Lara chegando em casa

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Chegando em casa, entrei pelo portão que foi aberto pelo porteiro, para chegar em casa tenho que caminhar por uma entrada que é feita com várias palmeiras de um lado quanto do outro.

Entrei na enorme sala, um silêncio que me deixava angustiada. Comecei a subir a escada quando escutei uma voz me chamar.

_ Onde você estava?


_ Oi mãe, eu estava na casa de Paula fazendo um trabalho da escola.


Por que você não avisou? Seu pai disse que quer conversar com você hoje à noite.


_Porque o trabalho é para amanhã e eu esqueci completamente. O que o pai quer?


_Só mais tarde você vai saber.

Enchi minha banheira pensando no que meu pai queria. Após o banho, vesti um vestido floral, amarrei o cabelo, dei uns apertões nas bochechas para ganhar um pouco de cor, pois sabia do que se tratava a conversa.

Sentei-me a mesa, meu pai olhou-me de cima a baixo e perguntou como foi o trabalho.


Não sabia o que responder, aliás com certeza meu pai devia ter perguntado ao pai da Paula, afinal eles eram velhos amigos. Mas respirei fundo e com ar super natural disse que deu tudo certo.

Ele consentiu com a cabeça e não disse mais nada. Após que todos se retiraram da mesa ele disse:


_Lara, venha comigo ao escritório.


_ Sim.


Segui-o até o escritório, fechei a porta e esperei ansiosa em pé ao lado da cadeira, meu coração estava tão acelerado que parecia que havia corrido uma maratona.

O escritório era aconchegante, com uma enorme mesa ao centro estilo bem rústico feito de madeira maciça, somente alguns papéis sobre a mesa, afinal o Sr. Willian era muito organizado, não era à toa que se tornou um dos mais ricos no ramo dos negócios de exportação.

Na parede algumas obras de arte tornavam o local mais clássico e um tanto formal, aquele era o local da casa onde meu pai tratava de qualquer problema.

Ele deu a volta à mesa, sentou-se, pegou a caneta e ficou girando entre os dedos me olhando. Eu fiquei parada, imóvel, naquele momento parecia que meu ar havia fugido dos pulmões e ido direto para minha cabeça. Sentir o mundo girar, mas procurei manter neutra para que não percebesse quanto angustiada eu estava.

Então ele me olhou e disse:


_Acho bom você sentar-se.


Sentei-me, calada, só balancei a cabeça. Meu pai era muito ágil com as palavras e com ele não tinha rodeios. Começou direto ao ponto.


_ Sei que hoje você encontrou-se com seu namorado, se é que podemos dizer desta forma. Pois bem hoje foi a última vez que você encontrou com ele.


_Eu não entendo por que você se opõe.


_ Você ainda é muito jovem para ver o que é óbvio.


Fiquei furiosa, meu pai nem sabia quem ele era pra falar daquela forma, tá certo que o Brian era um pouco mais velho que eu, mas daí estar me usando aí já é demais.


_ O que é o óbvio?


_Meu Deus!! Tá claro que ele está com você só pelo nosso dinheiro, andei investigando-o.


Aquilo foi o bastante para mim, eu amava o meu pai, mas agora ele foi longe demais, o Brian que eu conheço não é assim. Ele nunca me pediu nada, nem se quer nunca me deixou pagar uma conta.

Levantei bruscamente, coloquei as mãos sobre a mesa, olhei fixamente nos olhos do meu pai e disse-lhe:


_Pelo o que eu estou vendo, é o senhor que está pensando em dinheiro e pior esquecendo-se da minha felicidade.


_ Lara...


Fiquei furiosa, mas também contente por ter tido coragem de lutar pelo meu amor, mas tinha que manter a minha postura para meu pai não perceber que eu estava morrendo de medo.

E antes que ele continuasse e fizesse-me perder a máscara que eu havia acabado de colocar, eu acrescentei rapidamente:


_Eu não vou deixar o Brian. Eu amo-o mais que tudo.


Antes que ele respondesse, gritei de novo que não o deixaria e sair correndo para o meu quarto.


Fechei a porta com toda força que possuía, pulei em cima da cama, de barriga para cima e coloquei o travesseiro em cima do meu rosto com tanta raiva que o mordia.

Mas o que eu poderia fazer, meu pai era muito bom, mas se o desafiasse, ele fazia tudo ao seu alcance para conseguir a sua vitória. Ele era capaz de fazer o Brian perder o emprego e pior poderia garantir que ninguém o ajudasse. Não. Eu tinha que fazer alguma coisa.


Uma noite para esquecerOnde as histórias ganham vida. Descobre agora