Concordo com a cabeça, encorajando-a a continuar.

-Bom, o seu amigo ou sei lá é um dos mais falados...

-Éric? Mas ele é patenteado, ele não participa.

-Ele participa se quiser -Tiana observou.

Continuei em silêncio enquanto as ouvia, pareciam realmente meninas falando de meninos, consegui fugir da dura realidade por alguns minutos.












-Eu sabia que você gostava de mim Éric, mas ao ponto de requisitar minha presença!

-Cale a boca Brian, você só está aqui para eu saber exatamente oque está fazendo - Éric encara Anthony e gesticula para que saiam de perto dos outros.

-O que? Não me diga que está secretamente atraído pelo Brian? -Anthony começou - nada contra, só que o Brian não dá, você merece coisa melhor.

-Tentador, mas não é isso - ele continuou - isso é ridículo, somos um bando de marmanjos com essas armas ridículas, pelo amor de Deus, estamos procurando uma garota de vinte anos que fugiu de um futuro de merda, e eles nos vestem como se estivéssemos na porra da quarta guerra mundial.

-Desculpe amigo, mas você falou ridículo muitas vezes isso bagunça meu raciocínio, não entendi oque quer dizer.

-Eu quero dizer que - Éric fez uma pausa, mas essa seria uma infração gravíssima caso fosse descoberta, mas Anthony era seu melhor amigo - que vamos nos separar em duplas, e se nós dois acharmos ela vamos deixá-la ir.

-Ir onde?

-Ir embora Anthony, sumir do mapa, podemos fazer um relatório de que a encontramos morta.

-Claro e podemos matar o Brian e fingir que é o corpo dela!

-Não e má ideia, só não tenho um plano pra explicar o sumiço dele.

-Eric, eu entendo que você está com crise de meia idade, e eu odeio tanto quanto você essa situação de merda, mas se esse era o plano devíamos ter nos preparado por dias, oque não é o caso.

-Eu não sabia dessa missão a dias.

-Então você entende o porquê é uma ideia burra, né?

-Vamos dar uma chance a ela, para correr... uma vantagem.

-Uma vantagem!

Com uma troca de olhares, os dois soldados se juntam aos outros, explicando que precisariam se separar.











-Bom, amanhã começam os exames, estou torcendo para ser infértil - começou Dory

-Exames? - perguntei, é, realmente meus pais não me disseram nada.

-Sim princesa, exames, se você for uma sem útero vagando aqui eles só te verão como uma boca inútil pra te alimentar.

Por um breve segundo desejei a infertilidade, ah céus oque estou pensando? Eu quero filhos, quero uma família, só não quero isso aqui.

-Bom, minha família e fértil, então não tenho chance alguma de ser - Tiana respondeu, me tirando dos devaneios.

-Eu não faço ideia! -respondi, com sinceridade.

-O problema é que são homens que fazem os exames, isso me parece embaraçoso.

-Isso vai pra lista de coisas "embaraçosas" desse lugar -Dory sorriu com sarcasmo.

-Ok, isso aqui é uma situação de merda, mas não fomos nós que trouxemos você, somos suas amigas, pare de nos tratar assim! -Tiana pela primeira vez parecia genuinamente irritada.

Antes que Dory pudesse retrucar, Miguel entra no recinto e pede atenção de todas.

-Boa tarde, bom, como já deve ser do conhecimento de vocês, amanhã farão a primeira bateria de exames, logo precisamos que mantenham um jejum a partir de agora.

Dory levantou a mão, ri para mim mesma, exatamente como a escola.

-Sim? - Miguel parecia confuso, talvez não estivesse acostumado a questionamentos.

-Pensei que bastava somente um exame, quem não tivesse os "requisitos" poderia ir pra casa.

-Bom, sim, isso nas primeiras colheitas, evoluímos um pouco, agora conseguimos ter um diagnóstico mais preciso, existem casos que um bom tratamento...ajuda.

Dory não disse mais nada.

-Então, até amanhã, vocês podem ficar aqui até as 19:00, estou preparando algumas coisas para que vocês não fiquem entediadas.

Como se você ligasse, pensei.

Aquele OutonoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora