Decidimos descansar e finalizar a viagem no dia seguinte, Meghan não conseguia comer, ela havia ficado quieta o dia todo, eu queria tirar essa dor dela, deixar ela bem, mas eu não podia fazer isso.

Quando dormimos meus sonhos não faziam sentido.

Eu estava no palácio em Orynth, andando tranquilamente pelos corredores, até assobiava, parei em frente a uma porta escutando e observando, parecia não haver ninguém envolta então entrei e la estava Rachel, brincando com seus brinquedos. Ela abriu um sorriso e perguntou.

- Você veio brincar comigo? 

Eu não falei nada apenas assenti com a cabeça. Então havia me sentado ao lado dela e brincado, mas algo gelado fazia pressão contra a minha coluna.

Eu jurava que escutava uma voz ecoar "por favor, não faça isso, eu imploro faça com qualquer um menos com ela" - e outra voz apenas respondia "fique quieto e observe ou a próxima será aquela vadia cuspidora de fogo e gelo" - e isso havia sido suficiente para aquietar a voz, mas não saiu da minha cabeça as palavras vadia cuspidora de fogo e gelo será que estava falando de Meghan?

Então enquanto Rachel se distraia, eu a agarrei por trás tendo um vislumbre de minhas mãos, era fortes e bronzeada, eu conhecia aquelas mãos... Mas da onde? Rachel tentou gritar mas eu prendi sua boca e seu poder ainda não era forte o suficiente para quebrar meu escudo.

Então desembainhei a faca que estava em minha costa, precionei a faca contra seu pescoço e cortei lentamente, primeiro cortei somente a 1° camada da pele para faze-la sangrar mas sem mata-la, o choro dela soltou urros de prezer por todo meu corpo, e então abaixei minha cabeça até a linha de sangue que havia se formado ali e lambi, então veio uma mistura de sensação entre prazer e ânsia, mas mesmo assim ela conseguiu se libertar, e antes que gritasse finalizei o corte em seu pescoço, ela morreu antes de bater no chão.

A peguei, levei ela para o banheiro por onde sai pela janela, aproveitando que todos ainda dormiam e a levei aos portões da cidade e delicadamente como se tivesse todo o tempo do mundo estaquei ela em um dos muitos ferros que hiavam ali, dei um salto me transformando e sumi.

Depois desse sonho, tive a certeza de  ser a que Rachel havia sido assassinada. Não consegui dormir mais tranquilamente, e também não me preocupei em levantar para garantir que Meghan estava em sua tenda.

MEGHAN

Não consegui dormir, eu me sentia exausta mas meu corpo não obedecia aos meus comendos para dormir, toda hora que eu fechava seus olhos, via Rachel me falando "Você prometeu que estaria lá e não estava", "Onde você estava enquanto aquele monstro me matava?", " Eu amava você e você destruiu isso ao me deixar sozinha" essas junto com várias outras palavras cada vez piores destruíram pedaços da minha alma.

Não aguentava mais ficar deitada olhando para o nada, aproveitei que Nyx havia dormido na própria tenda e sai, eu precisava de ar, precisava pensar no que fazer. Se eu partisse agora será que chegaria a tempo de me despedir dela enquanto seu corpo ficava na sala fúnebre do palácio antes de ir em direção ao cemitério real para ser enterrado junto com meus avós? Será que eu teria a chance de pedir perdão a ela?

Comecei a caminhar para um córrego tomar um pouco de água com todos os serás vagando em minha mente, ele ficava a alguns metros do acampamento, caminhei totalmente no escuro, parecia que agora a escuridão da noite não chegava nem perto da escuridão que dominava minha alma aos poucos.

Cheguei no riacho e comecei a beber água, quando me senti satisteita apenas me sentei escorada em uma pedra, puxei minha perna para perto do corpo e comecei a chorar, será que alguém repararia que eu estava quebrada?

As horas se passaram e eu continuei ali, sentada, minhas lágrimas secas a horas, estava apenas distraída com meus pensamentos quando escutei o estalo de um galho se partindo que ecoou por toda a floresta. Assustada olhei em volta, mas não vi nada, então pensei que fosse apenas algum animal que passou.

Sabendo que faltava pouco para o amanhecer levantei e comecei a andar em direção ao acampamento quando me deparei com a coisa mais horrenda que ja vi em minha vida.

