Juliana negou com a cabeça.
–Não.
–Acho que nunca tinha te visto tão nervosa. Você está sempre no controle.
Então você não está prestando atenção, Valentina.
Juliana colocou a bebida no porta-copos e saiu do carro,ela precisava de um pouco de espaço. Ela cruzou os braços e caminhou até a traseira do carro. Valentina também saiu.
–Há algo que você queira me dizer?
–Por que você faz isso? _Juliana perguntou, com uma expressão de dor.
–Por que você está dificultando as coisas? Você geralmente olha para mim como se quisesse me devorar e depois fica com raiva e me repreende em um canto. ISSO é algo que eu posso controlar.
Ela tinha notado os olhares, desde que filmaram a cena de amor, Valentina olhava nos olhos dela com muita frequência. Juliana reconhecia aquele olhar, era de puro desejo. Valentina havia provado um pouco e queria mais. O único problema era que ela ficava brava e começava a limpar a casa compulsivamente. A casa não precisava de mais limpeza, Ana cuidava disso agora.
Valentina foi até Juliana e pegou na mão dela. Ela a guiou até seu assento e abriu a porta, literalmente a prendendo enquanto colocava um braço no teto e outro na porta.
–Quero te dizer mil vezes por dia como você é linda, mas não faço porque temos que manter uma certa... e tem Natha... você sabe... é difícil... estamos em uma situação difícil... estar juntas no programa... e...
–É uma maneira muito legal de dizer que nunca vamos... ah, droga. _os olhos de Juliana examinaram uma pequena multidão que se formara na calçada, junto com uma lente de câmera saindo de um carro em frente ao Cafe.
–Não se vire. Há uma câmera nos observando.
Valentina petrificou por um momento.
–Não se mova. _Juliana olhou para Valentina, depois para a câmera e depois novamente para Valentina. Se ela posicionasse as duas bem, eles poderiam tirar a foto e elas iriam para casa.
–Você quer acabar logo com isso?
–Como assim? _perguntou sentindo um pouco de medo de que Juliana se afastasse dela.
–A isso. Eu poderia te beijar agora, não teríamos que esperar até mais tarde.
Valentina deu um passo mais perto, seu rosto suavizando.
–Então faça. _ela lambeu os lábios, mantendo os olhos em Juliana.
Deus, é sério Valentina?
Juliana passou o braço pela cintura de Valentina, puxando-a com um pouco mais de força do que ela havia calculado. Ela abaixou a mão um pouco, deixando-a descansar na ponta de sua calça. Aguardou alguns segundos para a câmera se ajustar. Então ela se virou um pouco, sorrindo para Valentina, dando às câmeras um pouco do perfil delas. Então ela se inclinou e seus narizes se tocaram primeiro.
–Você é boa nisso. _Valentina sussurrou.
Juliana se virou mais um pouco para que as costas de Valentina ficasse de frente para a câmera. Ela deixou as mãos caírem na parte inferior das costas de Valentina, os dedos entrando levemente nos bolsos das calças dela. Ela se inclinou para que seus lábios mal se tocassem, mas ela não beijou Valentina de verdade. Ela ficou lá por alguns segundos e depois a beijou na bochecha, deixando-a ali e entrando no carro.
Valentina ficou ali paralisada por um segundo, olhando para o nada. Provavelmente surpresa com o que não aconteceu. Ela esperava ser beijada. Sua confusão, se é isso que ela realmente estava sentindo, era compreensível. Ela fechou a porta de Juliana, mantendo os olhos baixos quando se virou.
Juliana olhou para os fotógrafos quando Valentina começou a dirigir.
–Tudo bem, conseguimos. Agora eu só quero ir para casa.
–Mas você está muito bonita. _disse Valentina.
–Não podemos deixar isso se perder.
–Eu o coloquei para você e você poderia tirar de mim hoje à noite e fazer o que quisesse comigo, e eu sei que você quer isso desesperadamente. Claro, se você for realmente honesta com o que sente.
Era bom dizer isso em voz alta, porque ela sabia que era isso que Valentina estava pensando.
–Depois daquele beijo lá? Que diabos foi isso?
Juliana tentou não sorrir.
–Hmm... você não merece meus beijos.
Valentina soltou um pequeno gritinho de surpresa e ficou com a boca aberta.
–Mas... você acabou de dizer que me deixaria fazer o que eu quisesse com você.
–Eu disse isso porque eu sei, que você realmente nunca faria. _Juliana disse calmamente.
–Mas você não vai me beijar e depois me deixar com vontade. Isso é de muito, muito mau gosto.
Valentina parou no sinal vermelho e encarou Juliana.
–Você é um desastre quente.
Juliana sacudiu os ombros.
–Mudei de idéia. Quero um jantar chique em um restaurante hoje à noite. De preferência com ostras, se não for pedir demais.
–Não é. _disse Valentina, um tanto arrependida.
–Me desculpe, ainda não cumpri seu desejo. Devo mostrar-lhe o mundo com mais freqüência. _ela passou a mão pelo meio do console central.
–Pega minha mão.
Juliana não se moveu.
–Não pelas câmaras ou por qualquer outro motivo, eu só quero... segurar sua mão. _disse Valentina.
Juliana olhou para a mão. Ela queria pegá-la, mas seu corpo estava muito confuso. Ela estava um pouco excitada porque Valentina estava incrível com aquelas calças e saltos. O top dela se encaixava nos lugares certos.
Ela estava frustrada porque queria beijar Valentina e nunca parar de fazê-lo. E ela estava com raiva por nada disso ser real. Nem mesmo um segundo... Mas a mão dela com aqueles dedos longos e delicados estava esperando por ela.
Justo quando ela ia segurar...
–Droga, seu idiota! _Valentina agarrou o volante enquanto freava com força, tentando não colidir com o carro que acabara de fechá-las.+
E o momento se foi. A mão de Valentina não estava mais esperando a dela e Juliana sentiu a perda.
Somos umas covardes...
Ambas pensaram ao mesmo tempo
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The Script
RomanceSair do armário é mais fácil quando se tem alguém do seu lado. Duas atrizes vão aprender sobre o amor verdadeiro, isso é se não se matarem primeiro. "WELCOME TO SHOW BUSINESS BABY"
Que o Show continue
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