Ele me olhou desconfiado, porém nada falou. Dei uma carona para ele até em casa. Em seguida segui para minha. Quando cheguei deitei no sofá mesmo. Senti meus olhos arderem e uma dor enorme atingiu meu peito. Eu poderia, sem problemas, matar o playboy só por encostar em S/a.

POV S/N

Timmy me deixou em casa pelas 4 da manhã. Me diverti tanto na boate que nem vi o tempo passar. Foi uma ótima ideia a dele de me levar pra dançar. Animou muito meu astral. Coloquei a chave na fechadura bem devagar, para tentar fazer menos barulho possível, entrei pé por pé. Não demorei nem dois segundos para notar Payton dormindo no sofá, todo torto. Chaveei a porta e fui até ele. Meus olhos rapidamente se prenderam em sua face, a expressão tranquila, os lábios entre abertos, as mãos em baixo da cabeça, enquanto ele estava em um sono profundo, de lado. Sentei no chão, ao seu lado, toquei seu rosto com cuidado e fiz um leve carinho em sua bochecha. Se ele soubesse o quanto é difícil ficar discutindo enquanto tudo que eu mais queria era estar em seus braços. É uma pena que ele não me queira tanto quanto eu o quero. E que tenha que ser tão cabeça dura. Desci minha mão, até seus lábios, quase sem encostar, fiz o contorno deles com o dedo. Meu corpo inteiro respondeu a vontade de beija-lo e em seguida me repreendeu por isso. Eu não posso mais deixá-lo me usar. Não posso mais querê-lo, porque ele sequer quis me beijar. Porque ele mentiu. E porque sempre acaba estragando tudo, quando as coisas estão se endireitando. Levantei, passei a mão pelo rosto, neguei com a cabeça e corri pro quarto antes que colasse meus lábios nos dele e o fizesse me beijar a força.

Os dias foram passando, quando dei por mim mais um mês se encerrou. As coisas com Payton estão indo de mal a pior, até Joanne percebeu o clima tenso que se instalou entre nós e que, agora, depois de tanto tempo não conseguimos mais romper. Ele segue dormindo com uma mulher diferente a cada 2 dias. Se drogando e bebendo como um louco, mas, como já a tinha avisado, não cuido mais dele. O mais difícil é ver que ele está se matando e não poder fazer nada. Aliás, parece que só eu vejo isso por aqui. Joanne e Chris fecham os olhos para a realidade.

Admito que não foram poucas as vezes que eu quase joguei tudo pro ar e o beijei. Ou arranquei fio por fio dos cabelos oleosos das garotas que ele leva pra cama. Me avisaram tanto na agência de intercâmbio para eu evitar gostar de alguém da viagem, por motivos variados, mas foi inevitável eu querer ficar com Payton. E muito sem noção, porque a pessoa não é nem um pouco carinhosa ou cuidadosa ou qualquer coisa assim. Ele não é o Timmy, digamos assim. E o Timmy não é Payton. Isso confunde minha cabeça. Porque ao invés de eu querer alguém que me cuide, eu quero estar nos braços de quem me machuca.

É, eu sou uma masoquista mesmo.

POV PAYTON

Estava sentado no sofá, procurando algo bom para assistir na televisão, quando a campainha tocou. Não foi exatamente uma surpresa ver o playboy na porta.

- O que quer? - questionei, sem o deixar entrar.

Timothée: Marquei com S/n. - respondeu, com aquele ar de bom moço que me irrita.

Dei um passo pra trás e o deixei entrar.

- Ela está no banho. - informei, com a voz seca.

E sentei novamente. Ele sentou também.

Timothée: Então... Acha que ela demorará muito? - questionou, me olhando.

- Por que eu deveria saber isso? - arqueei uma sobrancelha.

Timothée: Porque você está morando com ela?! - rebateu.

- Não fico controlando os banhos dela. - suspirei.

 𝘁𝗵𝗲 𝗲𝘅𝗰𝗵𝗮𝗻𝗴𝗲 ! 𝗽𝗮𝘆𝘁𝗼𝗻 𝗺𝗼𝗼𝗿𝗺𝗲𝗶𝗲𝗿Onde histórias criam vida. Descubra agora