— Não grita. — Rosnou. Por que claro, ele não queria um escândalo.

— Eu não dei em cima de ninguém, Sam. Nem de você! Eu te achava insuportável, você que se aproximou de mim, não tá lembrado? — Refresquei sua memória.

— Você se oferecia pra mim, ficava me testando. Tentava chamar minha atenção. Eu notei, Jude. Achei que era só pra mim. Mas pelo visto é com todos, não?

Eu podia fazer milhões de coisas. Ou bater na cara dele como tinha vontade. Mas ia adiantar?

— Vai pro inferno e me deixa em paz! — Falei pronta para sair dali. Sozinha. Pra longe dele.

— Você não vai a lugar nenhum. —  Foi rápido, voltando a me agarrar pelo braço. Mas não, eu não ia entrar naquele carro.

— Se você não me soltar, Sam. Eu faço um escândalo. Agora ou depois. Aqui. Na hall do hotel. No meio da rua. Eu grito. Grito. Eu grito tanto. — Deixei muito claro. A ameaça mais séria que já fiz em minha vida. Eu sabia que isso era o que ele temia. A mancha em sua carreira impecável.

Ele olhou em meus olhos. Viu que eu não estava blefando.

E então, sua mão soltou meu braço.

Me olhou de cima a baixo.

— Se é o que quer... — Recuou, a voz em um tom brando. Carinhoso. — Pense no que fez. E me procure quando quiser conversar. Eu te amo, Jude. É por isso que tive que ser tão duro com você.

O que?

Ele simplesmente entrou no carro e pouco depois haviam saído dali.

Tirei as sandálias de salto alto, e me coloquei a andar para fora do estacionamento, as lágrimas embaraçavam minha visão e meus soluços criavam ecos no ambiente cavernoso.

Eu jamais me senti tão humilhada e pequena em toda minha vida.

E apesar de tudo... Estava anestesiada. Parecia que não era real. Eu não podia sequer acreditar, mas podia sentir ainda, a pressão de seus dedos em meu braço.

Eu jamais vivi algo como isso... Meu Deus, como Sam podia ser assim? Eu sabia que não tinha feito nada demais. Não é?

Ele... Ele me feriu onde mais dói. Mas falar daquela forma deles... Parece que só alí eu saí do torpor, para ter uma reação. Ninguém ia falar deles assim perto de mim. Nunca.

Assim que saí do estacionamento abri minha clooth. Então praguejei alto. Meus documentos, meu dinheiro, tudo ficou no hotel. Com Sam.

Ali eu tinha meu celular e um batom. Grandississima ideia sair sem nenhum cartão Jude. Parabéns!

Não podia ligar para Nia, pois ela foi fazer o teste em Atlanta. Minha mãe... Bem, era 12:15am talvez ela ainda estivesse acordada. Coloquei para chamar, uma, duas, três, quatro vezes. Nada.

Resolvi sair dos arredores do teatro, e seguir pela rua atrás dele, continuei andando pelas ruas por uns bons minutos, evitando a frente e a avenida movimenta. Coloquei minhas sandálias novamente... Eu conhecia aquela rua onde estava, ficava há umas quadras da casa de Genevieve, já estive ali antes....

Eu estava na esquina de uma agência bancária 24 horas, quando fui virar a rua, pude ver o carro com o motorista de Sam passar na avenida, me enfiei dentro da agência, me encostando contra uma parede que tinha cartazes para que eu não fosse delatada pelo vidro.

Um segurança me encarava curioso, mas nada disse, e eu pude ver pelas frestas do vidro o carro de Sam, passar direto pela rua. Devagar. Droga, estava me procurando.

Comum de DoisOnde histórias criam vida. Descubra agora