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Capítulo 1

Nélio se arrumava em seu quarto, havia acabado de pôr uma camisa de malha, na cor escura. Uma das suas prediletas. O jovem rapaz amava baladas e se encontrar com os amigos durante os finais de semana. Ele não tinha namorada e por isso lhe sobrava tempo para isso.

Já se imaginando pronto, o jovem se colocou de frente ao espelho e começou a ajustar o seu cabelo escuro com as próprias mãos. Não tinha paciência para ajeitá-lo com um pente tradicional. Ele achava que os seus cabelos se davam melhor com o toque dos seus dedos e não simplesmente com uma escova cheia de dentes que foi fabricada sabe lá por qual equipamento.

A sua irmã surgiu na passagem e encostou o rosto na madeira da porta. Observava o seu irmão finalizar a sua arrumação antes de dele ir fora de casa.

-Vai sair? - Questionou ela, o analisando por algum tempo e por alguns instantes o invejava porque tinha um motivo concreto para ir fora de casa e ela estava ali, sem perspectivas para o seu fim de semana.

-Vou.

Nélio respondeu sem dar-se ao luxo de pousar os seus olhos na imagem de sua irmã. Ele olhava no rosto dela todos os dias e estava cansado de ver a sua figura sempre. Preferia poupar os seus olhos para as belas garotas dentro do clube o qual ele estava destinado a ir naquela noite.

Então ela insistiu por teimosa. -Posso ir com você?

-Não.

-Por quê? - Persistiu novamente.

-Vou sair com os meus amigos... Só terão homens em nosso grupo.

-E daí? Qual é o problema?

-E daí?...Qual é o problema? - Virou-se ao lado e a encarou no rosto. - É bonito você ficar no meio deles!

Porém Lany sugeriu com uma idéia simulada. -Eu não ficarei no meio deles. Apenas irei com você e me colocarei em um canto, distante dos seus amigos.

-Sozinha?

Ergueu a sobrancelha, a sua mana não havia utilizado argumentos suficientes para tentar convencê-lo da caridade entre irmãos. Principalmente entre irmão e irmã.

-Melhor do que ficar entre os seus amigos.

-Não! Vá que você desaparece e eu terei que ficar te procurando igual um maluco.

-Tudo bem... - Lany cruzou os braços em seu peito e pensou rapidamente em chantageá-lo com algo que ela sabia sobre ele de modo secreto. - Então eu direi ao nosso pai que você fuma cigarros às escondidas.

A jovem virou-se de costas, retirando-se dali. Ela já imaginava que efeito as suas palavras iriam causar na mente do seu irmão mais velho a partir daquela confissão bombástica. Se Nélio fumava cigarros escondidos era porque ele não desejava que os seus pais viessem saber.

-Ok!

Nélio concordou em suas costas. Ele havia mudado de idéia com facilidade, mediante a chantagem sórdida da irmã caçula. Naquele momento ele pensou em esbofeteá-la ao invés de dizer OK.

Mas isso só iria piorar as coisas e ela ia sair correndo para contar aos pais sobre a agressão originada por ele.

-Vai se arrumar!

Ordenou-a com impaciência, imaginando que ele teria que aturá-la em seu passeio a noite. Ela estava quase conseguindo arruinar a sua noite.

Horas depois...

Os dois desceram de um carro vermelho, um automóvel de preço baixo. O mesmo era o veículo que Nélio pôde comprar com as suas economias. Ele havia juntado dinheiro durante alguns anos para comprar aquele veículo ancestral. Mesmo com tantos anos na estrada, Nélio amava o seu automóvel da mesma maneira, como se fosse um novinho em folha.

A seguir, Lany olhou para cima e viu o letreiro colorido da casa noturna e depois olhou para a porta do clube onde havia varias pessoas em frente, comprando ingressos para entrar no local.

-E os seus amigos?

Ela questionou olhando para o rosto de Nélio.

-Estão lá dentro, me esperando.

Acessaram a parte interna da boate.

Um local escuro, com luzes que acendiam e apagavam com rapidez. Havia muitas pessoas agrupadas em vários cantos do salão.

Nélio aproximou-se do grupo de três amigos que o aguardavam ali. Ele estava sozinho, pois, a sua irmã seguiu outra direção. Ela caminhou até a pista de dança. E girava o corpo conforme a batida da música.

Um dos amigos de Nélio olhou para o relógio em seu pulso e parecia preocupado com o transcorrer do tempo.

-Vou nessa!... Tenho hora marcada!

-Hora marcada! Cuidado com o cupido!- Brincou Nélio, olhando em direção ao amigo.

-Eu sei me defender das flechas!

Contestou Antony, virando ao redor e deixando o local após ter apertado a mão de todos os companheiros ali.

Final de baile...

Lany deitou no sofá da sala, assim que chegou a sua residência. Seu irmão chegara junto com ela e ele fechou a porta por ter sido o último a entrar na casa.

-Adorei! Quando sairemos novamente?

Ela questionou sorridente.

Nélio fez uma careta na direção dela. Observando a irmão à-vontade no sofá, com postura de rainha. Só faltava ela tratar o irmão como servo e pedi-lo para servi-la um copo de água. Isso acabaria com o final da madrugada dele. Nélio não estava completamente satisfeito com a companhia da irmã dentro do clube. Mas pensando bem, ele percebeu que ela se comportou corretamente.

-Hey!...Não acostuma! Ou você pensa que te levarei sempre comigo?

-Eu não te atrapalho em nada... Eu nem cheguei perto dos seus amigos. Fiz exatamente tudo que me pediu. E se não fosse eu, você não teria ficado com aquela moça.

Nélio abaixou a cabeça e pensou por alguns instantes.

-Tá legal!- O convenceu. - Na próxima, será um racha.

-Um racha?- Os olhos de Lany acenderam e ela vibrou, esticando os braços para o alto. - Sou louca para ir a um!


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LANY E ANTONY agradecem em meu nome a gratidão de vocês...




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