Não era uma pessoa ruim, um mentiroso, um farsante. Era um homem que de vez em quando extrapolava e assumia responsabilidade pelos erros. Ele sabia que ela tinha todo o direito de se recusar a aceitar suas desculpas e que se assim fosse, ele não deveria incomodá-la ainda mais.

— Estou de acordo com ele. Você me conhece. Sabe que não sou o melhor em tomar boas decisões. Mas não me arrependo nem por um segundo de ter te conhecido e não quero que nos tornemos estranhos novamente, Lumine. Farei o possível para me redimir. É uma promessa, e eu sempre cumpro minhas promessas. — Childe abriu um sorriso estranho, mas que deixava claro que estava envergonhado de certa forma por suas ações. Então imitou o gesto de Thoma, aguardando uma resposta da viajante.

Ela os encarou em silêncio durante alguns segundos, mas logo esticou os lábios em um sorriso contente que deu abertura para uma gargalhada descontraída. Lumine se sentiu mais leve vendo-os tão arrependidos.

Os rapazes pararam o que faziam e a fitaram com um semblante confuso.

— Sinto muito por rir, mas vocês ficam fofos pedindo desculpas. Certamente vocês estão agindo diferente da maneira que agiram ontem. — As bochechas avermelharam-se suavemente ao tocar no assunto. Agora era sua vez de falar. — Digo, eu realmente fiquei irritada e eu realmente quis acabar com vocês dois, então era importante que vocês se desculpassem. Mas também devo ser sincera. — Lumine desviou os olhos para a mesa, colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha. — Estou curiosa. O que teriam feito comigo se eu tivesse consentido? Vocês… podem me contar?

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