Phoebe Reed carregava em seu peito um único sentimento: ódio. Ela não suportava ver alguém sendo feliz, porque isso a fazia se lembrar da sua antiga vida. De como tudo era falso. De como as pessoas eram sem escrúpulos. E o principal, de como o sorri...
Não sei se isso seria uma boa ideia. Se eu for até ela hoje e ela não me quiser mais? Vai ser mil vezes pior. Acho que prefiro ficar com a dúvida.
— Se você pensar muito não vai sair daqui… Vocês dois se amam, não podem ficar separados, apesar que eu entendo ela, assim como também te entendo. Mas acho que isso já passou, e que vocês devem conversar…
Olho novamente para o céu pensando em suas palavras. Será mesmo que o meu sentimento é recíproco? Talvez ela tenha se dado conta que nós dois não somos o certo, até porque, ela começou a conhecer de fato o amor agora, e isso é tão bom assim como é assustador.
— Se você pensar demais nada vai ser resolvido. Para de beber e vai logo cara!
Me viro na sua direção pensando se isso é o certo. Será que não é o momento de eu deixar ela ir? Sei lá, talvez não seja para ser nós dois.
— Acho que é melhor não cara… Sem contar que a irmã dela deve estar em casa com ela, e ela me assusta muito. — digo, sem pensar e sei que em um futuro próximo ele vai tirar onda comigo.
— Fala sério… Você não vai até ela por medo de uma mulher idêntica a ela?
— Uma mulher idêntica a ela e assassina…
— Meu Deus, você é uma piada cara… Se levanta logo daí e vai porra.
Passo os olhos pela mesinha que fica no jardim com algumas garrafas em cima dela. Isso vai ser humilhante, mas terei que pedir.
— Bebi demais hoje, será que você pode me levar? — pergunto, esperando por alguma piadinha, mas tudo que ele faz é concordar e pegar as chaves do carro.
— Só hoje hein…
(...)
Olho pacientemente para a entrada do seu prédio pensando se fiz o certo vir até aqui. Ela me pediu um tempo, talvez esse tempo não tenha passado ainda e ela se irrite ao me ver aqui.
Respiro pesadamente ouvindo o batucar dos dedos de meu irmão no volante tirando a pouca paciência que eu tenho hoje.
Me viro pronto para manda-lo parar mas algo do outro lado da rua me faz congelar. Completamente.
— Cara, tenho certeza que deve ser a réplica da Phoebe…
— Não é. Esse estilo é da Phoebe! Vamos embora. — falo, tentando segurar o ódio que estou sentindo ao ver a mulher que eu amo e que disse me amar com outro.
— As vezes você se faz de burro mesmo né? Da outra vez você confundiu ela com uma assassina e agora acha que e ela? Por causa de uma roupa? Talvez a irmã dela tenha pegado uma roupa emprestada ué… Desce desse carro agora e vai até o apartamento!
— Estou cansado de correr atrás de uma pessoa que não me quer… Talvez eu e ela não seja para acontecer, agora é só aceitar.
Acho que dizer essas palavras, pela primeira vez, fez a minha boca ficar dormente, porque eu nunca pensei na hipótese de dizer isso. As vezes acredito que nós dois realmente não tinha que acontecer.
— Se você diz isso, não irei mais insistir nisso… — diz, ligando o motor do carro. E ao mesmo tempo que ele faz isso eu a vejo sair, com um vestido rosa claro, toda sorridente conversando com o porteiro do seu prédio, e naquele momento eu percebo que eu ia fazer a maior merda da minha vida.
— PARA! — clamo, tirando o cinto e abrindo a porta automaticamente.
Não espero por nenhuma resposta dele, apenas saio indo atrás da minha garota. Porque aquela outra mulher, que conversa e sorri timidamente é a certa. Ela é a minha Phoebe.
Antes de eu conseguir atravessar a rua, seus olhos param em mim. Sem pestanejar. E o que eu vejo em seu rosto me mostra que eu fiz a coisa certa em ter vindo até aqui.
Quando dou um sorriso e coloco meus pés na pista para atravessar, algo muito conhecido por mim chama a minha atenção.
Sirene.
E a partir daí, tudo parece acontecer em câmera lenta.
Avisto Suit descer do carro, juntamente com um policial na porta do prédio de Phoebe. Ele parece encontrar quem ele procura, quando para na frente dela. E infelizmente, ela parece entender o que vai acontecer, porque olha para mim, tristemente, e logo depois, volta seu olhar para ele que diz algo, e mostra um documento para ela. E ali, eu percebo, que tudo começou a desmoronar, e eu não faço ideia do que fazer para mudar isso.
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