O medo crescente.

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Enquanto tomava um gole de água Taeyong se viu pensativo sobre as novas regras imposta pelo Rei Youngjae em relação aos ômegas, se viu incrédulo quando recebeu a notícia por Wooseung que todos os ômegas do reino estariam proibidos de migrar para sua forma lupina sem a permissão de seus devotos maridos, punível com morte caso mandato fosse quebrado. Um calafrio ruiu sua espinha e encolheu-se após deixar o copo sobre a mesa. Dois anos se passaram dessa lei. Dois anos que ele não corria livremente sobre os pastos verdes com suas lustrosas patas acinzentadas.

— Senhor Lee? — Uma voz adocicada soou logo atrás de si e a reconheceu como a de Soojin, a serviçal de sua casa havia acordado relativamente cedo àquela manhã. — Pensei que estivesse dormindo visto que sua gestação tem sido um tanto...

— Conturbada. — Concluiu a frase dela com um meio sorriso nos lábios enquanto a palma da mão acarinhava novamente a barriga inchada, numa tentativa de acalentar-se de seu próprio sentimento. — Não tenho sono, Soojin.

— Mesmo assim... — Murmurou com um bico nos lábios, sabia que não tinha poder nenhum sobre seu senhorio, mas desejava o melhor para o rapaz. Afinal, desde que iniciara o casamento estava ali e sempre via as brigas tempestuosas que o casal travava. — Hoje tem a cerimônia de iniciação. Disseram-me que esse ano será ainda mais bonito que ano passado, você precisava ver, Taeyongie!

Taeyong riu com a animação da jovem, admitia para si mesmo que Soojin era um plus em sua vida monótona e sombria, sentia um pouco de alegria por vê-la perto.

— Ah criança, sabe que a iniciação é um processo doloroso para mim, ainda mais agora quando nem posso pedir permissão para Wooseung, Jaemin suga toda minha energia e tenho certeza que não aguentaria uma mutação. — Era igualmente doloroso pensar sobre isso, em como até mesmo sua gestação o impossibilitava de mutar. Sentia-se frustrado, mas ainda assim não se arrependeria um segundo sequer de florescer seu filho em seu ventre.

— Ya... A iniciação não é somente sobre mutar, oppa. Tem a devoção. — A Devoção... Instigou a mente a lembrar do motivo pelo qual tinha aquele momento. E recordou-se. Os amados rei e príncipe Jeong. Sungjae era um ótimo rei, sempre reconhecido por sua benevolência e bravura, vivia entre o povo e somente o povo importava para ele. Era sua família. Jaehyun, como príncipe, não era diferente.

Era o príncipe mais amado do reino, quiçá de todos os reinos. Era gentil, honrado, humilde, corajoso, valente, bonito... Ah, Taeyong se viu suspirando enquanto se recordava de seu antigo amor. Sempre fora fascinado por Jaehyun e por todos os seus traços meramente delicados contrastando com a masculinidade imponente que ele possuía. Apesar de ser um alfa empoderado lúpus, tinha um coração doce e harmonioso, lembrou-se de quando fora pedido em casamento pelo príncipe e no quanto havia sido feliz naquele momento. Somente por aquele momento, antes de tudo ruir.

"O amor não é para os fracos, querido." A voz de sua mãe soou novamente em seus tímpanos, a lembrança estava se tornando cada vez mais real, tanto que vez ou outra parecia vislumbrar a silhueta da lady passeando pelos corredores da casa. Se ela soubesse o quanto Taeyong era fraco teria ela mesmo cavado a própria cova e deserdado o rapaz de sua família.

— A Devoção é uma das cerimônias mais lindas que há no reino, minha querida, porém ainda é bastante dolorosa para quem se lembra do rei Sungjae. Ele era nossa esperança. — Se referia aos ômegas que, antes de serem tratados como depósitos de filhotes, eram tratados como verdadeiras criaturas abençoadas pelos deuses por serem fortes, dóceis, corajosos e carregarem em seu ventre os lobos do futuro. — Acho que ficarei te devendo a ida ao evento mais esperado do ano, Soojin. Quem sabe ano que vem quando Jaemin estiver em meus braços, o ensinarei sobre nossa história.

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⏰ Last updated: Aug 31, 2021 ⏰

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secular | jaeyongWhere stories live. Discover now