Lucas  Pov

- Aposto que está com problemas amorosos de novo. - murmurei para mim mesmo.
Eu conhecia o meu irmãozinho, sabia quando ele estava bem ou não, e eu me preocupava imensamente com ele.
Fiquei meio chateado por Seonghwa não querer falar nada comigo, mas acho que ele não estava pronto para ter essa conversa comigo, pelo menos não agora.

Hongjoong Pov

Já era de noite e não sei porque eu ainda esperava que o Seonghwa fosse aparecer, estava uma paz no meu quarto, por que eu iria querer aquele desgraçado lá então?
Eu não queria e odiava admitir que eu sentia a falta dele, falta daquele olhar cachorrinho pidão.
Mas eu não iria atrás dele, pra que né?
Folheie meu mangá, mas mal conseguia me concentrar no que estava escrito, por causa do maldito do Seonghwa.
Ele estava me deixando maluco mesmo sem estar ali.
Ouvi o som da porta se abrindo e meu coração falhou uma batida, olhei para trás e vi Seonghwa entrando sem me olhar.
Ele retirou sua mochila do ombro e colocou em sua cama.
Logo depois se sentou em sua escrivaninha e agiu como se eu não existisse.
Olhei para a mesinha de cabeceira e peguei o Sprite que eu havia comprado para dar para ele.
Me levantei e andei até o maior, coloquei o Sprite ao seu lado e o encarei.
- Bebe. - pedi.
O acastanhado olhou para o refrigerante e depois para o seu notebook.
- O que é? - indagou debochado.
- Água, você sabe o que é. - disse sarcástico.
- Obrigado, eu não estou com sede. - disse ele.
Sério?! Então eu comprei aquela merda para nada? Não calma, por que eu comprei aquilo em primeiro lugar?
Seonghwa levantou a cabeça e me olhou.
- Vou dormir com meu amigo essa noite. - disse ele.
Mordi meus lábios nervoso, ele me fazia sentir culpado por o mesmo estar agindo daquela forma comigo.
O maior se levantou e andou até a porta, saindo em seguida.
- E o Sprite? - disse quase em um sussurro. - Idiota, comprei pra ele, mas nem deu a mínima, que diabos.
Peguei o Sprite e o abri, o bebendo em seguida. Se ele não queria então eu iria beber, para que desperdiçar não é mesmo?
Na manhã seguinte a primeira coisa que fiz doi comprar um saco grande cheio de Sprites para dar para Seonghwa.
- Espero que tenha diabetes. - disse. - Espero que você morra com as artérias entupidas, eu vou fazer você beber até cair.
Parei na porta do nosso quarto e hesitei em entrar.
- Por que estou fazendo isso? - murmurei para mim mesmo olhando para o saco com os refrigerantes. - Não quero fazer as pazes com você.
Abri a porta do quarto e entrei, eu sei que estava apelando demais, mas não costumava nada tentar.
Espalhei os refrigerantes na cama dele e logo me sentei encostando minhas costas na minha cama, comecei a jogar um jogo aleatório no meu celular, esperando Seonghwa chegar.
Mas ele demorou tanto que eu já estava ficando nervoso e impaciente.
Finalmente ouvi o barulho da porta abrindo e vi Seonghwa entrando com um olhar baixo e tentando soar indiferente aquela situação toda.
O acastanhado andou até a cama e retirou os Sprites, os colocando na mesinha de cabeceira.
Senti o olhar dele sobre mim, mas tentei ignorar.
- Na verdade... você não tem que fazer isso. - disse ele e eu odiava admitir, mas aquela voz grossa me deixava louco.
Deixei meu celular de lado e o encarei.
- Eu que deveria dizer isso. - disse indignado. - Se tiver algum problema, é só dizer.
- Não tenho nada a dizer. - disse Seonghwa suspirando, e foi ai que eu perdi minha paciência.
