Com passos furiosos Alexander adentrava a casa não muito grande que dividia com Miles — seu melhor amigo. Ele estava se afogando em ódio, eram incontáveis as vezes quais ele já havia suspirado de frustração. E toda sua ira aumentava conforme ele se lembrava dos detalhes daquela tarde de verão na Costa Oeste, ele se sentia formigando.
— Merda, merda, merda! Mil vezes merda! — Suspirou passando a mão em seu cabelo comprido. — Eu te odeio, Miles! Odeio, odeio, odeio, odeio...
O moreno já sentia algumas lágrimas molharem suas bochechas alvas, o estresse estava tomando conta de si. Para aliviar toda sua tensão, Alex, decidiu ir tomar um banho quente para relaxar todo e qualquer músculo seu. Logo ele caminhou em direção ao banheiro, retirou suas peças de roupas para o verão e entrou debaixo do chuveiro, sentindo todo seu corpo ser molhado pela água.
Miles, havia acabado de chegar em casa, ele destrancou a porta da frente, caminhou pelo o local e percebeu que o mais velho não estava por ali, porém o barulho do chuveiro estava presente em todo ambiente, então deduziu que o outro estivesse tomando banho e por isto preferiu ir a cozinha.
Após alguns bons minutos, o mais velho terminou seu banho, enrolou a toalha esbranquiçada em seu corpo e seguiu para fora do banheiro. No meio do caminho acabou por esbarrar com o outro.
— Ah, Miles, você chegou. — Disse com uma indiferença banhada em tristeza.
— É, pois é. — Concordou, levando seu olhar até o tronco nu do outro, não era tão definido, mas, também não era muito magro. — Está tudo bem? — Perguntou, tentando desviar sua atenção e por notar o rubor nos olhos do outro.
— Sim, por quê? —Indagou, estando levemente confuso.
— Você parece ter chorado recentemente e por um bom tempo. — Respondeu, assumindo uma expressão um tanto séria.
— Não foi nada.
— Ninguém chora por nada. — Retrucou Miles.
— É sério. Não foi nada. —Suspirou Alex, meio impaciente.
— Não minta para mim, seja honesto comigo. — Disse tocando a ponta do nariz do outro.
— Está bem, é apenas... Ciúmes. — Respondeu, mordendo o lábio pelo o nervosismo.
— Ciúmes de quem, meu bem? — Perguntou, tocando o queixo do outro e subindo para sua bochecha.
— De você, claro. —Respondeu, tentando não se mostrar tão afetado pelo o toque do outro.
— Ciúmes de mim? — Questionou confuso, enquanto suas mãos percorriam o arco zigomático do outro.
— Sim.
— E por quê?
— Estou com medo de acabar lhe perdendo para Zach. — Redarguiu cabisbaixo. — Vocês, ultimamente, estão bem próximos. Andando para lá e para cá, sempre juntos. Vocês parecem se divertir. — Completou, tentando assumir um tom indiferente.
— Mas, por que resolveu ficar assim só agora? — Perguntou, inclinando levemente a cabeça.
— Hoje, enquanto estávamos naquele parque... Ver Zach lhe tocando em certas partes, ver ele lhe dizendo coisas para te fazer rir, vê-lo ali dando tantas investidas para cima de você e vê-lo cumprindo um papel que é supostamente meu, foi o stopim para mim. — Revelou, com uma amargura notável na voz.
— Mas, eu só estava curtindo a companhia dele, ele é um ser agradável. — Comentou arqueando levemente uma sombrancelha. — Achei que não se importasse.
— Eu até não me importaria, mas, você está agindo como se ele fosse seu melhor amigo... Eu que sou seu melhor amigo, porra! — Esbravejou, sentindo as lágrimas se acumularem no canto de seus luzeiros acastanhados. — Você mal tem tempo para mim agora. É Zach para lá, Zach pra cá, é Zach isso, Zach aquilo. Porra! Que se foda o Zach, sério. Eu cansei, cansei pra caralho. — Disse com a voz meio falha.
