— Converse com eles. Diga a verdade, e se eles não se opuserem a ideia, significa que também não querem nada sério. 

Lumine sibilou, encarando sua companheira com curiosidade.

— Yae, por acaso você já se envolveu com mais de uma pessoa ao mesmo tempo?

— Talvez eu tenha, mas vou te deixar decidir se isso é um sim ou um não. Tenho interesse em saber qual sua ideia sobre mim. — Lumine franziu o cenho e em seguida começou a rir descontraída.

— Eu sempre respondo suas perguntas, por que você nunca responde as minhas?

— Virou meu costume ser um mistério para as pessoas ao redor, é fofo vê-las instigadas. Não faço exceções para amigos, mas você já deveria estar feliz pela honra de ser chamada de amiga. — Yae falava com seu típico tom presunçoso, o que só fez Lumine rir mais.

— Certo, certo. Obrigada pela oportunidade de falar com a majestosa Yae Miko, jamais esquecerei deste grande feito.

— Não precisa me agradecer, um dia você pode me fazer um favor como retribuição, nada mais justo.

Lumine balançou a cabeça negativamente enquanto sorria. Não havia ninguém no mundo com escárnio comparável ao de Yae, ela com certeza era um ser peculiar.

•••

A viajante passou algumas horas caminhando pelas ruas de Inazuma, pensando sobre a conversa que teve com Yae. Não sabia definir se seguia os conselhos que recebeu ou se tomava a decisão final de estabelecer entre Thoma e Childe uma amizade que se encaixasse nos padrões de normal. Ficou tão absorta em suas distrações que só notou o quão tarde era quando olhou para cima e viu algumas estrelas surgindo no céu. 

Já era hora de voltar para casa e o pior de tudo é que por não ter concluído a missão, não foi capaz de obter nem sequer uma mísera mora. Não era um problema grave, tinha o bastante para se sustentar por até uma semana se assim desejasse, mas não gostava da sensação de estar limitada a gastar. Não se orgulhava de admitir que assim como Paimon, também era ligeiramente obcecada em acumular fortuna, mas de um jeito ou de outro, ter mora nunca fora demais visto que é a moeda utilizada por Teyvat inteira.

Antes de ir, passou em um restaurante para comprar comida. Estava faminta depois de fracassar em uma missão, correr de guardas e ser seduzida por dois homens que a cercaram dentro de um local apertado e fechado.

Voltou para a hospedagem — contente em não encontrar nenhum habitante vizinho nos corredores, cansada o bastante para não querer interagir — com duas sacolas contendo sua janta e a janta da pequena fada que a acompanhava em suas viagens, deparando-se ao entrar, com a meliante flutuando exatamente no mesmo lugar, fazendo exatamente o que fazia quando Lumine saiu.

Dormindo. Paimon estava dormindo.

Não fez questão de acordá-la. Realmente se passou muito tempo desde que ela teve uma boa noite de sono apesar de que não compreendia como alguém que não fazia nada cansava como se fosse obrigada a mover montanhas constantemente. Acabou comendo sozinha na mesa e foi dormir no seu quarto sem delongas.

Descansar se mostrou uma tarefa impossível naquela noite. Exaustão e adrenalina dançavam juntas sob a pele de Lumine, forçando uma atroz insônia. As imagens do que aconteceu no guarda-roupas martelando sua mente a fizeram se remexer de um lado ao outro na cama, mantendo-a acordada por um longo período da madrugada. Em determinado momento foi abençoada por um cansaço arrebatador que a fez relaxar e sonhar tranquilamente.

•••

Matando o último hilichurl que estava de pé, Lumine se sentou sobre a espessa grama da Planície Byakko. Estava esgotada devido à curta noite de sono, sem contar que o sol estava tão quente que gotículas de suor não paravam de se acumular em sua testa e deslizar para o restante do rosto.

How You Like ThatNơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