S/n: Está bem? - questionou, ainda com aquela voz estranha. - Olha, aconteça o que acontecer, não caia na dele. - avisou, me deixando confuso, em seguida a escutei gemer de dor, ao que parece e o telefone cair.

Meu corpo gelou.

- S/a? Fala comigo. Você está bem? - tentei, em um ato de desespero. A voz que veio a seguir certamente não era a dela.

Vinnie: Hey, Romeu. - debochou, o sangue ferveu em minhas veias. - Lamento, mas quem está com a Julieta hoje sou eu.

- Vincent, onde você está? Por que está com ela? - tentei manter a calma, pelo medo que tinha dela sofrer as consequências.

Vinnie: Passeando. S/n é uma bela companheira, quando está com a boca fechada. - contou.

- Tua briga é comigo, ela não tem nada haver. - falei um tanto exaltado. - Solte-a e eu te encontro.

Vinnie: Hm... Sabe o que é, você não é o centro das atenções. - deu uma risada irônica. - E além do mais pegar você seria fácil demais.

- O que você quer com tudo isso? - levantei, nervoso.

Vinnie: Quero que tire a denuncia que fez de mim. - mandou, com a voz firme.

- Eu tiro. - garanti.

Vinnie: Obediente, muito bem. - fechei a mão em um punho. - Ainda assim, você precisa aprender a deixar de ser um garotinho que acha que é gente. - grunhiu. - Teve sorte demais ao sobreviver e ainda sim foi audacioso a ponto de me denunciar. - estalou a língua. - É uma pena que quem irá sofrer será outra pessoa. - e desligou.

Tremulo, nervoso e assustado me deixei cair. Pela primeira vez eu me senti pequeno. Eu me senti um nada. Um grande merda. S/a estava nas mãos de Vincent e não há nada que eu possa fazer para salva-la. Meu coração se apertou e as lágrimas começaram a rolar. Eu estava com medo. Não por mim. Por ela. Estava com medo do que ele iria fazer. Só em pensar nele encostando um dedo nela entro em pânico. Agora, mais do nunca, eu tenho a certeza que dou a minha vida para impedir que ele a machuque.

Eu não conseguia me mover e muito menos racionar. As lágrimas caiam desenfreadas, eu já soluçava. Coloquei o rosto entre as mãos, me sentindo fraco. Quando minha família retornou eu já estava exausto, minha garganta ardia, minhas respiração estava pesada e mesmo assim eu não conseguia parar de chorar.

Joanne: Por Deus meu filho, o que aconteceu? - exclamou, preocupada, quando me viu no chão.

Solucei alto e me joguei em seus braços como uma criança indefesa que acabará de descobrir que não é o super herói que pensará ser. Que não é indestrutível.

Joanne: Calma, calma. - me acolheu, acariciando meus cabelos. - Diga-me o que passou?

Gaguejando, com a voz rouca, interrompido pelas lágrimas de desespero, contei o que aconteceu. Ao escutar a história toda dita por mim mesmo, meu choro aumentou.

Joanne: Meu Deus, Chris chame a policia. - disse apavorada.

Impedi, não consegui gritar, somente falei baixo para que não o fizesse. Não ia adiantar. Ninguém sabe onde eles estão e Vincent não vai deixar isso barato. Se alguma coisa acontecer com ela, eu juro que mato ele. Meu coração estava tomado por uma dor tão forte, tão desconhecida... Machucava tanto, me corroía por dentro, me matava. Cada vez que eu pensava nela com ele eu me sentia incapaz de tudo. Eu estava apavorado. Um choque de realidade passou por meu corpo e me fez sentir egoísta por estar chorando como fraco e pensando somente em mim quando S/n deve estar com medo ao lado de Vinnie. Respirei fundo, passei as mãos tremulas pelo rosto, a fim de secar as lágrimas e levantei notando que minhas pernas pareciam não aguentar o peso de meu corpo, acabei sentando novamente, dessa vez no sofá.

 𝘁𝗵𝗲 𝗲𝘅𝗰𝗵𝗮𝗻𝗴𝗲 ! 𝗽𝗮𝘆𝘁𝗼𝗻 𝗺𝗼𝗼𝗿𝗺𝗲𝗶𝗲𝗿Where stories live. Discover now