- Mas que coisinha mais deliciosa encontrei aqui - Disse a criatura.

- O que é você? - O medo que deveria sentir não existia mais dentro de mim.

- Ah, eu sou um perdido, depois que meu mestre se foi e a paz retornou eu fiquei adormecido dentro desse corpo por anos, mas algo mudou, eu acordei e com muita fome. - Ele disse dando um sorriso aonde conseguia ver todos seus dentes, uma fileira dupla que mostrava como eram afiados. - Agora o corpo que eu possuía deixou se existir pois ele aceitou por fim todo o meu ser.

Encarei a criatura, aquilo era um humano? Seu cheiro era de pura podridão. Ele era enorme, tinha aproximadamente 2.5m de altura, seus olhos eram negros e não havia a luz de uma alme neles, seus dedos acabam em garras afiadas e em suas costas, asas se estendiam, ele podia voar.

Olhei para aqueles olhos e encarando ele novamente perguntei.

- O que é você?

- Eu sou um Ilken e você vadiazinha, será o meu jantar. - E então ele avançou.

Só tive tempo de levantar uma barreira de vento, mas onde a garra dele atingia meu escudo era quebrado. Então percebi o porque, em suas garras um líquido verde pendia - veneno reparei, e se esse veneno me tocasse eu saberia que estaria morta. Bom eu teria que me virar com o que tinha.

Quando ele avançou de novo levantei a barreira novamente e dessa vez peguei uma adaga onde a embebi com meu fogo. Os olhos do Ilken brilharam de medo.

- Vadizinha feérica, como você tem o poder de Brenon? - A criatura começou a recuar em direção a árvores que pareciam esperar para se fechar sob ele para eu poder o matar.

- Brenon Galantynhius? - Eu ri com amargura e avancei na criatura, ela tentou me acertar com aquelas garras mas eu me abaxei e deslizei para perto dela e passei a faca embebida em fogo em sua mão ainda esticada, a mesma caiu com um oco. - Eu sou Meghan Ashyrver Whitethorn Galanthynius - Comecei a dizer enquanto me levantava e encava a criatura. - Descendente de Brenon Galanthynius e Mala. - Sorri enquanro me aproximava da criatura, fazendo uma finta para a direita e cortando suas asas, ela urrou de dor. - Filha de Rowan Whitethorn Galanthynius e de Aelin Ashyrver Whitethorn Galanthynius os feéricos mais poderosos de Erilea. - Voltei para a frente da critura. - Irmã mais velha de Rachel Ashyrver Whitethorn Galanthynius. - Me aproximei sorrindo e vi o medo brilhando em seus olhos. - E eu não terei medo enquanto livro meu mundo de imundices como você. - Enfiei minha adaga em sua garganta com um grito de fúria, aonde a adaga acertou labaredas de fogo explodiram queimando o Ilken de dentro para fora.

E quando meu grito parou, a única coisa que sobrava dele eram cinzas.
Eu me lembrava das histórias de minha mãe, da guerra contra o rei e a rainha valg. De quando ela havia ido em direção aquele pântano no centro de Eyllwe, e quando eles acharam o que precisava um exército de mais de 500 ilkens haviam aparecido para mata-los, minha mãe que tinha um poder inesgotável fez churrasquinho deles, e os que escapavam da linha de fogo eram mortos pelas flechas certeiras de Fenrys e Aedion, mas minha mãe havia esquecido de falar de como era repugnante as criaturas.

E se eles estavam retornando, quer dizer que só podia significar uma coisa. Merda, algum dos reis havia retornado.
Voltei correndo para o acampamento e quando Nyx me viu ele perguntou o que aconteceu.

Expliquei tudo para ele. E que precisávamos chegar logo em Forte da Fenda por que eu precisava rapidamente mandar uma carta para minha mãe.

Precisavamos nos preparar.

Quando dei as costas a Nyx para ele se arrumar eu disse a mim mesma com mais força do que sentia nesses últimos dias.

"Eu sou Meghan Ashyrver Whitethorn Galanthynius e não terei medo."

"Gostei, fale de novo" - escutei a voz de Nyx ronronar em minha mente.

Olhei para ele com raiva.

- Vai se foder Nyx. 

Mas em seus olhos havia diversão, admiração e um brilho a mais que eu não sabia o que significava.

A Court of Fire and DarknessTahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon