— Hershel, precisamos de você. A filha do Rick. Ela foi baleada. — Escutava Daryl gritar de longe.

— Lia. Minha filha. Você vai ficar bem, vai dar tudo certo. Não vou te perder de novo. Não vou. — Eu chorava em seu corpo desmaiado.

Levantando com dificuldade, corri com seu corpo em meus braços até a casa. Hershel já preparava a cama. Havia muita gente no quarto. Eu estava vivendo tudo de novo.

— Vou cuidar dela como cuidei de Carl. Preciso que se acalme. O tiro passou de raspão, vá lá pra fora e tome um ar. — Hershel tentava me acalmar, enquanto eu olhava paras minhas mãos, manchadas pelo sangue.

Do lado de fora, todos me olhavam incrédulos. Daryl havia entrado comigo, estava atrás de mim, observando aquele bando de gente tão desesperado, tanto quanto eu. Lori andava de um lado para o outro, e quando me viu, veio correndo me abraçar.

— Como ela está? Meu Deus! Digam alguma coisa. Ela está bem? — Andrea perguntou eufórica. Eu não conseguia responder, não conseguia falar.

— Agradeça a Deus por você ser ruim de mira. Se você tivesse acertado, eu mesmo te mataria. — Daryl disse saindo de trás de mim e passando no meio de todos. Andrea o olhava assustada.

Eu não sabia se deveria sorrir e agradecer por Lia estar viva e finalmente saber onde ela estava, ou se eu chorava xingando a qualquer Deus, por fazer isso, duas vezes, comigo e meus filhos.

Eu precisava contar a Carl, ele já estava melhorando. Amanhã sairia da cama, ele precisava saber. Escutando as pessoas me chamando, os ignorei enquanto voltava lá para dentro.

No quarto de Carl, ele estava acordado, sentado na cama e me olhava preocupado.

— Pai? O que aconteceu? Eu escutei um tiro, e depois a gritaria... Isso é sangue? — Ele perguntou rápido quando observou meu rosto e viu o sangue na minha blusa.

— Carl... Eu tenho três notícias para te dar. Nem todas são boas. — Falei me sentando na cadeira ao seu lado.

— Você está me assustando.

— Carl, Sophia está viva e está aqui, na fazenda. — O sorriso que Carl deu me fez começar chorar.

Droga, como que eu conto isso agora?

— A outra coisa... Lia... Ela está aqui, mas inconsciente. — Seu sorriso desmanchou e lágrimas tomaram conta dos brilhos em seus olhos. — Ela está muito machucada... E Andrea atirou nela, por sorte, passou de raspão.

— Andrea fez o quê? Posso vê-lá? Pai, eu tenho que ver a Lia. Preciso contar a ela sobre o cervo, sobre o senhor, preciso abraçar a minha irmã! — Ele gritou, enquanto tentava se levantar.

Eu não sabia em que momento eles haviam entrado, mas Lori e Shane estavam ali, parados no canto do quarto.

— Carl, preciso que se acalme. — Eu disse secando minhas lágrimas e pegando na sua mão. — Lia está bem, mas está descansando agora. Ela passou por muita coisa... Amanhã, eu e você, assim que ela acordar, vamos vê-la. Tudo bem?

Em meio ao choro, ele assentiu.

— Vamos descansar um pouco, querido? — Lori perguntou a Carl. — Seu pai tem que falar com Hershel, ele precisa saber como sua irmã está.

Aproveitando a brecha, sai do quarto.

Hershel me esperava na porta do quarto onde Lia estava. Daryl entrou logo em seguida na casa.

— Como é que ela tá? — Daryl perguntou, parecia ansioso.

— Diz que ela está bem Hershel, por favor! — Implorei, droga eu estava em pânico.

— Rick, ela está bem, porém muito fraca. Preciso conversar com você sobre isso... — Ele falou enquanto caminhava para dentro do quarto. Daryl e eu fomos logo atrás.

Lia estava deitada, parecia dormir serenamente. Só agora eu pude observá-la melhor. Ela continuava linda, como sempre fora, porém havia hematomas... um olho roxo já deixava seu rosto, mas ainda era visível, os lábios estavam cortados, era um longo corte.

— Meu Deus! — Foi a única coisa que Daryl disse. Eu apenas chorei, em silêncio. Tentava manter a calma, não quebrar tudo...

— Não é só isso. — Hershel disse sério, levantando a blusa de Lia com delicadeza. — Por sorte, as costelas não quebraram. Sua filha Rick, com certeza passou por muita coisa... Vamos deixá-la descansar, ela nos contara quando acordar.

Eram grandes hematomas... O lado direito do corpo da minha filha estava coberto de manchas roxas quase esverdeadas, e eu não sabia nada, absolutamente nada, do que tinha acontecido.

Eu não disse nenhuma palavra, até Daryl e Hershel deixarem o quarto. Com cuidado me sentei no canto da cama, em uma cadeira. Devagar peguei sua mão e estava quente como fogo, ou poderia ser apenas eu, gelado demais.

— O que fizeram com você minha menina? Pelo que você passou até chegar aqui? — Sem conseguir segurar, comecei a chorar. — Droga, eu não deveria ter deixado você ir para Atlanta, não devia ter ido ao CCD, eu poderia ter continuado a procurar... Me perdoa Lia...

Com a cabeça deitada sobre a ponta da cama, eu adormeci segurando sua mão.

Minha pequena Lia estava aqui, viva! Eu a sentia respirar, eu a sentia viver. 



Oie gente, esse foi o capítulo, espero que tenham gostado! 

Queria agradecer pelos comentários no último capítulo, me estimulou muito. Obrigado de coração!!

Próximo capítulo é amanhã, mais ou menos nesse horário. Obrigado por ler, e até amanhã. <3

Destino Travesso | Daryl DixonNơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