Capítulo 1

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Yunho on

Muitos pensam que sou eu quem leva os humanos para uma vida pecaminosa e degradante, de certa forma, isso está correto, mas incorreto, ao mesmo tempo, pois eu apenas às ofereço uma escolha, que pode ser um erro à longo prazo, a diversão passageira, mas são elas quem as torna eternas (para mim), e elas que são responsáveis quando meu querido pai as rejeita em seu grande e perfeito paraíso, e suas almas são jogadas aqui, em meu reino, para queimar até o fim dos tempos. 

Meu reinado era glorioso, durante os primeiros milênios, mas agora, com a redenção, apenas as almas mais presunçosas, fúteis e medíocres me sobraram, pois quando chegam ao julgamento, pedem perdão e clemência aos pés do meu Pai, e não há nada que ele ame mais que a tal misericórdia divina, e então seus crimes, pecados, blasfêmia e infâmia desaparecem. E minha única diversão foi arruinada, preciso de algo que me faça sentir vivo, mesmo que eu não esteja, essas almas moribundas me matam por dentro.

Yunho caminhou para uma grande sala de estar, onde encontravam-se sentados seus três homens de confiança, carregam com si suas armas, seus rostos não possuíam emoção, estavam paralisados como estatuas de mármore. Sentado à direita estava seu tenente, Park Seonghwa, ele era um dos melhores demônios, sanguinário e cruel. quando ia para a terra arrastava os humanos para a luxuria, os fazendo gemer de prazer e dor, ao mesmo tempo, seu charme, além de ser seu olhar, era também suas longas madeixas em tom de ouro. Ainda mais perverso que seu amigo tenente, ao seu lado estava, seu general Choi San, seu rosto escondia o que seus olhos não podiam, a perversidade e astucia que ele possuía, todos os demais o temiam. E por último olhando vagamente para a grande lareira, estava Choi Jongho, O Ceifador. Cada um deles dotados de imensos poderes e forças sobre-humanas. 

Assim que avistado, o Senhor do submundo foi recebido por referências de seus servos ali parados, não podia negar aquilo o enchia de prazer, ver outros ajoelhando aos seus pés. O mesmo fez um gesto com a mão para cessassem a corte, e seguiu para a mesa que havia no centro, a madeira escura estava perfeitamente polida e refletia as luzes do grande candelabro que pendia no teto.

— Podem sentar, meus caros.  — Falou Yunho com seu timbre grosso, enquanto gesticulava com suas mãos cheias de anéis, todos revestidos de pedras negras que carregavam as forças que ele dominava. Os outros três se acomodaram.

Por longos minutos apenas ouvia-se apenas o fogo estralar em eco por toda a sala, até Choi San soltar um longo suspiro, pois o mesmo estava a dias cuidando de demônios rebeldes, e isso o deixava de mal humor. Mesmo com ajuda de Seonghwa aquilo estava ficando chato, e o general queria poder derramar algumas gotas de sangue vermelho para poder relaxar, era disso que eles precisavam, se divertir e relaxar.

—  Meu senhor, queria falar, por mim e pelos meus colegas, Tenente Seonghwa e o Ceifador Jongho. — San limpou a garganta, pois agora queria sugerir algo que tiraria todos ali de suas rotinas miseras. — Vim pensando que nós quatro poderíamos... Precisamos! — Enfatizou. — De um pouco de diversão. —Abrandou o tom tentando soar racional. — Sei que há décadas, os mortais não são presenteados com sua presença. —Sorriu maléfico. — Por que não saímos desse verdadeiro inferno tedioso? — O General queria soar racional, mas realmente, o tédio havia consumido até a última gota negra da alma de todos ali, agora General San soava desesperado. — Yunho você sabe que ninguém seria louco de começar uma rebelião, o motim daquela vez mostrou a eles quem manda aqui. Nenhum deles iria querer nos irritar.

Yunho ponderou a ideia, e realmente, seu general estava certo, ele sentia que já estava perdendo sua essência preso ali junto a almas, ou restos que lhe eram jogados.

— Como irei me divertir, General Choi? Se não resta uma alma para atormentar. — Sorrindo Seonghwa jogou um papel sobre a mesa de madeira escura, Yunho esticou seus longos dedos até o pequeno papel nele haviam quatro nomes escritos com a impecável letra de Seonghwa, todos pareciam nomes aleatórios e novos para os quatro demônios, mas Yunho não se importava com nada daquilo. — Andou fazendo novas pesquisas de almas, de novo, meu caro amigo? — Seonghwa sorriu ainda mais e concordou com um leve aceno.

Enquanto no submundo Yunho e seus homens estavam rindo e bebendo taças de vinho. Na terra dos humanos, Song Mingi corria contra o tempo, pois o hospital onde ele estava trabalhando estava superlotado. Ele como um neurologista precisava se ater aos casos mais graves, Mingi era um rapaz que tinha conseguido, há um ano, o trabalho como neurologista em um renomado hospital de Seul, assim como seus amigos novos, que também estavam sobrecarregados durante aquela semana. O rapaz gostava de seu trabalho porque ele adorava trabalhar com pessoas

Ele dava passadas rápidas pelos corredores do imenso hospital, precisava relatar o boletim médico de um de seus pacientes para a família que aguardava ansiosa na sala de espera.

— O responsável pelo senhor Yeon? — Perguntou Doutor Song, ao entrar na sala. A família do paciente estava inquieta desde que o trouxeram. — Bem... Vim avisar que ele está bem! —Disse com a voz calma, procurando acalmar os demais. — E a cirurgia do tumor cerebral foi um sucesso! —  Falou com animação controlada. — Conseguimos fazer a extração por completo. Ainda estava em estado inicial, felizmente ele terá muitos anos pela frente! Agora ele vai ficar conosco durante algumas semanas e logo voltará para casa. — Mingi sorriu gentil e recebeu agradecimentos pelo seu trabalho bem feito, então se retirou dali podendo ver o alivio nos rostos dos familiares do senhor que havia acabado de salvar, mas sem se prolongar pelo momento, ele logo voltou aos passos largos e apressados pelos corredores.

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