Lídia ergueu-se abruptamente, levando a mão ao peito, numa tentativa de respirar com calma novamente.
— O que? Casar-se? Com quem? Pelos deuses, estais louco Lucius?
— Não. — Respondeu com calma. — O nome dela é Jokaste, você a conhecerá ao entardecer. — Lídia abriu a boca prestes a protestar, mas Lucius não permitiu. — Nós já consumamos, mãe. Já somos um do outro. Não há como reverter isto.
— Lucius Kokinos! — Lídia gritou em protesto! — Como pôde?! E se a família dela não nos aceitar? E se os deuses não aprovarem?!
— Da parte dela não há ninguém para nos desaprovar.
Ele ainda se mantinha seguro, não vacilou o olhar dos olhos da mãe por nenhum segundo.
— Não me importo com as bençãos dos deuses se tiver ao menos a sua.
— Lucius... — Lídia suspirou profundamente, olhando nos olhos do filho, via uma irredutível certeza. — Estais realmente certo desta escolha? — Ele fez que sim com a cabeça. — E ela é uma boa moça?
— A mulher mais gentil e terna que já caminhou sob a terra. — Respondeu sorridente. — Ah mãe... E tão, tão linda!
Ela nunca tivera visto o filho tão feliz. O sorriso que Lucius quase sempre forçava para agradar a mãe frente ao padrasto, agora surgia naturalmente e com sinceridade. Relutante, ela fez que sim com a cabeça.
— Então vá ao seu avô e pegue outro peixe. — Ordenou ela. — Precisamos fazer um bom jantar para sua noiva.
— Sim senhora! — Respondeu e mais do que depressa zarpou até Naxo.
Lídia, assim que se viu sozinha, sentiu-se novamente nervosa.
Lucian chegaria, assim como Jokaste.
E talvez, pensou ela isso facilitasse a verdade que viria ao anoitecer.
Quando o sol abaixou-se no céu, Lucius caminhou trajando sua melhor peça de roupa, com os cabelos se perdendo entre diminutas tranças e seu cachos soltos de maneira selvagem – tal como Jokaste tinha declarado gostar.
— Está nervosa? — Lucius perguntou.
Caminhavam lado a lado, Lucius teria ido busca-la e agora iam juntos até a casa de Lídia.
— E não deveria? — Rebateu Jokaste. Com sua mão, Lucius deslizou até a dela e entrelaçou os dedos.
— Não deveria. — Afirmou ele. — Você é a mulher mais fascinante que já caminhou por estas terras. Qualquer insegurança não faz feitio a isto.
Ela parou abruptamente e puxando os ombros dele, fez com que se encarassem.
— Como consegue ser tão doce? — Questionou ela. — Tão puro e indulgente!
Ele sorriu com sinceridade e impetuosamente, puxou a cintura dela e a beijou – um beijo apressado e até mesmo fofo, desfazendo a pose séria que Jokaste tinha feito.
— Somente para você, minha bela noiva, serei o melhor dos homens sempre que possível!
Ela quis sorrir com aquela promessa, mas na verdade, somente a entristeceu ainda mais. Frustrando a culpa que lhe subia a garganta e que sairia como choro ou como confissão dos seus crimes, Jokaste beijou Lucius novamente. Aprofundando-se mais e mais, até que sentisse que não havia espaço entre os dois. E que pelo menos durante aqueles beijos, eles poderiam ser apenas um do outro.
Mas se ela tivesse notado a presença daquele homem, observando-os de longe, não teria feito mensura alguma.
Porque embora Lucius, naquela situação estivesse totalmente ignorante, ela sabia muitíssimo das consequências de seus atos. Afinal, o rei, era tão vingativo quanto a rainha.
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As Crônicas do Caos - Perdição (EM REVISÃO)
Paranormal🐍 Até onde você iria por uma segunda chance? Serafine já foi um anjo, da mais alta hierarquia, mas tudo mudou quando ela quis interferir na liberdade de escolha dos homens. Condenada a uma eternidade num corpo inerte, em Perdição, Serafine s...
Capítulo XXXIII - A gênese de Cerberus - Final
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