Eu poderia muito bem jogá-lo na cama ali e agora, e ensiná-lo a não mexer comigo, mas aquilo não resolveria nada.
Me levantei e me aproximei do maior.
- Seonghwa. - disse e ele desviou o olhar do meu, colocando a língua na bochecha ao mesmo tempo.
Ele não olhava nos meus olhos desde que eu separei o nosso beijo naquele bar.
- Você deveria estar feliz por eu estar agindo assim. - disse ele com um pouco de mágoa em sua voz.
Ele tentou sair, porém eu me pus em sua frente, o maior repetiu o movimento e eu fiz o mesmo novamente.
- Essa noite... vou dormir com o meu amigo. - disse Seonghwa olhando em meus olhos.
O acastanhado tentou ir embora novamente, porém eu o segurei com força pelo braço.
Seonghwa bufou e olhou para minha mão em seu braço e depois para mim, podia ver claramente em seus olhos o quanto ele estava chateado comigo, e aquilo me machucou de certa forma.
- Isso machuca. - disse o maior e eu dei um beijo no canto de seus lábios, um beijo simples e sem segundas intenções, o meu jeitinho de pedir desculpas para ele.
O soltei e iria ir para a minha cama, quando ele colocou a mão em meu pescoço, me lembrando o quanto que eu senti a falta do toque dele.
Seonghwa me beijou calmamente e transmitimos toda a saudade que tínhamos um do outro através daquele ato tão calmo e cheio de sentimentos, eu tinha sentido tanta falta daqueles lábios em contato com os meus.
Nos separamos e nos olhamos bem no fundo dos olhos um do outro, o olhar dele já não carregava mais raiva, estava mais sereno e alegre, o meu Seonghwa de sempre havia voltado.
Nos beijamos novamente e ele acariciou meus cabelos, me dando uma sensação de conforto.
Percebi que estávamos ficando cada vez mais próximos e o beijo cada vez mais intenso, então o empurrei e a vergonha tomou conta de mim.
- Você queria tanto esse maldito beijo, agora conseguiu. - disse tentando soar indiferente. - Mas eu não estou de bem com você, então não sorria para mim e pode ir onde quiser.
Ele sorriu e eu me virei pronto para sair do quarto, mas parei ao sentir os braços grandes e fortes de Seonghwa envolverem minha cintura em um abraço apertado.
O maior colocou a boca perto do meu ouvido e de canto de olho pude o ver sorrir mais ainda.
- Não é que eu queira ir, mas eu não posos viver sem você. - disse ele sincero e eu não pude evitar sorrir naquele momento.
Dava para perceber que Seonghwa não estava mentindo, e isso me deixava ainda mais feliz.
Seonghwa me abraçou mais forte e sentamos na minha cama logo em seguida, ele fazia um carinho na minha coxa e estava literalmente jogado em cima de mim.
Pronto, agora ele nunca vai desgrudar de mim.
- Seonghwa, você é pesado. - reclamei.
- Eu estava esperando por você. - disse o acastanhado em um tom manhoso e me encarando.
- Eu disse que não estou de bem com você. - disse e ele sorriu pequeno e fofo.
Tive que me segurar muito para não beijá-lo.
- Espera, você falou como se soubesse que eu fosse fazer isso. - disse indignado. - Seonghwa, seu filho da puta.
O tirei de cima de mim, enquanto o mesmo só sabia sorrir.
- Mas finalmente... você me fez perceber... que você se importa comigo. - disse o maior sorrindo convencido.
- Eu não me importo... - disse ainda mais indignado com o que ele acabara de dizer, porém ele me interrompeu.
- Você ficou bravo por eu ter ido para casa sem avisar. - disse Seonghwa sorrindo.
- Não fiquei...
- Você comprou Sprite porque sabe que eu gosto. - disse e seu sorriso se alargava a cada palavra que dizia.
Abri minha boca para falar, porém ele me interrompeu antes que falasse qualquer coisa.
- E você me beijou porque sabia que era o que eu queria. - disse Seonghwa. - Estou certo?
Esse filho da mãe estava certo e eu estava irritado, mas feliz por tê-lo ali enchendo o meu saco.
- Sim, está certo. - confirmei e ele se deitou em meu ombro sorrindo, porém eu me afastei dele. - Mas esqueceu uma coisa.
O empurrei da cama com o meu pé e o mesmo caiu sentado no chão.
Me levantei com raiva e fiquei de frente para ele.
- Você esqueceu de dizer que me enganou. - disse apontando para ele.
- Mas naquela noite... eu estava magoado de verdade. - disse o acastanhado e eu desviei o olhar do dele.
Me ajoelhei ao lado dele, arrependido por ter o chutado e o encarei.
- E eu quis dizer aquilo. - disse Seonghwa. - Você é mais do que apenas um amigo para mim.
Nos aproximamos um pouco e eu fiz um carinho em sua bochecha.
- Ok, esqueça. - disse me levantando. - O chute, pense nisso como um castigo por me enganar.
Me virei, porém Seonghwa segurou meu tornozelo e me derrumou na cama, ficando em cima de mim de imediato.
- Que diabos, Seonghwa ?! - disse tantando tirá-lo de cima de mim.
- Hongjoong, o que eu sou para você? - perguntou sorrindo, mas eu não respondi. - Hongjoong, o que sou para você? - ele fez um biquinho fofo.
- Você quer que eu diga "namorado", não é? - indaguei.
- Espero que sim. - disse o maior sorrindo.
- Um amante casual. - disse.
- Hum? - murmurou fazendo uma carinha desconfiada e confusa, que achei muito fofa.
- Sim, um amante casual. - repeti. - Amigos não se beijam assim.
Ele se deitou ao meu lado e me abraçou.
- Amante casual? Melhor do que nada. - disse Seonghwa se espreguiçando.
- Você fica satisfeito muito facilmente. - conclui e ele voltou a ficar em cima de mim.
- Ou posso ser mais do que isso? - perguntou com um sorriso malicioso.
- Não abuse da sorte. - avisei. - Oh, e mais uma coisa. Se puxar meu tornozelo de novo, não vai ter um lugar pra morar.
O maior sorriu e assentiu, logo aproximando seu rosto do meu.
- Me solta. - disse tentando o afastar. - Seonghwa.
Ele beijou meu pescoço, fazendo meu corpo se arrepiar, depois beijou meu peito por cima da camisa e me olhou.
Aquele olhar me acendeu um fogo dentro de mim, que só ele tinha o poder de acender.
Aquele olhar era traiçoeiro, mas carinhoso ao mesmo tempo, deixando meus sentimentos em relação a ele, cada vez mais confusos.
Seonghwa foi descendo até chegar em meu tornozelo.
- O que está fazendo? - indaguei me sentando na cama.
O de cabelos castanhos segurou meu pé e deu um selinho calmo e carinhoso ali, me deixando completamente bobo e atraído por ele.
- Ao menos, esse amante casual... é só seu. - disse Seonghwa me fazendo sorrir.
Eu não podia mentir para mim mesmo, eu estava muito feliz por ter ouvido aquilo.
Seonghwa sorriu pequeno e logo seus dentinhos apareceram, seus olhos pareciam brilhar quando o mesmo sorria para mim.
No dia seguinte, decidimos ir almoçar e chamamos o Yunho  para ir conosco.
Seonghwa voltou com sua bebida e se sentou ao meu lado.
- Vocês parecem próximos ultimamente. - disse o mais baixo sorrindo.
Sorri também e o encarei.
- É sua imaginação. - disse simples.
Yunho  balançou o dedo indicador e sorriu, o encarei com uma sobrancelha arqueada.
- Eu não estou imaginando coisas. - disse ele convencido. - Tome o Seonghwa, por exemplo. O prédio dele é longe, mas ele escolheu almoçar aqui.
