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Em toda a minha vida, eu nunca imaginei que chegaria a essa ponto, de dizer que eu estava muito, imensamente, castratoficamente, imensuravelmente, extraordinariamente, fodida !
Acho que já deu pra perceber minha situação e o quanto a mesma era ruim.
Mas pra você entender melhor o que tá acontecendo, vamos ter que voltar um pouco no tempo, começando pelo dia em...

Marrocos _ 02:00 hrs manhã.

- É o seguinte, preciso da total atenção de vocês, não tamo aqui pra brincadeira não caralho, o bagulho é sério e eu quero saber quem está disposto a ir até o fim - Berlim dizia com a expressão séria.

- Sabe que estamos juntos nessa merda Berlim, eu tô loca para curtir com a porra do dinheiro desse pilantra - Saray diz com um sorriso de orelha a orelha, sentada com os pés sobre a grande mesa.

- Saray tá certa, estamos juntos nisso e vamos até o fim, mas explica melhor como que tudo vai funcionar, como sabe que tudo vai dar certo em ? - Valbuena questiona, o mesmo estava inclinado sobre a mesa.

- Valbuena tá certo, explica melhor esse esquema todo aí  - Hierro diz enquanto acendia um cigarro.

Berlim colocou sobre a mesa um papel grande, ao me inclinar na cadeira pude analisar um mapa.

- Este é o mapa da casa, ou melhor mansão dos Nasser. Quero que foquem em cada ponto, aqui está tudo, entrada principal, saídas de emergência, tubos de ventilação, sótão, porão, depósito. Tudo. Nós vamos adentrar por aqui - Ele aponta para uma parte da folha.

- Pelos fundos ? - Saray questiona confusa.

- Dois de vocês vão se camuflar com os guardas, a muitos homens que trabalham para eles, a única questão é que eles usam uma máscara que encoberta metade de seu rosto. Valbuena e Hierro, vocês serão os guardas.

- Porque a gente ? - Valbuena questiona.

- Porque vocês são homens porra ! - Saray diz como se fosse óbvio.

- E se não perceberam o restante do pessoal é mulher... - Berlim diz olhando para mim e Saray - Agora voltando aqui, assim que vocês conseguirem entrar na casa, quero que um de vocês vão até o porão da casa e coloque isso aqui no tudo bem vestilação - mostra uma bolsa cheia de oxido nitroso - em questão de pouco tempo, esses hijos de puta vão ninar e é aí que as garotas vão agir. Vocês vão adentrar a casa e vasculhar pelo cofre, que provavelmente está localizado aqui - Aponta para um quarto na planta baixa em cima da mesa - Você vai abrir o cofre, já que é especialista em arrombar coisas - Diz apontando para mim.

- Me sinto muito especial nisso tudo - Digo debochada.

- Sinta-se, e torça para conseguir, pois somente duas coisas podem acontecer, ou vocês saem com a grana, ou são mortos por vários tiros - Berlim diz secamente.

- Realista, bom isso né - Hierro caçoa.

- Prossiga, o que vem depois ? - Pergunto.

- Bom, se conseguirem chegar ao cofre, peguem o dinheiro e saiam o mais rápido possível. Mas acima de tudo, não tirem suas máscaras, ninguém deve ver o rosto de vocês. Eu vou cuidar de vocês, na questão da entrada e da saída. Vigio vocês até aonde as câmeras funcionam, mais é provável que nos quartos não haja então estão por suas contas a partir de aí - diz olhando para cada um - Estamos entendidos ?

Todos nós entre olhamos, e concordamos com a cabeça.

- Pois bem, sejam bem vindos, ao crime perfeito... Mas queria lembra-los de mais uma coisa antes - Berlim olha fundamente no olho de cada um presente - Nada de provas da existência de vocês naquela casa, a única coisa que vai tirar de lá e o dinheiro, não quero que matem ninguém, está entendido, todos naquela porra vão ser colocados para dormir, ao fim vou apagar todos os vídeos das câmeras de segurança, o roubo será completamente fantasma, se algo der errado, estará por conta de vocês, ao final do crime cada um pega sua parte e aí e cada uma por si para viver sua vida, cortaremos até a comunicação se possível...

- Tá, já entendemos, agora podemos beber antes de roubarmos a porra de uma mansão ? - Saray diz se levantando.

- Estamos liberados, tudo vai acontecer daqui um mês, quero vocês estudando cada pedaço dessa planta até lá, quero que decorem isso assim como as pessoas decoram as músicas seculares, estão entendidos ?

- Sim - A última palavras dita em uníssono antes de todos gritarem em ânimo.

Todos haviam sido recrutados por Berlim. Conheci Berlim em um crime que o mesmo pretendia realizar a dois anos atrás. Ele precisava de alguém para abrir o cofre e ali estava eu, no auge dos 25 anos, especialista em abrir portas, cofres, e tudo graças a meu avô que era chaveiro e um apreciador de cofres de todos os modos, especialista nesta área, me ensinou muito, o resto eu fui aprendendo com a vida e com a inteligência herdada de família.

Saray Vargas, aprendi a gostar dessa puta louca, mas confesso no início não foi fácil, por mais animada e engraçada que a mesma fosse, tem um gênio forte e não tôlera muitas coisas. Mas com o passar do tempo percebi que seus olhos negros são capazes de ver muitas coisas que outros comuns não conseguem, ela era conehcida por ser detalhista, era ela quem conseguia encontrar a solução quando não tínhamos saída, era forte e muitas vezes perdia o controle e saia do limite. Mas era amorosa... E lésbica.

Hierro e Valbuena são ex quarda costas, ambos amigos intimos e tanto um como o outro só realizam crime juntos, já cogitei a ideia de serem gays, porém os mesmo tem relacionamento com mulheres. Valbuena está noivo até. São ótimos ladrões, além de bons de luta, mas quando o orgulho bate, adeus.

Mas o cabeça que unia todo aquele corpo, era Berlim, que nunca sujava as mãos, o mesmo era ótimo com as palavras, manipulador, egocêntrico, esperto e inteligente, eram palavras que o definiam, além de ter um olhar penetrante, e um bom papo.

Esse era o nosso bando, e a dois anos cometiamos crimes variados, mais esse em especial seria o nosso último crime juntos já que Berlim afirmava estar de saco cheio de planos, armas, mentiras, e da liderança, o mesmo afirmava que adoraria estar distante em uma ilha paradisíaca com uma mulher e muita bebida. Berlim era apaixonado por sua esposa, e por isso desejava apenas uma mulher. Admirava isso nele.

Sorri ao olhar para cada um deles, e ver a alegria em seus rostos, mais eu pude ver no olhar de Berlim que ele estava preocupado, algo o deixava cabisbaixo mesmo em meio ao som alto e muita bebida, sem contar as pessoas que pulavam a nossa volta com risadas barulhentas que preenchiam o local.

Zahir Where stories live. Discover now