CAPÍTULO DOIS

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- MEARA -

Ouço o som dos cavalos trotando as minhas costas, facilmente os guardas a frente quase alcançando meus flancos enquanto eu tentava guiar o meu para longe pela trilha que levava a clareira antes da Floresta Negra.

O silvo das flechas passam zunindo em meus ouvidos, perto demais do meu rosto então abaixo colando rente ao pescoço do meu cavalo. Estalo as rédeas  fazendo o bicho galopar mais rápido, tentando me afastar quando uma nova saraivada de flechas voa em minha direção, e a clareira se abre a frente, a floresta a poucos quilômetros logo atrás.

Eu precisava chegar até a floresta. Ninguém era louco o suficiente para entrar nas terras negras depois do sol se pôr, com medo das histórias que cercavam o lugar. Eu tinha que atravessar o espaço aberto até e poderia tentar sobriver depois.

Um trovão ecoou ao longe, seguido por outro e mais outro cada vez mais perto. O céu do entardecer escurecendo rapidamente, sendo tomado pelas nuvens cinzas e quase negras avançando com velocidade sobre nós. O vento se tornou mais forte, a poeira sendo levantada como uma tempestade de areia atrás de mim e dos meus perseguidores. Meu cavalo é atingido por uma das flechas do seu flanco posterior e então tropeça em suas patas e cai, levando-me para baixo dele enquanto mais flechas fazem eu caminho cortando os ventos cada vez mais raivosos, as nuvens acima engolindo o céu de Vellamo em tons de chumbo.

Um cone desce, rodopiando feroz ao redor e então tudo se transforma em um borrão. Ouço gritos, os relinchos desesperados dos cavalos e som dos homens fugindo e então meu corpo desce. Caindo e caindo através do completo nada, a melodia feroz dos ventos cortando meus ouvidos.

Acordo no mesmo momento que meu corpo se choca contra o chão.

Não sinto meu tornozelo. Ou a ferida em meu estômago, apesar de senti-lo pesado contra minha barriga como um buraco aberto.

Suor escorre pela minha têmpora e desce pelas minhas costas, a malha da roupa grudando em minha pele ensopada. Esta frio, muito mais frio que o deveria estar sendo que dormi provavelmente toda a noite numa caverna úmida. Meu corpo treme ao ponto dos meus dentes baterem uns contra os outros num ritmo doentio.

As primeiras luzes da manhã invadem através da entrada da caverna, eu tenho que sair daqui e procurar algo para comer quando meu estômago ronca e em seguida embrulha com fome. Um gemido de dor escapa quando eu me apoio nas pedras lisas e suspendo meu corpo, meu pé reclamando com a dormência que se alastra pela minha perna e eu trinco os dentes mais forte para ignora-la.

O sol estava alto, embora não pudesse me dizer muito para que eu pudesse me orientar através dele sendo que estava do lado oposto ao que deveria estar. As árvores de folhas vermelhas e alaranjadas balançavam com a brisa fria, o cheiro de frutas ainda mais forte que antes invadindo minhas narinas fez minha barriga roncar novamente.

Alcanço minha espada e a ajeito na bainha presa ao cinto de couro em minha perna não machucada e me curvo para evitar a dor contra a pele repuxada, embora não adiante muito.

Descendo a trilha para baixo do declive da caverna eu aguço meus sentidos para qualquer outro som além do rastejar das folhas umas nas outras com o sopro do vento e a minha respiração ou meus passos desajeitados contra o solo forrado de folhas secas.

As árvores parecem não acabar nunca e se tornam mais densas a medida que avanço pela estreita trilha, apoiando-me contra troncos finos de carvalhos e pinheiros velhos enquanto eu me arrastava e a dor parecia me arrastar mais para baixo para o entorpecimento mais uma vez.

A trilha acaba, a floresta dando lugar para um barranco e em seguida um pomar extenso em cores vividas de vermelho, verde e laranja, o cheiro das frutas salivando em minha boca.

Olho ao redor, os sentindo mais afiados em qualquer ruído que pudesse denunciar a presença de alguém e — agradecendo aos deuses —, não havia ninguém. Finco a ponta da espada na base de terra vermelha enquanto desço o declive, respiro forte e dolorosamente ao alcançar a base e adentrar no pomar.

Maçãs, peras e laranjas grandes e brilhantes como joias. Alcanço uma das maçãs e empurro para a boca, meu estômago agradecendo pelo alimento doce. O gosto denso em minha língua, enebriando meu paladar. Puxo mais algumas, junto com algumas peras e laranjas e empurro numa pequena cesta de tramas douradas que estava jogada contra as raízes de uma macieira.

Minha audição capta movimento, passos quebrando os galhos soltos no chão se aproximando da parte onde eu estava. Uso minha espada para galgar o barranco de volta para cima, mantendo a cesta acima uma das laranjas corre para baixo. Ouço um grito as minhas costas, mas não paro quando continuo seguindo pela trilha até desaparecer em direção à caverna novamente.

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⏰ Ultimo aggiornamento: Sep 19, 2021 ⏰

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