16|Te trouxe flores

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- Não era a minha intenção. - A mulher de cabelos grisalhos se aproximou e parou ao seu lado. - O que faz aqui?

O que ela fazia ali? Nem mesmo Magnólia sabia o que fazia parada ali.

Seus olhos se desviaram e ela observou novamente a propriedade do outro lado da cerca viva.

Era uma mansão que parecia ser um pouco menor que a de sua sogra. Pintada em um tom azulado que lhe lembrava a cor dos olhos de seu cunhado. Nas paredes existam enormes janelas de vidro que possibilitavam a visão das cortinas brancas do lado de dentro da misteriosamente e silenciosa mansão.

- Porque não vejo movimento lá? - Questionou apontando com o queixo e logo Elen desviou os olhos para o local.

Ela fez silêncio por um segundo.

- Ninguém mora ali, o banco tomou a propriedade depois do que aconteceu com a jovem Foster.

- E o que aconteceu?

- Uma morte trágica. - Fez uma pausa mas não se aprofundou no assunto. - Provavelmente o banco colocara a venda em breve. - Deu um suspiro. - Mas não vamos falar sobre isso. Estava te procurando para saber o porque anda tão... silenciosa. - Elen tomou um certo cuidado com as palavras.

- Eu não estou..

- Sim você está! Na verdade, vocês estão.

- Vocês?

- Sebastian já parou de me contar as coisas há muito tempo. Mas uma mãe sempre sabe quando a algo de errado. E eu posso apostar que é o mesmo que te incomoda. - Desviou os olhos para sua nora. - Vocês brigaram outra vez, e agora a briga parece ter sido pior que as outras.

- Não brigamos... - Magnólia tentou despreocupá-la.

- Então, porque estão interagindo apenas quando estamos todos juntos? Eu julguei que as coisas entre vocês estivessem indo bem, já que não os vejo mais discutindo. - Elen insistiu.

- Está tudo bem eu juro. - Sua nora sorriu fraco ao lhe encarar.

- Acho que prefiro vê-los brigando pelos cantos. Ao invés desse silêncio gritante entre vocês dois. - Magnólia deu uma breve gargalhada.

- Estamos bem! - Garantiu falsamente. - Só ando pensando em como vou fazer para tomar conta de tudo que era dos meus pais. - Agora ela dizia a verdade.

- Uma razão a mais para se entenderem. Seja lá qual for o motivo pela briga de vocês, resolvam. Sebastian é um homem bom, e não hesitara em te ajudar. Mas alguém precisa dar um primeiro passo certo?

- Não quero ser o motivo da preocupação de vocês Elen.

- Infelizmente essa não é uma escolha sua minha filha. Nossos corações escolhem por quem sofrem, e por quem sorriem. - Pegou as mãos da mulher, e Magnólia temeu que ela percebe-se o quanto estavam trêmulas.  - Nós cuidamos de quem gostamos, e você é uma dessas pessoas. Não se feche porque você sabe que isso não te fará bem.

- Obrigado! - Os olhos de Magnólia lacrimejaram e ela partiu para um abraço, mesmo que as palavas de sua sogra não conseguissem mudar muita coisa. Porem, acima de tudo ela precisava de uma abraço.

Elen a envolveu em seu braço e afagou seus cabelos tentando passar tranquilamente para a mulher que naquele momento mais parecia uma criança que havia perdido o seu brinquedo favorito. Desde o início a matriarca havia percebido que Magnólia era muito coração, e que de tempos em tempos sofria calada.

- Vamos entrar e tomar algo o que acha? - Elen sussurrou.

- Sim, vamos! - A mulher se afastou com os olhos avermelhados. Ela não deixou que as suas lágrimas rolassem, porém, deu um sorriso que demonstravam gratidão.

Quem É Ela | Livro 1 | Concluída Onde histórias criam vida. Descubra agora