- Isso é estranho? - indagou Seonghwa com um sorriso que o deixava ainda mais bonito. - Não posso comer aqui?
- Não, não é estranho. - disse Yunho . - Vocês parecem próximos, só isso.
Sorri e abaixei meu olhar por um instante.
- A propósito, Hongjoong. - chamou Yunho . - Você não odeia mais os gays?
O encarei e ele sorriu constrangido.
- Vamos fingir que eu não disse isso. - disse o moreno sorrindo. - É um problema entre vocês dois mesmo.
- Eu ainda odeio. - disse e os dois ao meu lado me olharam surpresos. - Mas não odeio o Seonghwa.
Vi o maior tentando disfarçar seu sorriso, e parecia feliz.
Ele bebeu seu suco e seu sorriso se revelou.
Eu não estava mentindo sobre o que tinha acabado de dizer.
- O que você quer dizer? - indagou Yunho .
- Ultimamente você anda muito... intrometido, Yunho . - disse o ameaçando com um garfo.
O mais alto  pegou sua colher e sorriu nervoso, a usando para desviar o meu talher de si.
- Bem, eu só estou curioso. - justificou. - A propósito, vocês dois... estão escondendo algo de mim?
Seonghwa e eu olhamos cúmplices um para o outro, com sorrisos escondidos.
- É melhor eu ir, não quero chegar atrasado à aula. - disse Seonghwa. - Hongjoong, você terminou? Eu levo seu prato.
Ele pegou o meu prato e sorriu, Yunho  olhava tudo confuso, chegava a ser engraçado.
- Anda logo, ontem você se atrasou também. - disse tentando soar sério.
- Me atrasei por sua causa. - disse ele sorrindo. - Vou nessa.
Seonghwa me olhou de um jeito safado, me deixando excitado e feliz por ele ter voltado a falar comigo.
- Uau, uau, uau. - disse Yunho sorrindo.
- O que foi? - perguntei.
- Como ele se atrasou por sua causa? - indagou em um tom malicioso.
- Ele ajustou o despertador, e o som estava muito irritante. - menti. - Então eu desliguei e ele acordou tarde, só isso.
Yunho  sorriu com uma carinha de que estava pensando besteira.
- Ei, pessoal!
Olhamos na direção da voz e vimos Yeosang .
O moreno se sentou no lugar em que Seonghwa estava anteriormente.
- O que estão comendo? Por que não me chamaram? - indagou.
- Só se importa com comida, Yeosang. - concluiu Yunho .
- Qual é, não há muitas coisas importantes na minha vida. - disse Yeosang sorrindo. - Vão matar aula?
- Estou com preguiça de ir para a aula de manhã, e ainda tenho minhas cotas de ausência. - disse Yunho .
- Que máximo. - disse Yeosang colocando a mão em meu ombro em seguida. - Então, eu também vou matar.
- Não conte comigo. - avisei. - Estou sem cotas, ouvir a reclamação do professor é melhor do que matar. Vou indo.
- Espera. - pediu Yeosang. - Vocês têm planos para esta noite? Vamos jantar em novo restaurante atrás do campus. Ouvi dizer que a comida é ótima.
- Você só se importa com comida, Yeosang. - repetiu Yunho sorrindo.
- Que tal se... se pagar pra gente... e nós iremos. - garantiu Yunho .
- Sim. - confirmei.
- Vocês me conhecem. - disse Yeosang.
- Esbanjador, é claro. - disse Yunho apontando sorrindo para Yeosang.
- Só divido a conta. - disse Yeosang.
- Que droga! - resmungou Yunho.
- Então, vocês vão? - perguntou Yeosang.
- Claro, eu ligo para você depois da aula. - disse para ele. - Estou indo.
- Até logo. - disse Yeosang.
Sai do refeitório e fui para o meu prédio, pronto para mais um dia cheio de aulas.

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