Comum de Dois

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A noite fui pra casa de Martin, para comemorar seu aniversário/véspera de Natal. Mas hoje o dia estava extremamente parado... Tentei resgatar o controle remoto no meio da minha coberta no sofá, quando ouvi o barulho da porta da frente sendo destrancada.

Fiquei alerta, ficando de pé no mesmo instante, pois só quem tinha a chave era Nia, minha mãe e eu.

E então, uma Nia entrou pela porta, já enfiando as malas pra dentro, bastante impaciente.

— Nia? O que você está fazendo aqui?

— Oi amiga! Você... Você sabe do Martin? Eu preciso falar com ele. Meu celular descarregou. E antes o número só dava ocupado.

— Ele estava falando comigo...

— Tá, mas onde ele está?

— A caminho do do aeroporto, indo para Atlanta. Atrás de você.

— O QUE? COMO ASSIM? ELE...

— Ele quer respostas. Você não nos responde por dias, Nia! Teve folga no Natal e no aniversário dele e não enviou uma mensagem sequer! Saiu com o cast na quinta! Mas depois não respondeu nem a mim! — Apontei, por que amigos também são pra puxar orelha. — O que está acontecendo?

Ela deixou as malas.
E deixou lágrimas caírem...

Ela esta... Chorando?

— Nia...

— Eu saí p-porque tinha que marcar presença no evento, mas não foi fácil. N-não foi mesmo. Eu f-fui atriz a noite toda. — Chorou mais.

— Amiga, mas por que? O que aconteceu? — Indaguei realmente preocupada.

— Eu... — Fungou. — EU TO GRÁVIDA!

E então, eu cai sentada, como uma gelatina.

De olhos arregalados.

— Que... Como?

— Como é q-que se fica grávida, Jude?— Respondeu ríspida, chorando e vasculhando as gavetas do rack.

Grávida!

Um afilhado...

— Nia? Mas me conta tudo!

— Não temos tempo agora. — Me cortou — ONDE ESTÁ A CHAVE DO CARRO? AQUELE FILHO DA MÃE DO MARTIN ESTÁ ACHANDO QUE VAI ME ABANDONAR GRÁVIDA?

— Ele está indo atrás de você! — Rebati voltando a me levantar, e calçar os chinelos para pegar. Estava no quarto.

— Que seja! Onde está?

— No meu quarto, já vou buscar.

— Rápido!

E então eu corri e peguei as chaves e os documentos do carro.

— Vamos Jude!

— Estou de pijama! — Falei, olhando pro meu corpo dentro de um pijaminha de frio azul cheio de bolinhas brancas.

— Ta linda assim, vamos!

E foi assim que saímos, fui literalmente arrastada de pijama pra fora de casa.

Entramos no carro e saímos em direção ao LAX, com uma Nia mandando mil áudios, fazendo mil ligações, mandando até emails pra Martin com meu celular.

— O pai dessa criança é um...

— Idiota?

— Idiota é um pouco pesado. Ele é só meio bobo. — Respondeu, ainda nervosa. — Pisa no acelerador, Jude!