Manacled | Dramione

36. Flashback 11

Seu choro diminuiu um pouco depois de vários minutos.

— Eu realmente não sei por que você espera que eu me importe. — Malfoy olhou para ela com uma expressão indiferente.

Ela olhou para ele. — Você me trouxe aqui sabendo que eu estava bêbada. Se você não quisesse ouvir sobre isso, poderia simplesmente ter me deixado em paz, como eu repetidamente disse para você fazer. Não vejo por que você simplesmente não vai se foder.

Ele arqueou uma sobrancelha.

— Azarar-me e xingar-me, tudo em um dia. Parece que finalmente cheguei até você. Eu me perguntei o que seria necessário para fazer você desistir de suas doces carícias e me dizer como você realmente se sentia. — Sua expressão era provocadora.

— Cale-se! — ela rosnou antes de deixar cair a cabeça sobre os joelhos e se abraçar.

— Mas, na verdade, estamos apenas arranhando a superfície, não estamos? Talvez eu devesse listar todos que matei — disse ele, contornando-a lentamente com um sorriso malicioso. — Houve vários trouxas primeiro, treinos antes de eu voltar para a escola. Tia Bella disse que era necessário estar acostumado a matar antes de fazer isso com alguém que eu realmente conhecia. Então Dumbledore. E mais trouxas. Você sabia que fui designado para encontrar seus pais? Você mesmo deve tê-los escondido porque não havia sequer um vestígio a ser encontrado. Sem detalhes desleixados ou despedidas secretas como muitas outras famílias nascidas trouxas. Porém, essa ignorância ainda não poupou seus vizinhos. Bella ficou arrasada com o quão minuciosa você foi.

Hermione estava olhando para ele com horror.

— Então os Creevey. E os Finch-Fletchleys. E minha tia Andrômeda e seu marido Ted. Isso era bastante pessoal para Bella, ter um nascido trouxa casado na família Black era uma grande mancha. Continuou sendo seu mais sincero arrependimento por nunca ter matado Nymphadora, especialmente depois que se espalhou a notícia de que ela havia se casado com um lobisomem. Depois disso... bem, os mortos tendem a sangrar juntos depois de um tempo, mas acredito que foram mais trouxas...

Hermione podia sentir a sensação quente de sua intoxicação se esvaindo dela enquanto Malfoy continuava falando. Listando nome após nome familiar. O brilho de seus olhos prateados e a expressão fria em seu rosto enquanto ele continuava com sua voz desdenhosa e arrastada.

— Sabe, Malfoy — ela disse calmamente depois de um minuto, — você gasta tanto tempo certificando-se de que eu tenha um excesso de boas razões para odiar você. É estranho.

Ele fez uma pausa e ela olhou para ele.

— Não é assim que os humanos funcionam — disse ela. — Nossos cérebros estão programados para racionalizar as coisas, para que a culpa não nos consuma. Nós desculpamos. Nós culpamos. Encontramos alguma explicação para nós mesmos que nos ajuda a dormir. As pessoas não se consideram vilãs. Eles estão matando para proteger a si mesmos, ou às suas famílias, ou ao seu dinheiro, ou ao seu modo de vida. Mesmo o seu mestre, ele não se acha um vilão. Ele apenas pensa que é melhor que todos os outros. Ele acha que merece governar sobre tudo. Quando ele tortura e mata trouxas, está tudo bem porque eles não são pessoas de verdade. Quando ele gravou runas em suas costas por horas, estava tudo bem, você mereceu porque falhou com ele. Em sua mente ele não é um vilão, ele é um deus. Mas você... você se acha um vilão. Você acha que merece ser odiado. — Ela inclinou a cabeça para o lado enquanto o estudava. — Muitas vezes me pergunto por que isso acontece.

O rosto de Malfoy ficou mais frio e fechado enquanto ela falava.

— Vou poupar todo o seu esforço — disse ela, e sua boca se curvou em um canto. — Eu odeio você. Não exijo que você faça mais nada para me convencer. Eu odeio você. Mais do que qualquer outra pessoa, exceto seu mestre. Eu odeio você. Considero-o parcialmente responsável por todas as pessoas que morreram até agora nesta guerra e por todas as pessoas que irão morrer. Você não precisa me convencer de que é um monstro, eu já sei disso. Curar você quando você está ferido não é por causa do meu maldito coração. E não enfeitiçar você quando você está gravemente ferido não é sentimento. É simplesmente o último pedaço de decência que me resta. Todo o resto da minha bondade já foi destruída por você. Então, apesar do que você joga na minha cara, não vou deixar você ficar com isso. Agora... vai se foder.