- Por Deus, eu nunca vou conseguir me
mover. - resmunguei, com os braços em torno do pescoço dele.

Payton: Todo mundo pensa assim, isso se chama medo do desconhecido. - falou calmo. - Acontece. - afirmou. - Mas vou te ajudar, é por isso que estou aqui, afinal.

- Não mesmo, você está aqui porque queria sair, de alguma forma. - rebati, ganhando tempo parada.

Payton: Estou aqui porque acho que todas as pessoas deveriam ter a chance de descobrir como é patinar. - prendeu os braços na minha cintura. - Agora vamos, você vai sair daqui uma patinadora profissional. - garantiu.

Ele me colocou em sua frente, soltou meus braços de seu pescoço e os seus de minha cintura e segurou minhas duas mãos, movendo-se pela pista e me levando junto. A principio estava tendo dificuldade em não deslizar demais e acabar tropeçando, com calma e paciência, por parte dele, acabei me
fixando melhor e me movendo em um só
ritmo.

Payton: Isso, está indo muito bem. - comentava, enquanto me instruía.

Quando perdi o medo comecei a aproveitar mais e por fim me divertir. Payton ia passando cada vez mais confiança para mim, fazendo com que eu consiga ir melhor. Até que notei que seus braços já não mais me tocavam, ele
só ia atrás, patinando. Me desconcentrei com isso e resbalei, no mesmo momento já estava novamente nos braços dele.

- Não me solte. - disse entre dentes.

Payton: Linda, você já estava indo sozinha a tempos. - falou, para minha surpresa.

Passamos uma noite maravilhosa patinando, é engraçado como, apesar de já ser tarde da noite, uma quantidade absurda de pessoas entram e saem do local. E nesse momento nós estávamos saindo.

Payton: Quer passar em mais algum lugar? - perguntou, quando estávamos a caminho de casa.

- Não, acho que é melhor voltarmos. -
respondi, olhando pela janela.

Payton assentiu, no mesmo segundo seu celular tocou.

Payton: Atende pra mim. - pediu, concentrado no transito.

Peguei o celular e fiz o que ele pediu.

- Alô. - esperei a pessoa responder.

Vinnie: Hey, esse telefone não é do Payton? - reconheci a voz no mesmo segundo. Juro que pensei em responder que não.

- É sim, ele está dirigindo. - respondi,
percebendo que Payton estava atento a
conversa.

Vinnie: Passa o telefone pra ele ae, gata.

Não, eu não vou passar, seu idiota e aliás, gata é o teu...

- Claro. - disse com uma falsa voz alegre. - É Vinnie, Payton. - indiquei o celular.

Ele parou o carro e atendeu. Os escutei
combinando algo, Payton mal falava, somente escutava, creio que para que eu não descubra o que é. De fato, alguma coisa boa não há de ser.

Ele desligou e voltou a dirigir. Calado. Então eu soube, acabaram os 30 minutos de paz com ele.

No dia seguinte levantei mais cedo e fui
caminhar, Faith estava na escola, então tive que ir sozinha. Antes de sair constatei que Payton já não estava em casa. Coloquei os fones no ouvido, deixei uma música rolar por meu celular e andei algumas quadras pra frente.

Quando dou de cara com Vinnie.

E Payton.

Ambos estavam do outro lado da rua, de
costas para mim. E o que me fez pasmar,
estavam pichando um muro. Em plena luz do dia. Como dois idiotas. Neguei com a cabeça, não acreditando que ele estava agredindo dessa forma a propriedade de alguém. Fiz a única coisa que julguei ser a correta.

 𝘁𝗵𝗲 𝗲𝘅𝗰𝗵𝗮𝗻𝗴𝗲 ! 𝗽𝗮𝘆𝘁𝗼𝗻 𝗺𝗼𝗼𝗿𝗺𝗲𝗶𝗲𝗿Onde histórias criam vida. Descubra agora