Leandro

2 - Prólogo

— Muito bem pessoal! Vamos repassar mais uma vez, e agora tentaremos os passos que ensaiamos na aula passada com o John e a Khiryan. — Comunico.

— Solivan, podemos conversar? — Olho em direção a voz, e vejo através do vidro na parte superior da porta a Ashley Duarte, a secretária da Reinvent, quem me chama antes mesmo de iniciar a contagem.

— Sim senhorita Duarte. — Respondo ao me aproximar dela.

— Me desculpe atrapalhar a aula. Seu celular estava tocando insistentemente. Atendi e era a senhorita Mazza. Solicitou que o senhor retorne para ela, o mais rápido possível. — Ela fala me observando atentamente. Como de costume deixei meu celular na recepção, para que acaso tocasse e fosse urgente, me comunicasse. — O senhor, em uma conversa que tivemos logo que chegou na Reinvent, disse que ela é uma pessoa muito importante e que as ligações dela não deveriam ser barradas; por isso resolvi vir até seu estúdio avisar.

Meus batimentos aceleram, e muitos pensamentos passam por minha cabeça; o que será que aconteceu com a minha pequena?

— O senhor irá atender? — Questiona me fazendo voltar a realidade.

— Claro... — Respondo e meneio a cabeça, tentando clarear os pensamentos — John, continue. — Peço e ele assente. — A senhorita poderia pedir ao Stuart, para concluir a aula, por favor? — Pergunto já caminhando para recepção em busca do meu celular, me viro para ela — Te devo uma... — Forço um meio sorriso e aceno com a cabeça em agradecimento e saio apressadamente.

Estou aqui a alguns meses, e desde o primeiro dia o entrosamento com a equipe foi tranquilo. Assim como minha adaptação ao idioma. Afinal, fomos todos obrigados pela Marrenta a fazer o curso de inglês.

Confesso que foi bem desafiador, pois alguns dos jovens da companhia têm a minha idade e estavam relutantes; mas o fato de misturar dança e luta os agradou.

Ao chegar no balcão a secretária me entrega o celular, que já está tocando novamente.

Agradeço, atendendo a chamada ao me afastar.

— Ella, o que aconteceu? — Pergunto assim que atendo sua chamada de vídeo e noto em seu rosto um olhar preocupado. — Por favor, Antonella, fala alguma coisa. — Peço, demonstrando a minha preocupação, por seu silêncio.

— Eu não sei... — Ela me olha hesitante. — Por onde... não sei como... Eu... — Gagueja, enquanto passa a mão no rosto em sentido aos cabelos; observo o movimento de sua mão e me perco a admirando. Como pode, cada dia fica mais linda... "PARA Leandro, agora não é hora de ficar olhando para a beleza dela ou como é lindo tom de castanho de seus olhos, que estão agora angustiados" me repreendo obrigando-me a prestar atenção em suas palavras, que agora não estão coerentes.

— O que está acontecendo pequena? Você está bem? Quer que eu volte para o Brasil? — Disparo muitas perguntas, caminhando para o meu armário no vestiário.