The Script

Simples assim?

—Ela é bonita, muito bonita... Eu não conseguia tirar os olhos dela.

—Que mais?

—A família dela veio embora do México quando ela era adolescente. Ela definitivamente se encaixa na nossa classificação de latinas ferozes. Ela é inteligente, fala três idiomas e ainda estuda.

—Você estava pagando a faculdade dela?

—Eu fui à razão pela qual seus pais a deserdaram financeiramente, por isso insisti em ajudá-la a terminar de pagar. Mas então algo mudou.

—O que mudou?

Não era fácil pensar sobre isso, muito menos falar sobre isso.

—Perder o apoio dos pais a mudou. Isso é algo que marca muito você... Eles tiraram algo dela que devia ser incondicional, como o apoio e o amor deles. Isso a deixou irritada e o fato de eu ainda não ter saído do armário em público, tudo isso a deixou amarga. Ela pensou que eu tinha vergonha dela. Foi muito para ela.

—Você estava? Com vergonha? _perguntou Valentina.

Juliana bufou.

—Deus, não. Se você visse uma foto dela, saberia que isso não seria uma opção. Nunca foi por vergonha. Tratava-se de querer manter meu emprego e mantê-la na Universidade. Fazer o dinheiro continuar a fluir. Eu ouvia muitas coisas negativas e homofóbicas no trabalho e eu não tinha certeza de como as pessoas reagiriam.

—Parece que você estava disposta a fazer o que fosse necessário para fazê-la feliz.

Bem, isso era verdade. Mesmo quando Natha se tornou mais amarga e mais distante, Juliana fez o possível para mantê-la feliz. Mas no final, nada do que ela fazia era o suficiente.

—Sinceramente, não sei como ela está se virando agora. Talvez seus pais tenham reconsiderado depois que ela terminou comigo. Eu não perguntei a ela e ela não ofereceu nenhuma informação sobre isso. Mas ela parecia bem. Mais feliz. Não tão amarga.

—E ela quer ter você de volta... _disse Valentina.
—Isso está claro.

Juliana não queria falar sobre isso. Sim, agora que ela estava trabalhando de novo, Natha a queria de volta. Ela não queria dizer a Valentina o quanto isso a fazia se sentir mal.

—Ela quer te conhecer. Ela é sua fã, eu te disse isso quando nos conhecemos. Ela morreria se soubesse que você é lésbica. Ela provavelmente tentaria conquistar você. Ela é bem direta quando quer alguma coisa.

—Você não respondeu minha pergunta e eu realmente não quero conhecer a mulher que partiu seu coração.

—Eu realmente não achei que você se importava tanto.

Valentina se importava e Juliana estava percebendo isso. Ela podia ouvir em seu tom quando ela ligou para ela em Nova York. Por isso, ela voltou rapidamente. Se Valentina precisava dela, ela estaria lá. Elas também tinham um contrato e um roteiro a seguir.

—Não me diga. _acrescentou Valentina quando Juliana se virou para olhá-la.

—Acho que o trio perfeito de comida deixou isso muito claro. _disse Juliana.

–Apenas tenha cuidado com Natha, ok? Não se jogue de cabeça até ter certeza.

—Eu já te disse, não farei nada até completarmos nossa missão.

Valentina bufou.

—Qual é a nossa missão?

Juliana riu alto.

—Fingir nosso amor para que você possa encontrar um verdadeiro, mantendo sua carreira intacta.

—Deus. Às vezes isso parece bobagem, não é?

—Podemos parar. Apenas me pague e eu irei embora.

Algo naquele comentário atingiu Valentina com força, desconcertada ela saiu da cama. Ela conectou seu olhos por alguns segundos e começou a se afastar

—Simples assim?

—Sim, cumpra com os termos do contrato. É tudo o que peço.

Valentina colocou as mãos na cintura.

—Dar a você o bônus de rescisão antecipada. É a isso que você está se referindo?

—Sim. Me dê isso e eu irei embora.

—Quer saber, Juliana? _Valentina levantou a voz e continuou andando em direção à porta.
—Vai se Foder.

Juliana fechou os olhos com força, porque ela tinha que tratar Valentina assim? Afastando-a quando ela claramente precisava mais dela?... Quando Valentina estava tentando colocar seus medos de lado?+

Tudo o que ela queria era parar de brigar e adormecer nos braços de Valentina, enquanto ela acariciava seus cabelos.

—Valentina?

Ela se sentou para olhar em volta, mas Valentina já havia saído.

—Merda.

Ela se deixou cair de volta na cama com seus braços na cabeça.