— Você nunca a conheceu. Como você pode...

Valentina encheu a boca dela de comida, efetivamente a mantendo quieta.

—Tenho certeza de que ela é uma santa. Teria que ser uma santa para aturar você.

Juliana parou de mastigar.

—Você está tentando começar outra briga?

—Eu estou tentando te alimentar, então abra.

Juliana comeu a última garfada e levantou a mão.

—Eu não posso comer mais.

Valentina tentou dar outra garfada a ela.

—Vamos querida. Só mais um pouco.

—Eu não sou sua querida.

—Graças a Deus.

Valentina desistiu e abaixou o garfo.

—Sim, eu sei. Você voltou de Nova York porque temos um contrato.

—Voltei porque tenho dois contratos agora. Um com você e outro com o estúdio. E eu seria uma idiota se deixasse Natha bagunçar minha carreira novamente.

—Sua carreira ou o seu coração?

Juliana se levantou e foi até a porta.

—Não se preocupe. Ela nunca saberá onde você mora.

Valentina correu para a porta bloqueando o caminho de Juliana.

—Essa não é minha única preocupação.

Juliana cruzou os braços, querendo se proteger.

—Eu não tenho energia para fazer isso. Você está apenas procurando uma briga... ou algo que eu não sei... Estou tão confusa agora.

—É assim que você e eu nos comunicamos. _disse Valentina, balançando as mãos no ar.
—Nós nos irritamos, mas somos diretas e nos importamos uma com a outra e outras vezes rimos. Eu não consigo essa dinâmica com ninguém. Então, somos boas em algo, certo?

Os olhos de Juliana se encheram de lágrimas.

—Bem, agora... no estado em que estou... só preciso de um pouquinho mais de amor do que de um balde de água fria cheio de verdades. Juliana esperou em silêncio, esperando Valentina dizer alguma coisa, mas ela apenas ficou lá.
—Claro, o que mais eu poderia esperar? _Juliana a agarrou pelos ombros e literalmente tirou Valentina do caminho.
—E se você ameaçar me tirar daqui novamente, espero que esteja falando sério, porque eu não voltarei nunca mais.

Ela não esperou por uma resposta, apenas foi para a casa de hóspedes e deitou-se em sua cama.

Mais tarde naquela noite, Valentina levou a sopa de macarrão com frango para a casa de hóspedes. Ela colocou o recipiente na mesa da cabeceira e se abaixou para ficar no mesmo nível que Juliana.

—Podemos fazer as pazes até que você melhore? Eu odiaria pensar que estou vencendo uma batalha só porque meu oponente está fraco.

Juliana abriu os olhos.

—Você não está ganhando e eu apenas a beijei no rosto para cumprimentá-la. Foi só isso.

Valentina foi para o outro lado da cama, se deitando de costas, deixando espaço suficiente entre elas.

—Conte-me sobre ela. Sobre Natha.

Juliana também rolou de costas e olhou para o teto. Isso poderia não terminar bem, mas ela respirou fundo e disse:

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