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As letrinhas miúdas já começavam a se misturar com os inúmeros desenhos de mapas dos mais diferentes territórios na mesa à frente de Nyx. Já era a quinta vez que o jovem illyriano tentava ler aquela maldita página, mas o cansaço e o fato de estar em um dos idiomas antigos, não facilitava.

O jovem ergueu os olhos da papelada, olhando o escritório do pai ao seu redor. Por um instante, Nyx se permitiu admirar os diferentes retratos que a mãe havia pintado e dado de presente para Rhysand ao longos dos anos. A preferida do mais novo era a dele, com uns três anos, no colo do pai, enquanto Cassian e Azriel, um pouco mais afastados, atiram bolas de neve contra os dois.

Todos com os sorrisos mais genuínos que Nyx já havia visto.

Foi a primeira guerra de bola de neve que seu pai o levou. Apesar de novo, Nyx ainda se recordava do frio que fazia e da umidade da neve contra sua pele.

Depois desse dia, Nyx só participou da reunião do pai com os tios mais uma vez. No último ano, quando já havia completado quinze anos.
Segundo seu pai, ele passaria a participar da tradição todos os anos. Então Nyx não conteve o sentimento de ansiedade que tomou seu corpo.

Ele precisava de uma pausa.

"Já terminou os estudos?"

Nyx, já acostumado com as intromissões repentinas de seus pais, não se assustou quando a voz de Rhysand ecoou por seus pensamentos.

"Pai." De jeito nenhum o jovem gostava dessas entradas repentinas.

"Porque não está com os escudos levantados?"

O seu suspiro de frustração foi audível até mesmo do outro lado da casa. Nyx não se preocupava em ficar o tempo todo protegendo a mente e, principalmente depois de um dia longo, ele não se importava das defesas estarem desarmadas.

"Nyx." A voz do pai estava dura. Ele detestava pegar o filho desprevenido.

"Eu só estou cansado." Nyx tentou passar o máximo de cansaço pela conversa mental.

"Você sabe que isso não pode ser desculpa. Nunca."

Mais uma vez Nyx suspirou. Rhysand sempre exigindo o máximo de seu filho. Mas Feyre já tinha dito para o filho que até mesmo ela passou por isso assim que começou a lidar com os poderes de deamenti. Mas Nyx, naquela hora, não queria ser nada além de um adolescente feérico cansado de trabalhar a mente.

"Prometo me empenhar mais." O jovem disse o que sempre dizia para se safar do discurso do pai.

"Ótimo. Sua mãe quer te ver. Ela está no quarto."

Mesmo não sendo o que esperava, Nyx agradeceu por ser chamado pela mãe. Apesar de não ter entendido o porquê de seu pai tê-lo chamado.

Se bem que era bastante provável dele ter feito isso apenas para ver se Nyx estava com as defesas mentais erguidas.

Pela Mãe, o jovem não queria nem pensar no sermão que provavelmente levará assim que encontrar com o pai pessoalmente.

Seu temor se tornou real no momento em que entrou no quarto dos pais, dando de cara com ambos sentados no sofá ao pé da cama, conversando despreocupadamente. Nyx agradeceu por estar com as mãos no bolso da calça, pois se sentiu ansioso pelo o que viria. Como sempre acontecia, sua mãe ergueu o rosto já curiosa, sentindo a mudança de humor do filho. Feyre e Rhys estavam em uma posição bem à vontade, com a feérica descansando os pés sobre o colo do parceiro, quanto esse massageava seus pés.

– Venha aqui, meu filho – Feyre o chamou com um gesto de mão.

Sua voz era pura ternura e amor. A mãe estava impressionantemente bonita. Suas bochechas rosadas expressavam a saúde que ela esbanjava nas últimas semanas – e esbanjaria nos próximos bons oito meses.

Missão babáWhere stories live. Discover now